quinta-feira, abril 09, 2009

Gran Torino

Clint Eastwood realiza o seu segundo filme do ano e a segunda obra-prima do ano. Com a exepção de Martin Scorsese não conheço nenhum realizador na actualidade que consiga, de forma tão consistente, manter uma fasquia tão elevada nas suas obras.
Gran Torino é, um pouco como foi Imperdoável, uma revisitação ao mito Clint Eastwood, ao velho duro, um Dirty Harry reformado, num mundo onde já não tem lugar.
Racista, xenófobo, intratável, Eastwood é um velho homem que enterra a mulher, que vive num bairro que foi mudando de vizinhança, que se vê rodeado de imigrantes de quem não gosta, com uma família que o não suporta. Acaba por criar ligações com um jovem que lhe tenta roubar o seu carro, um Gran Torino, por pressão do primo que pertence a um gang.
Gran Torino é um filme de afectos, de relacionamentos, de vida e de morte, de confrontos de identidades, de gerações, de sentimento de pertença, culpa, amor e ódio. Um filme carregado de uma intensidade, mas também de uma simplicidade e subtileza que são já marca do autor.
Emocional como poucos, sem nunca recorrer ao melodrama fácil, Eastwood mostra uma vez mais que realmente apenas melhora com a idade.

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