Flash Mob
2ª Flash Mob, quarta-feira, 8 de Out, às 19h30, na Praça do Rossio, junto à estátua.
No meio da crise, com o chumbo do projecto miraculoso Bush de injectar qualquer coisa como o equivalente a todos os prémios do euromilhões dos próximos 300 anos na economia americana, com a euribor a registar valores históricos, as bolsas a cair a pique... apenas uma música me vem à cabeça. É claro que a isto não é alheio o facto de ter apanhado o Cabaret na televisão há poucos dias, mas...
Sempre foi daqueles homens que chegou demasiado perto da perfeição. Talentoso, charmoso, de uma beleza que o acompanhou com o passar dos anos, Paul Newman era aos 80 tão cativante como aos 30. Icone do cinema, piloto de corridas, deixará sempre um rasto de saudade, típico da passagem daquelas estrelas que têm um qualquer toque superior aos restantes. Os seus olhos azuis fecharam-se numa luta contra o cancro.
O Ar Que Respiramos, título em português que resolveu acrescentar um plural ao título original, é a primeira longa metragem de Jieho Lee, um moço saído da Harvard Business School que virou cieneasta. A premissa é uma que foi popularizada por Paul Thomas Anderson no seu famoso Magnolia e reinventada por Paul Haggis em Crash, ou seja, reunir um conjunto de histórias que, apesar de inicialmente distintas, se entende que estão todas interligadas, até co-dependentes.
Ufff... início difícil, nem tive tempo de postar ontem. Hoje muda a música para a próxima semana.
E logo hoje, 23 de setembro, a canção só podia ser uma...
Sopro do género Eles "andem" aí..., Sim ok... mas agora a sério...
Soprado por MPR às 11:28
Há cidades que têm imagens gravadas na minha cabeça, os arranha-céus de Nova Iorque, as praças de Florença, os canais de Veneza, o bairro gótico de Barcelona, os bares e cabarets de Berlim.
O problema é que os locais sombrios carregados de fumo, a vida boémia dos anos 30 da capital alemã, são apenas fragmentos de um imaginário colectivo que hoje já não existe, pelo menos da mesma maneira.
Berlim é das cidades europeias que mais sofreu nos últimos anos, passou pelo massacre da Segunda Grande Guerra, pela ocupação de quatro potências estrangeiras, pela divisão entre o Comunismo e o Capitalismo, o muro, a reconstrução, a reunificação e o apagar das cicatrizes nos últimos 20 anos.
Hoje é uma cidade moderna, viva, pulsante, mas não a achei apaixonante, é demasiado recente. Se a tecnologia e a arquitectura dos últimos 10 anos dá um ar da sua graça e cria maravilhas como o Sony Center, a verdade é que as influências dos anos 80 estão em todo o lado, dando a muitas zonas da cidade um ar de Telheiras antiga.
É no fundo uma cidade boa para visitar, mas pareceu-me ser muito mais apelativa para viver.
Com uma qualidade de vida impressionante, seja pelos preços iguais ou até inferiores aos de Portugal, seja pelos transportes públicos que funcionam na perfeição, pelos diversos espaços verdes, ou pelas ciclo-vias que acompanham todas as estradas. Metro, comboio e autocarros complementam-se, se bem que entre o U-Bahn e o S-Bahn (metro e comboio) nos colocamos em qualquer lado. De madrugada autocarros passam de um quarto em quarto de hora, certos ao minuto.
Uma semana não chega para passar a pente fino tudo o que há para ver, para encontrar os seus diferentes espaços, da ilha dos museus ao palácio, do centro histórico ao enorme jardim, o Tiergarten com a estátua que Wim Wenders celebrizou em as Asas do Desejo.
A memória nazi não foi apagada, nem os berlinenses a querem apagar, diversas estátuas e obras de arte fazem com que ninguem se esqueça do horror ali produzido. Nesse aspecto o museu judaico é um ponto de passagem obrigatório, com experiências sensoriais únicas.
Em constante mudança, em constante evolução, adaptando-se, crescendo, ganhando força. Atenta às artes e aos movimentos alternativos, culta, urbana, pensada para quem lá vive, Berlim é uma capital atenta aos seus cidadãos, é facil apetecer ficar por lá...
Quando falo em Sidney Lumet apenas um filme me vem à cabeça 12 Homens em Fúria. Um pouco redutor para um cineasta com 60 anos de carreira e títulos como Dog Day Afternoon, The Network ou Serpico, mas o fabuloso filme sobre 12 jurados num julgamento de homicidio é para mim uma referência. Doze actores, uma sala e uma mesa com doze cadeiras, é tudo o que Lumet tem para contar uma história envolvente, tensa, entusiasmante, carregada pelos ombros de um argumento de ouro e de um conjunto de actores invejável, encabeçado por Henry Fonda, mas onde se destaca Lee J. Cobb, numa performance avassaladora de raiva e agressividade.
Antes Que o Diabo Saiba que Morreste é o último trabalho de Lumet, que tem sido bastante bem recebido, mas que me deixa com algum amargo de boca.
Contando novamente com um grupo invejável de actores, Phillip Seymour Hoffman, Ethan Hawke, Albert Finney e Marisa Tomei, Antes Que o Diabo Saiba que Morreste tem como base uma permissa interessante: dois irmãos resolvem assaltar a joalharia dos próprios pais, mas o plano acaba deseperadamente mal.
Foi por causa de um trailer de um jogo (em baixo)... mas a música ficou-me na cabeça. Para nos despedirmos do Verão, um excerto do Requiem de Mozart, Lacrimosa.
A falta de tempo não me tem deixado actualizar o blog como queria, e o post de hoje vai ser também excepcionalmente curto.
Não Te Metas Com o Zohan é o último filme de Adam Sandler que eu, em desespero de causa, tive a infelicidade de ir ver.
Um agente da Mossad resolve fingir a própria morte para ir para Nova Iorque trabalhar como cabeleireiro.
Pouco há a dizer sobre este monte de piadas rasteiras com um humor xenófobo mascarado de boas intenções que descem ao nivel da virilha, tendo sexo com mulheres septuagenárias como a cereja em cima do bolo.
Imbecil do primeiro ao último minuto, não serve sequer para duas ou três gargalhadas, resumindo-se a um insulto ao tempo, dinheiro e paciência do espectador.
Com atraso, sim, que ontem não pude vir até aqui. Assim sendo, vamos deixar que o Fausto acelere as coisas com O Barco Vai de Saída.
Em 1996 Ethan Hawke publica o seu primeiro romance. 10 anos mais tarde tem a oportunidade de o passar para o grande ecrã, num filme em que para além do argumento, Hawke assume a realização.
Já saiu de cena no CCB, mas ainda consegui apanhar os últimos dias de Tabú, um espectáculo de novo circo da No Fit State, companhia conceituada do País da Gales.
Será dificil ainda hoje, encontrar alguém que não conheça pelo uma canção dos ABBA.
É este sucesso duradouro que levou a que fosse levado a palco um musical com músicas desta banda sueca.
Estreia hoje nas salas portuguesas Mamma Mia! a versão de cinema com um elenco de luxo encabeçado por Meryll Streep.
O filme é inteligente na forma como aborda a sua génese, os ABBA são dos grupos mais pirosos da história da pop mundial, como tal Mamma Mia! não se leva a sério, brincando e gozando constantemente consigo próprio, puxando os limites do kitsch ao extremo, usando e abusando de tudo o que são lugares comuns. As músicas e letras parecem ser também elas próprias uma paródia, mas não, os ABBA realmente escreveram aquilo.
Há momentos em que o filme se esquece daquilo que é e tenta levar um rumo mais dramático, erro brutal, nessa meia hora é capaz de levar à nausea qualquer um.
Mas rápidamente corrige o rumo, terminando em apoteose barroca, num histérico cómico, unico tom possivel para aquela banda sonora.
O elenco, encabeçado pela divina Meryl Streep (a única capaz de me arrepia ao interpretar The Winner Takes It All, ela não canta a música, ela representa a música e é fabulosa), é sólido, com Julie Waters e Christine Baranski a liderar o grupo, pelo menos em diversão, só peca pelas capacidades vocais de Pierce Brosnan que são horripilantes.
Ontem terminou uma exposição na Gulbenkian de obras de arte moderna e contemporânea, da extensa colecção do Deutsche Bank.
Fui na interessante visita guiada por obras dos últimos 80 anos, sabendo de antemão uma particular, ausente, que me tinha chamado a atenção.
Um ovo.
Um ovo, de galinha, com a casca polida.
O dito, verdadeiro e em devida altura fresco, com o passar do tempo apodreceu e após ser exposto explodiu, deixando vestígios por todo o lado, um cheiro nauseabundo e problemas com o seguro.
Fiquei a saber que o que o banco alemão comprou não foi um ovo polido, mas um certificado que descreve o dito ovo, podendo este ser substituido por qualquer outro ovo polido que coincida com a descrição da autora, com o seu conceito.
É um ovo, escultural chamemos-lhe assim, que a dado momento resolveu fazer uma performance, contaminando artisticamente os presentes e por pouco, as obras que o rodeavam.
Podiamos ficar a tarde toda a falar de inspiração artística, de criação espontânea, de influências no mundo da arte, discutir se veio primeiro o ovo polido ou a galinha depenada, dava pano para mangas.
Serve pelo menos para um bom título para um livro: A explosão do ovo conceptual.
Se o cinema é a arte de realizar filmes, a capacidade de contar uma história pelas imagens, Wall-E é a prova que, mesmo numa altura em que o ruído reina, em que criar emoção passa muitas vezes pelo excesso barroco de efeitos especiais, pela montagem epilética em que cada plano não pode durar mais de um segundo, em que o som é descarregado aos gritos sobre o espectador sonâmbulo, mesmo hoje, as bases do cinema não mudaram.
E agora venham falar-me em mobilidade urbana, trânsito, estacionamento, poluição, qualidade de vida ou o raio que o parta...
Sopro do género Eles "andem" aí..., Sim ok... mas agora a sério...
Soprado por MPR às 10:26