segunda-feira, junho 30, 2008
sexta-feira, junho 27, 2008
El Orfanato
O cinema espanhol tem passado no género do terror e do fantástico. O Orfanato chegou às salas em Portugal com o selo de Guillermo Del Toro (produtor executivo) e com o peso de diversos prémios, entre os quais Melhor Actriz e Melhor Realizador no Fantasporto.
Antes de avançar mais queria apenas sublinhar uma coisa: o filme é genial.
A história não traz nada de novo, um casal com um filho compra um antigo orfanato, onde a mulher esteve em criança, para lá viver e o transformar numa casa de apoio para crianças deficientes. É claro que a casa, e todo o local, escondem um segredo que volta para atormentar os novos donos.
Até aqui nada de novo, apenas a enésima revisita ao tema casa assombrada.
O que faz deste filme de Juan Antonio Bayona se separe dos restantes é um profundo conhecimento das regras dos filmes de terror e talento a transbordar em todas as áreas da produção do filme.
Em primeiro lugar, Bayona sabe que não é o gore que assusta, mas sim o desconhecido, o que se sussurra nas sombras. Nunca se refugia nos truques fáceis do susto, optando por construir uma tensão paciente, a par e passo, que se insinua até que estejamos completamente imersos nela.
Em segundo lugar percebeu que um filme de terror não se pode nem deve limitar a meter medo, sob pena de afastar o espectador para uma distância segura, imune à emoção. O Orfanato é, antes de mais, uma história de amor, de uma familia, e acima de tudo de uma mãe capaz de fazer tudo pelo seu filho. Essa é a história que seguimos, é por ela que tudo se torna ainda mais agonizante, até ao final emocional.
Em terceiro lugar usou actores, poucos mas bons, todos eles, intensos, talentosos, capazes de transmitir emoções apenas com o olhar, a voz, a expressão física, e isso faz toda a diferença.
Em quarto lugar fez um trabalho sobre o som magistral, a tensão muitas vezes é dada por um pequeno ruído no escuro. Aprendeu com os mestres que esse é um ponto fulcral de qualquer filme, principalmente de um filme de terror, já Carpenter dizia que Halloween sem a banda sonora, não metia medo nenhum.
Por último contou com uma equipa fabulosa, a fotografia é soberba, a cenografia é na mouche, a casa, o farol, a praia, a gruta, são practicamente outro personagem.
O Orfanato é daqueles filmes onde tudo corre bem, um grande, grande título... e cuidado... mete mesmo medo...
quinta-feira, junho 26, 2008
The Incredible Hulk
Depois da versão mal recebida do monstro verde realizada por Ang Lee, a Marvel Studios, que começou a tomar conta da produção dos filmes baseados nos seus personagens, agarrou em Louis Leterrier, realizador de Danny The Dog e The Transporter 2, e pô-lo ao leme, co-adjuvado pela vedeta Edward Norton (que substitui Eric Bana como Bruce Banner) e relançou o franchise, como se o primeiro filme de 2003 pura e simplesmente não existisse.
O resultado? Um pouco menos de duas horas de entertenimento no-brains, mas eficaz para os fãs do género, simples, bem-filmado, relativamente emocionante e rápidamente esquecível.
A ideia base é inteligente, a Marvel faz nos filmes aquilo que faz nas BD's, agrupa os herois, cruza histórias, e mantém-se fiel às origens.
O Incrível Hulk é visualmente forte, tem um conjunto de actores que cumpre o seu objectivo, encabeçado por Edward Norton, com Liv Tyler, William Hurt e Tim Roth, e, tal como em Homem de Ferro, toca em outros filmes que estão a ser produzidos e no próprio Iron Man, cruzando públicos e aproveitando o sucesso de uns para tentar catapultar outros.
É banda desenhada...
quarta-feira, junho 25, 2008
The Happening
M. Night Shyamalan firmou-se desde O Sexto Sentido como autor de filmes, não diria de terror, mas pelo menos do reino do fantástico. Realizador, argumentista e produtor, é das raras pessoas que pode reclamar realmente um filme como seu.
terça-feira, junho 24, 2008
Food Glorious Food
Food, Glorious Food é um número do musical Oliver, onde as crianças famintas do orfanato sonham com comida. É a canção escolhida para esta semana.
Para mim, há-de sempre ser um dos momentos mais hilariantes do Ice Age 2. Em baixo estão ambas as versões para se poder comparar. Enjoy...
segunda-feira, junho 23, 2008
Saga - Ópera Extravagante
As últimas duas produções deixaram algo a desejar, com Saga- Ópera Extravagante, O Bando regressa ao seu melhor estílo, exibindo um músculo criativo que não se via desde O Ensaio Sobre A Cegueira.
Saga conta a vida de Joana, filha de um armador que quer ser marinheira. Ao perder os irmãos e barcos numa tempestade o pai de Joana proíbe-a de sair para o mar, mas ela foge de casa em busca do sonho, causando a ira do pai.
A primeira vez que vi esta história, baseada num conto de Sophia de Mello Breyner Andersen, foi num outro espectáculo memorável d'O Bando intitulado Em Fuga. Nele um conjunto de nove histórias aconteciam em outras tantas tendas, mas cada um de nós só conseguia ver três de cada vez. Um actor em contacto directo com o público, num espaço pequeno, practicamente sem cenário. Joana foi a minha história favorita, capaz de, algo dificil em teatro, me levar às lágrimas.
Saga - Ópera Extravagante é uma co-produção O Bando com a Banda da Armada da Marinha. Agarra em dois contos de Sophia de Mello Breyner Andresen e faz deles um texto uno, entregue então a Jorge Salgueiro para compor a música. Com o toque de génio da encenação de João Brites o resultado final é algo de único.
Uma ópera que mistura cantores líricos, com cantores de música popular, com actores, com o vocalista dos Moonspell, banda de heavy metal nacional, numa mescla que resulta numa sonoridade perfeita, numa composição diferente, em que que as vozes se complementam e fundem.
A composição de Salgueiro, tal como já tinha sido para O Ensaio Sobre a Cegueira, é fabulosa, surpreendente até, captando o âmago da emoção de cada cena, cada personagem, sem nunca cair no facilitismo.
Como em todos os espectáculos d'O Bando, no entanto, é o conjunto que faz a diferença, cada elemento, actores (sempre exemplares, num tom nada naturalista, mas perfeito para a encenação), músicos, até à inacreditável máquina de cena, é apenas uma parte de um todo que se mostra, uma vez mais, imenso.
Saga - Ópera Extravagante, é o encontro único de um conjunto de talentos, que se unem para nos trazer das obras mais imaginativas, tocantes, e absolutamente belas que estão em cena em Lisboa, e das melhores que nos últimos anos passaram por cá.
Imperdível a todos os que gostem de teatro, ópera, música, seja quem for que queira ter uma experiência sensorial numa quente (?) noite de verão... mas pelo sim pelo não... levem acasalho, é ao ar livre!
Texto: Sophia de Mello Breyner Andresen
Composição Musical: Jorge Salgueiro
Dramaturgia e Encenação: João Brites
Espaço Cénico: João Brites e Rui Francisco
Interpretação: Ana Brandão, Cristina Ribeiro, Fernando Ribeiro, Filipa Lopes, Francisco Fanhais, Inês Madeira, João Sebastião, Pedro Ramos, Rossano Ghira, Rui Sidónio, Sandra Rosado, Sara Belo
Maestro: Carlos da Silva Ribeiro e Délio Gonçalves
Orquestra: Banda da Armada Portuguesa
Figurinos: Vera Castro
Museu da Marinha
sexta-feira, junho 20, 2008
E vai regressar a depressão nacional
Sopro do género Eles "andem" aí..., Sim ok... mas agora a sério...
Soprado por MPR às 09:43
quinta-feira, junho 19, 2008
Obviamente demito-o!
Há muito tempo que não ia à Barraca, não havia um motivo específico, apenas não tinha calhado.
Texto Encenação e Cenografia: Helder Costa
Interpretação:
João D’Ávila - Humberto Delgado
Maria do Céu Guerra - Sra. Maria, Cerejeira
Sérgio Moura Afonso - Salazar
Mariana Abrunheiro - Arajaryr , Odete, Maria de Jesus
Rita Fernandes - Lina, Madalena, Palmira, Christine Garnier, M. Eugénia, Florista
Susana Costa - Mariana, Geninha, Susini, jovem estudante
Adérito Lopes - Padre confessor, Correia de Oliveira, Silva Pais, Skorzeny
Luís Thomar - Agrário, António Sérgio, Rosa Casaco, Rogério Paulo
Rui Sá - Júlio, Agrário, Arlindo Vicente, Dr. Gusmão, Bisogno, Armando Caldas, Pai, Pide
Sérgio Moras - Agrário, Kubitschek, Franco, Barbieri, Abel, Castro e Sousa
Populares, estudantes, manifestantes, “homens sem rosto”
Cine-Teatro A Barraca
quarta-feira, junho 18, 2008
Pelo joelho
Há um jardim de infância colado à minha casa. Nestes últimos dias os piquenos crianços têm saído bastante, causando um mar de pequenas cabeças e vozes excitadas em direcção ao jardim do principe real. Hoje saí, com uma coluna de míudos de mão dada a caminho da carrinha, dezenas de chapéus ao nivel do meu joelho, abrandei o passo para não atropelar ninguém. Algures na subida, uma das professoras vira-se para trás e diz: mexe as pernas Catarina!
terça-feira, junho 17, 2008
Música da Semana
Não fazia ideia, mas a Patricia Vasconcelos canta, até já lançou um cd, e de vezs em quando dá concertos por aí. Foi o caso ontem, no Xafarix em Santos.
Num ambiente animado cantou uma série de clássicos deste tipo de coisas, de Gershwin a Bossa Nova, tendo partido para intervalo com Why Don't You Do Right?, o clássico de Jessica Rabbit, a sensual mulher de Roger Rabbit.
Ontem foi esta a última música que ouvi, não acabei a actuação, que as noites de segunda-feira não convidam a longas horas, mas tive pena, estava a ser uma noite simpática.
Hoje, não podia não colocar a original Jessica a cantar pela voz de Kathleen Turner. A música da semana está no entanto em video. A cena é deliciosa, a entrada mais envolvente de qualquer cartoon em toda a História da Humanidade.
Enjoy...
segunda-feira, junho 16, 2008
Emotional Arithmetic
É um pequeno filme canadiano, com um realizador desconhecido, cuja carreira foi feita na televisão. É portanto uma surpresa esta Aritmética Emocional.
quinta-feira, junho 12, 2008
A festa continua
A ANTRAM, que foi contra o protesto, chegou a acordo com o Governo, um punhado de medidas avulsas. Os camionistas resolveram parar com a greve porque esiste "vontade clara e inequívoca demonstrada pelo Governo na resolução deste problema".
Hoje mesmo, a Galp voltou a subir o preço dos combustíveis.
A Galp obteve em 2004, 650 milhões de euros de lucros, em 2005, 863 milhões de euros, em 2006, 968 milhões de euros e, em 2007, 1011 milhões. Progressão que continuou no 1º Trimestre do ano com um crescimento de 32,8% face ao 1º Trimestre de 2007. Por seu turno, a REPSOL e a BP obtiveram, em termos de resultados líquidos, aumentos de 36,5%, e a BP de 63,4% face ao mesmo trimestre de 2007.
Mas que interessa? A Selecção venceu, deve voltar a vencer em breve e, como diz uma senhora vestida de verde e vermelho dos pés à cabeça, "Portugal não é um país assim tão pequeno..."
Sopro do género Eles "andem" aí..., Sim ok... mas agora a sério...
Soprado por MPR às 09:54
quarta-feira, junho 11, 2008
Irina Palm
Co-produção europeia, realizador alemão, passado em Inglaterra, Irina Palm é daqueles filmes que funciona sem deslumbrar.
terça-feira, junho 10, 2008
Música da Semana
Feriado, dia de Camões, ou segundo o lapso do PR, dia da raça (é sempre elucidativo saber estas coisas).
segunda-feira, junho 09, 2008
RiR
Mais um ano em que visito o ROck In Rio, com a sorte de conseguir convites. Começo a achar que se perder estas borlas que já duram desde a primeira edição, rápidamente perco o hábito de lá ir.
sexta-feira, junho 06, 2008
Lembranças Godot
Ora aqui está o único registo video que conheço do Godot Nos Infernos que esteve em cena em Janeiro / Fevereiro no Franco-Portugais. Foi uma peça com altos e baixos, muitas imperfeições, mas com a sua quota parte de méritos. O meu trabalho foi irregular, no geral creio que não comprometi mas estive longe de ter uma performance sólida. No video pareço rígido, tenso, apesar de, nesta cena final, não o estar.
Traz-me tantas memórias...
quinta-feira, junho 05, 2008
O autismo
Logo de manhã vejo que vai ser debatida a moção de censura do CDS ao governo. Não acompanho a par e passo a vida da assembleia da república, mas sei que não é a primeira moção apresentada. Com a moção chumbada à partida, resta saber o porquê da apresentação da mesma, sendo que não é propriamente novidade. Não consigo deixar de pensar que, sejam lá quais foram as contas políticas, as armas que se afiam para a esgrima de hoje, as pancadinhas nas costas e as conspirações de corredor, na verdade a moção de censura é um assunto que só faz sentido no gabinete, no autismo que se apoderou da classe política, que desde há muito vive num mundo só seu.
quarta-feira, junho 04, 2008
Indiana Jones and The Kingdom of The Crystal Skull
Indiana Jones é daqueles nomes que, mais que um filme ou um personagem, é já um icone, um simbolo cultural, uma marca de créditos confirmados. Ninguém desconhece a silhueta com o chapéu, o chicote, e a famosa música de John Williams. Os resultados no box-office deste filme de uma série que começou há mais de um quarto de século, estão a ser impressionantes, arrastando miúdos e graúdos para as salas em quantidades colossais.
terça-feira, junho 03, 2008
Música da Semana
Continua a onda de bandas sonoras aqui no Sopros, depois de Out of Africa e de Indiana Jones, regressa o John Williams com um dos seus trabalhos mais marcantes, o tema do filme Super-Homem.
Agora digam lá se não dá um arrepio na espinha...
segunda-feira, junho 02, 2008
No Left...
Uma e meia da manhã de um dia que tinha começado às sete, de uma casa para a outra para buscar roupa, directo para o trabalho, daí para a pós-graduação e três horas depois, sem tempo para respirar, muito menos para jantar, já atrasado até ao Left para o espectáculo. Isto na sexta-feira de uma semana particularmente dura.