Lisboa Invisível
No âmbito do ciclo Outras Lisboas, que celebra o Ano Europeu do Diálogo Intercultural, o São Luiz encomendou três peças a três companhias distintas, sobre diferentes comunidades imigrantes em Lisboa. Ao Meridional foi encomendado um espectáculo que focasse a comunidade africana (nomeadamente a vinda dos PALOP's), o resultado foi Lisboa Invisível.
Não sei se é pelo facto de ser uma encomenda e não algo gerado a partir do seio da companhia, mas a verdade é que Lisboa Invisível é o esforço menos conseguido do Meridional nos últimos anos. Estão lá os traços característicos, a peça não narrativa, construída por quadros quase autónomos, o trabalho cuidado sobre a luz, a utilização inteligente e inventiva da cenografia, o trabalho mais atento sobre os actores.
Mas mesmo assim as limitações são evidentes. O lugar comum, longe dos trabalhos anteriores, espreita aqui em cada esquina e, pior ainda, o grupo sobre quem a peça se debruça, é pintada quase de uma forma idílica, é tudo boa gente, sem pingo de temor, maldade ou pecado. Nada disto acontecia em Cabo Verde, Por Detrás dos Montes ou À Manhã. Não que a questão se colocasse entre bons e maus, era superior a isso, ia além. Não se limitava a uma descrição pictórica, tocava no amâgo das coisas, na "alma" dos povos, se é que se pode alguma vez afirmar isto. O Meridional não tem por hábito cair no óbvio, aqui sofre desse mal.
A peça tem mérito mesmo assim, há quadros muito bons, momentos de representação intensos (Carlos Paca é fabuloso), e olhando para o panorama médio nacional, é uma peça que está acima do comum, para a média do Meridional, infelizmente fica aquém.
Merece sempre a visita...
Não sei se é pelo facto de ser uma encomenda e não algo gerado a partir do seio da companhia, mas a verdade é que Lisboa Invisível é o esforço menos conseguido do Meridional nos últimos anos. Estão lá os traços característicos, a peça não narrativa, construída por quadros quase autónomos, o trabalho cuidado sobre a luz, a utilização inteligente e inventiva da cenografia, o trabalho mais atento sobre os actores.
Mas mesmo assim as limitações são evidentes. O lugar comum, longe dos trabalhos anteriores, espreita aqui em cada esquina e, pior ainda, o grupo sobre quem a peça se debruça, é pintada quase de uma forma idílica, é tudo boa gente, sem pingo de temor, maldade ou pecado. Nada disto acontecia em Cabo Verde, Por Detrás dos Montes ou À Manhã. Não que a questão se colocasse entre bons e maus, era superior a isso, ia além. Não se limitava a uma descrição pictórica, tocava no amâgo das coisas, na "alma" dos povos, se é que se pode alguma vez afirmar isto. O Meridional não tem por hábito cair no óbvio, aqui sofre desse mal.
A peça tem mérito mesmo assim, há quadros muito bons, momentos de representação intensos (Carlos Paca é fabuloso), e olhando para o panorama médio nacional, é uma peça que está acima do comum, para a média do Meridional, infelizmente fica aquém.
Merece sempre a visita...
Lisboa Invisível
Teatro Meridional
Teatro Meridional
Encenação: Natália Luiza e Miguel Seabra
Dramaturgia: Natália Luíza
Interpretação: Adriano Reis, António Coelho,
Carlos Paca, Célia Alturas, Cláudia Semedo,
Ery Costa, Félix Fontoura,
Josefina Massango, Paulo Oliveira
Carlos Paca, Célia Alturas, Cláudia Semedo,
Ery Costa, Félix Fontoura,
Josefina Massango, Paulo Oliveira
Espaço Cénico e Figurinos Marta Carreiras
Música Original e Espaço Sonoro André Cabaço
Até 30 Março
Quarta a Sábado 22h, Domingo 17h
Preço: 10€ (existem diversos descontos, perguntar na bilheteira)
Teatro Meridional
Rua do Açucar, 64
1950-009 Lisboa
Telefone: 218 689 245
Fax: 218 689 247
www.teatromeridional.net
teatromeridional@teatromeridional.net
Rua do Açucar, 64
1950-009 Lisboa
Telefone: 218 689 245
Fax: 218 689 247
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teatromeridional@teatromeridional.net
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