sexta-feira, maio 30, 2008
quarta-feira, maio 28, 2008
Call Me
terça-feira, maio 27, 2008
Música da Semana
Na semana da morte de Pollack só África Minha faz sentido.
O multi-oscarizado John Barry com o tema que lhe valeu a sua quarta estatueta... Enjoy...
1934 - 2008
Custa-me a crer que Sydney Pollack já tivesse 73 anos a pouco menos de um mês de completar 74.
segunda-feira, maio 26, 2008
Apontamento de despedida
Tinha que ser na última noite, na véspera de sair, que algum imbecil resolveu rebentar com o vidro do meu carro (outra vez) entrar lá dentro e roubar tudo o que encontrou. É daquelas coisas que para além do prejuizo, da carga de trabalhos, dá um desgaste emocional lixado.
sexta-feira, maio 23, 2008
A mudança
São as caixas que são poucas, é o cartão que é fraco, as luzes frágeis, as paredes nuas, a tinta estalada.
A mudança é suada, aparece lixo de todo o lado, cada folha solta traz atrás de si outra dezena.
A expectativa é enorme. Aquilo que era uma casa estranha, grande mas carregada de defeitos, transformou-se aos poucos, pormenor a pormenor, decisão a decisão, dia a dia, num espaço nosso, intímo, acolhedor, carregado de pormessa e oportunidade.
A ânsia cresce, sim, mas com o aproximar do último dia, da última noite, cada vez mais me lembro do primeiro dia, de como a casa que agora deixo, antes ainda de se ter tornado demasiado pequena, esteve ligada a par e passo aos últimos anos da minha vida e a quem sou hoje.
Amanhã é o dia da grande mudança, feliz claro, mas já um pouco nostálgico...
quarta-feira, maio 21, 2008
Shine a Light
O que chamar a Shine a Light? Não é um documentário sobre a vida dos Stones, se bem que tem imagens documentais, não é um documentário sobre a preparação de um concerto, se bem que esssas também estão presentes, não é um concerto filmado, se bem que, na verdade, o é.
Shine a Light é uma experiência cinematográfica acima de tudo. Durante a Bigger Band Tour os Rolling Stones fazem dois concertos em Manhattan, no Beacon Theatre, num ambiente mais intimista, próximo, privado. Com uma série de convidados e uma energia que parece inesgotável ao fim de quatro décadas de carreira, são entregues nas mãos de Martin Scorsese, que com a mestria habitual nos dá uma experiência singular, mesmo para quem não é fã da banda. Não há engano a ter, ali só há cinema, a música, o concerto, até os Stones, fazem parte do cinema, tal como qualquer outro filme, musical ou não. E de cinema não há quem mais perceba do que o realizador nova-iorquino. Sabendo isto, e sabendo que não ia poder ter o controlo absoluto sobre cada imagem (apesar de artilhar o Beacon Theater como se fosse um estúdio de gravação), conseguiu que os seus operadores de câmara fossem directores de fotografia, muitos dos quais oscarizados. O olhar desses homens ia ser o seu, a decisão no instante faz toda a diferença, o resultado é que Shine a Light é uma obra visual, sonora, sensorial intensa.
A não perder.
terça-feira, maio 20, 2008
Música da Semana
Esta semana, depois de ver Shine a Light, a canção escolhida só podia ser Rolling Stones. You Can't Always Get What You Want tem quase 40 anos, mas continua a ter mais de 7 minutos de um ritmo e força excepcionais.
Os eternos Stones... em grande...
segunda-feira, maio 19, 2008
Cashback
Sean Ellis realiza em 2004 a sua segunda curta-metragem acerca de um estudante de Belas-Artes quem incapaz de dormir por causa do fim do seu relacionamento, resolve arranjar um emprego noturno num supermercado, Cashback.
Em 2006 leva este grupo invulgar de pessoas para uma longa metragem com o mesmo nome que chega até nós.
Tenho sentimentos mistos quando a Bem-Vindo ao Turno da Noite. Por um lado é um filme em que se consegue ver a curta metragem e se nota os acrescentos feitos. Aquilo que tinha boas ideias de cinema, quase um poema sobre beleza e dor, pintado por um homem de coração partido que consegue ver as pessoas de uma forma única, transforma-se numa comédia excessiva com pouco ou nada a ver com o original. Custa-me ver uma boa curta ser transformada numa longa mediana e que perde tudo o que de bom a outra parecia mostrar. Por outro lado, se se tivesse mantido com apenas meia hora de duração, nunca teria conseguido ver esta obra que tem momentos verdadeiramente inspirados. É uma pena que não exista um espaço onde obras com menos de uma hora possam ser exibidas comercialmente...
quinta-feira, maio 15, 2008
Quidam
"Uma jovem enfurece-se; ela já viu tudo o que há para ver e seu mundo perdeu todo o significado. A sua raiva despedaça o seu pequeno mundo e ela encontra-se no universo de Quidam. A ela junta-se um companheiro alegre e outro personagem mais misterioso, que vai tentar seduzi-la com o maravilhoso, o inquietante e o aterrador."
O Cirque chegou a Portugal, finalmente com um grande espectáculo, um movimento de magia que nos abre as portas da imaginação. Quidam é um passante anónimo, Quidam é um mundo dentro do Grand Chapitô.
Não é apenas a excelência técnica, se bem que a maioria dos números são absolutamente incriveis, nem sequer o sentido de humor, o melhor que já vi no Cirque com a participação activa do público, não é da música ao vivo, da parafernália de efeitos visuais, nem dos figurinos impressionantes, é da conjução de tudo isto, de uma soma melhor que as partes, de um portal que se abre e nos transporta, nos transforma, nos fascina. É a beleza, o excesso, a ternura. É o Cirque no seu esplendor.
Este é o quarto espectáculo que vejo do Cirque du Soleil, e a par de La Nouba, é aquele que mais me tocou. Cada show tem uma base comum, mas é único na sua construção.
Quidam é uma oportunidade que não se deve perder, quer seja o primeiro contacto com este grupo, quer conheçam já a sua obra...
Sejam bem-vindos...
quarta-feira, maio 14, 2008
Dan in Real Life
Prometia ser uma comédia romântica diferente, um pouco na onda dos filmes indie que agora estão tanto na moda. Promessa frustrada.
Um viuvo, pai de três filhas, vai passar férias com a família, um grupo enorme de pessoas mais ou menos esquizofrénicas, mais ou menos normais. No meio de toda a confusão acaba por se apaixonar pela namorada de um dos irmãos.
O Amor e a Vida Real acaba por ser uma versão de Family Stone, o filme de 2005 com Sarah Jessica Parker e Diane Keaton. Também aqui há uma familia extensa, também aqui há uma série de personagens diferentes, também aqui há namoradas novas e casais velhos, também aqui há paixões cruzadas e desamores. O desenrolar dos acontecimentos é banal, Juliette Binoche é uma actriz de quem é fácil gostar e compõe um personagem com as mesmas caracteristicas, Steve Carrel faz de Steve Carrel e pouco mais. O argumento é previsivel, os conflitos resolvem-se sem problema, e o tempo passa rápido.
Nada mais a assinalar...
terça-feira, maio 13, 2008
13 de Maio
"Peregrinos pedem por mais um milagre" (Sic Noticias)
E porque não? Hum? Uma apariçãozita? Afinal, 200 mil espectadores ao vivo nem no Rock In Rio. E com as televisões e tudo... podiam chegar aos milhões de pessoas assistir em directo no mundo inteiro. O show é que tinha que ser outro, o Sol a mexer já é velho, e talvez alguma roupagem mais moderna quem sabe, mas era boa ideia. Isso é que era, até o Benfica virava campeão, o défice descia e a Euribor ia para o galheiro... O Sócrates é que ainda não se lembrou desta, mas quem sabe se o novo aeroporto não se muda para os lados de Fátima e o traçado do TGV precisa ser alterado...
Música da Semana
Não sou fã de Michael Jackson, e de entre as várias músicas do cantor, Thriller não é das minhas favoritas. No entanto o vocalista dos Death Cab For Cutie, Ben Gibbard, fez uma versão desta música, talvez na onda das comemorações dos 25 anos do lançamento do albúm. É incrivel como uma nova versão lhe dá não só novo corpo, nova musicalidade, mas abre até possibilidade a nova interpretação da letra, não tão literal... Enjoy...
segunda-feira, maio 12, 2008
Iron Man
Os últimos anos têm sido abundantes em adaptações de livros de super-herois ao cinema. O desenvolvimento dos efeitos especiais digitais permitiram que estes filmes fossem mais fieis às bd's originais, dando asas verdadeiras ao Super-Homem, permitindo todas as acrobacias ao Homem-Aranha e dando aos X-Men, Quarteto Fantástico, Batman e companhia, força para destruir metade do mundo.
Eis que chega o Homem de Ferro, a mais recente adaptação da Marvel ao grande ecrã, um dos seus nomes menos amados, mas que entrou com uma força que não se via desde o Homem-Aranha. 177 milhões de dólares em dois fins-de-semana, só no mercado americano, outro tanto no resto do mundo, faz deste filme um êxito colossal, abrindo caminho para pelo menos mais duas sequelas, está prevista a primeira já para 2010.
Jon Favreau, actor cómico que já realizou um punhado de filmes, toma o leme deste Homem de Ferro, fazendo de uma forma mecânica aquilo que todos os outros filmes já tinham feito. Uma pitada de humor, acção q.b., efeitos especiais em barda e o sucesso garantido. Todo flui sem surpresas nem sobressaltos, não entusiasma nem compromete, é morno, pensado para encher o olho, mas sem muito por baixo.
Para desligar o cérebro e acompanhar sonolento.
sexta-feira, maio 09, 2008
We Own The Night
James Gray não é um realizador que tenha um passado por aí além e não é com Nós Controlamos a Noite que passará a ser.
quarta-feira, maio 07, 2008
Indie Report - Curtas
É sempre refrescante ver estes pequenos grandes filmes, que contam com a imaginação acima de todas as coisas, havendo espaço para surpresas e até para pequenas pérolas non-sense como o KJFG Nº 5, ou curtas ternas como OKTAPODI, ou deprimentes como o trágico suicídio em AZUL.
Passou o Indie e eu, sem arranjar tempo para olhar para ele com olhos de gente.
Para o ano...
terça-feira, maio 06, 2008
Música da Semana
Está a caminho, chega a 22 de Maio, basta ouvir a música e fico a saber que não há como perder este filme. Pode ser uma desilusão, pode ser um autêntico cataclismo, mas não importa, quando o Indy chegar eu vou estar lá para ver...
Aqui fica o tema (sem ser uma versão brilhante)...
segunda-feira, maio 05, 2008
George A. Romero's Diary of The Dead
Romero deu os seus primeiros passos no cinema com uma obra que se transformaria rápidamente num cult classic, A Noite dos Mortos Vivos. Este filme não só inauguraria uma carreira, e daria o mote para uma série épica de filmes de zombies, que se transformaram na imagem de marca de Romero, fazendo esquecer por completo que não só de mortos-vivos se fez a filmografia deste homem.
O que difere Romero de muitos outros realizadores de filmes de terror é que, por detrás da carne putrefacta e dos membros desfeitos, se esconde, timidamente primeiro, mais vigorosamente depois, uma intensa crítica social.
Cinco filmes, com um sexto previsto para o ano, sem nenhuma ordem cronológica específica, mudando, evoluíndo, adaptando-se a uma realidade em constante evolução.
No seu último filme, O Diário dos Mortos, Romero leva a sua saga dos mortos a um terreno que Blair Witch Project popularizou, apesar de aqui se ver mais a mão de Redacted do que dessa mal fadada caça às bruxas. O tema já não é tanto a praga zombie, nem sequer os sustos que aqui já escasseiam, mas sim o uso da imagem, um olhar sobre a tal democratização que as câmaras digitais, os telemoveis capazes de gravar filmes, o youtube, os blogs e toda a internet supostamente trouxeram ao mundo. O perigo não jaz apenas no "outro" jaz em cada um de nós.
O problema é que, ao contrário de A Terra dos Mortos, aqui Romero preocupa-se tanto com passar a sua mensagem, a sua crítica, que se esquece do aspecto mais importante, está ali a fazer um filme, que conta uma história, que tem que estabelecer uma ligação com o espectador. Aqui não o faz. Há momentos interessantes, mas a maior parte do tempo passa sem que nada se sinta, nem medo, nem revolta, nem dor.
Talvez por isso A Terra dos Mortos tenha feito em 2005 mais de 46 milhões de dólares e este Diário dos Mortos nem consiga chegar aos 3.
sexta-feira, maio 02, 2008
Coeurs
Alain Resnais não é o cineasta mais produtivo do mundo, basta dizer que o autor da dupla Smoling/No Smoking, fez desde 1993 apenas três filmes.
Corações é o seu último trabalho, realizado já em 2006, mas que só agora encontrou o seu caminho até às salas portuguesas.
Tendo a peça de Alan Ayckbourn, Private Fears in Public Places como base, segue seis personagens nas suas desventuras amorosas, o filme foi destinguido com o prémio de melhor realização em Veneza.
Num registo tragi-cómico que lhe é habitual, Resnais tece uma rede de relações e encontros delicada, sempre no fio da navalha entre o humor leve e o peso daquelas vidas cuja identidade comum é, no fundo, a solidão.
Para tal tem um elenco talentoso, dos nomes maiores do cinema francês, aquele grau de actor que faz parecer tudo tão fácil, tão simples.
Numa nota mais pessoal, isto apesar de não conseguir realmente encontrar nada de errado com o filme, não sei se foi do dia ou da disposição, mas Corações não me tocou, passei algo indiferente por toda a experiência, e a verdade é que não sei explicar porquê. Há sempre algo de inconsciente nestas coisas e o meu não estava para aí virado.