Música da Semana
Depois de ver este episódio de The Family Guy, só podia ser uma música esta semana: Surfin Bird!!!
Depois de ver este episódio de The Family Guy, só podia ser uma música esta semana: Surfin Bird!!!
O acto de conduzir é feito de rotinas, de actos quase reflexos, de pequenos gestos e hábitos. Mudar de carro altera o processo natural do corpo e obriga a reequacionar cada movimento, obriga o cérebro a pensar quase como se aprendesse a conduzir pela primeira vez, mas de uma forma incrivelmente mais rápida: onde se põe a chave, com que força se trava, que altura do banco, que tamanho tenho para estacionar, como se ligam as luzes, onde está o pisca, qual o novo ponto de embraiagem, entre mil e uma pequenas coisas às quais já não ligamos no dia a dia.
Aterrar em Los Angeles foi deixar Los Angeles, visita à cidade ficou para o fim, um regresso às origens por assim dizer.
Foram quase três semanas agarrado ao carro, a 9000 km de quilómetros de distância (salvo erro), com outros milhares palmados no asfalto, Califórnia com desvios pelo Arizona e o Nevada. No fim, muito cansaço, falta de coisas simples como sopa de legumes, muita coisa por ver, mas a sensação de ter passado por sítios onde toda a gente devia ir uma vez antes de morrer.
Quando em 1937 a Disney estreia Branca de Neve e os 7 Anões lança a animação no meio das longas-metragens, durante anos cada filme destes era um evento cinematográfico.
Com o passar do tempo e com a entrada de novas empresas no mercado esse efeito diluiu-se até que, quase 60 anos mais tarde, em 1995, a Pixar em parceria com a Disney lança Toy Story - Os Rivais, o primeiro filme de animação totalmente feito a computador.
Durante anos a chegada do novo filme de animação computorizada trazia uma aura de magia, e os filmes eram normalmente memoráveis.
Essa fase também passou.
Hoje em dia todos os anos se editam uma mão cheia de filmes de animação, sendo que a maioria deixa muito a desejar.
Monsters vs Aliens é mais um do lote. Da Dreamworks, empresa que nos deu Shrek, baseia-se numa premissa interessante, um regresso aos filmes série B dos anos 50, mas fica-se por uma mão cheia de piadas (a maioria das quais se pode ver no trailer).
De resto há uma história sem grande interesse, duas ou três peripécias desconexas, personagens sub-aproveitados e uma falta de trabalho em algo que muitas vezes parece ficar esquecido: a história.
Não incomoda, mas pouco mais faz.
Antes de partir de férias a última coisa que fiz foi ir ao cinema. O filme escolhido foi O Barco do Rock, último trabalho de Richard Curtis, realizador de O Amor Acontece e argumentista de filmes como Quatro Casamentos e um Funeral ou Notting Hill.
Nos anos 60 a música rock britânica vivia o seu momento de maior criatividade com bandas como os Beatles, Rolling Stones, The Kinks, The Who, para mencionar apenas alguns. No entanto a rádio quase não passava este tipo de música, dando azo ao aparecimento de rádios piratas, muitas delas a emitir de barcos fora das águas territoriais, com 24 horas de rock e pop, conseguindo audiências incríveis.
Esta é a história ficcional de uma dessas rádios.
A pergunta com que fiquei no fim de The Boat That Rocked foi, será que para fazer um filme basta agarrar numa série de grandes actores, personagens cativantes e colocá-las numa série de situações mais ou menos cómicas, mais ou menos desconexas, sem grande linha narrativa, fixando-se no estilo e na música?
Curiosamente a resposta é... sim.
O Barco do Rock é um filme que se vê e revê sem problemas, divertido, emocionante, sem nada de particularmente extraordinário mas incrivelmente agradável.
Aliás ver Philip Seymour Hoffman, Rhys Ifans, Bill Nighy ou Nick Frost vale, por si só, sempre a pena. Neste caso ainda temos mais uma mão cheia de bons actores com destaque para um pequeno papel de Emma Thompson.
Belo filme para o Verão.