terça-feira, março 31, 2009

Música da Semana

Semana de estreia, nervos à flor da pele, tudo parece desmoronar-se.
Preciso de uma música com boas vibrações para os próximos dias.
Vampire Weekend...

segunda-feira, março 30, 2009

Man On Wire


Em 1974 as Torres Gémeas eram os edifícios mais altos do mundo, acabados de construir, reinavam imponentes sobre o novo skyline nova-iorquino. Para Phillipe Petit, elas eram um sonho, uma obsessão, para este malabarista, andar no arame entre as duas era uma quimera que ele tinha que atingir.
Homem no Arame, ganhou uma parafernália de prémios, entre os quais o BAFTA de Melhor Filme Britânica e o Oscar de Melhor Documentário, apesar de ser dificil olhar para este filme unicamente como um documentário. Homem no Arame é um filme de assaltos, e um excelente por sinal.
Foi considerado o crime artístico do século, e é impressionante ver como é possível realizá-lo, ficamos a conhecer cada um dos intervenientes, a sua paixão, a sua loucura, e aquilo que cada um pagou por viver um sonho.
Uma das facetas mais tocantes do filme é o próprio World Trade Center. Olhar para ele de novo, quando ainda era jovem, sabendo o seu destino trágico, desperta em nós uma melancolia instantânea e inevitável.
Creio que já saiu das salas, mas não é de perder aquando do seu lançamento em DVD, uma verdadeira aventura, emocionante, divertida, humana.

sexta-feira, março 27, 2009

Gladiadores

Dia Mundial do Teatro, o meu post só podia ser este!
De volta ao palco!
Segunda peça com os Hipócritas, terceira da minha vida (vá, a primeira foi mais um exercício que o resto), uma vez mais no Franco-Português.
Do Godot nos Infernos para este Gladiadores é como da noite para o dia. O texto menos complexo, escrita menos conseguida, mas de um estilo completamente diferente, que apresenta desafios completamente novos em termos de actor.
Comédia modernista (modernaça?) de Alfredo Cortez, dramaturgo português dos anos 30 (e 40 e 50), um pequeno delírio em 3 actos que teve mais problemas de produção do que alguma vez poderia imaginar. Parto difícil, tirado a ferros à custa de muito sacrifício, de muita dedicação e principalmente muita teimosia.
Não é perfeita, mas existe, está lá, orgulhosa, viva, uma peça que, mais vezes que não, esteve perto de não existir.
Agora é a recta final, e depois um mês de palco. Que saudades tenho eu daquele cheiro, daquele nervo... É um regresso a casa, e espero ver-vos a todos por lá...

Ah, e vão ao teatro, não só hoje, dia dedicado, mas amanhã e depois, e para o mês que vem, e para o outro...



Gladiadores
Instituto Franco-Portugais

2 de Abril a 2 de Maio
Quinta a Sábado (dias 11, 17 e 18 de Abril não há espectáculo)
22h


Preço: 6,50 euros
(Desconto de Pin Cultura, Maiores de 65 anos, estudantes, profissionais do teatro e grupos +10: 5,50euros)


Contacto produção/bilheteira:
Filipa Pais de Sousa 966419650 / Manuel Barbosa 960255333

Encenação e Adaptação: Reginaldo Cruz
Autor:Alfredo Cortez
Elenco: Ana Castro Paiva l Ana Teresa Vaz l Filipa Pais de Sousa l Joana Salgueiro l Jorge Subtil l Luís Moreira l Marco Marcos l Miguel Reduto l Miguel Pires Ramos l Mafalda Jacinto l Natacha Bulha l Ricardo Lérias
Cenografia: Filipa Ribeiro da Silva
Figurinos: Maria Azevedo e Nuno Nogueira
Caracterização: Sílvia Soares
Música: The Costas Voltadas
Fotografia de Cena: Sofia Maul
Vídeo: Nuno Gonçalves
Desenho de Luz: Rui Dias
Sonoplastia e direcção técnica de Som e luz: Nuno Chainho
Design: Filipa Ribeiro Ferreira
Produção Executiva: Manuel Barbosa
Direcção de Produção: Filipa Pais de Sousa
Produção: Hipócritas

Institut Franco-PortugaisAvenida Luís Bívar, 91 / 1050-143 LisboaTel: (+351) 21 311 14 00Fax: (+351) 21 311 14 68infos@ifp-lisboa.comhttp://www.ifp-lisboa.com/

HIPÓCRITAS Associação Cultural
hipocritas@gmail.com
http://teatrohipocritas.blogspot.com/

quarta-feira, março 25, 2009

Jorna...quê?


Na página central da Microsoft network em português aparece em destaque uma notícia com o título: Padre em Lisboa recusa baptizar meninos com o nome Lucílio. A notícia refere que o padre é fanático sportinguista e que fazia esta recusa por causa do desempenho do árbitro Lucílio Baptista na final da Taça da Liga no fim de semana passado.
Lendo a notícia ficamos a saber que é o padre João José Marques Eleutério da paróquia do Rato.
Fiquei espantado por ser do Rato, do que conheço da paróquia não é este tipo de padre que aqui costuma aparecer, aliás, não creio que os padres possam ter algo a dizer sobre os nomes das crianças que baptizam.
A meio da notícia diz-se que o padre estava na realidade a brincar, coisa que seria obviamente percebida por quem o tivesse ouvido. No final da homilia, mesmo antes de enviar os paroquianos de volta a casa, João Marques Eleutério, sportinguista assumido, diz uma piada.
Depois há pseudo-jornalistas que agarram nas palavras dele e... mentem. O padre não se recusou coisa nenhuma, mal seria, mas dá notícia, dá destaque e nada acontece a ninguém...
Vide a notícia aqui...

terça-feira, março 24, 2009

Música da Semana

Esta semana só podia ser uma canção, The Wrestler, o boss, Bruce Springsteen...

segunda-feira, março 23, 2009

The Wrestler

Premiado com o Leão de Ouro em Veneza e com uma performance laureada de Mickey Rourke, O Wrestler era um dos filmes deste ano que não queria perder.
Este é um projecto pessoal de Darren Aronofsky, que tenta fazer aqui um misto entre Rocky e O Touro Enraivecido da luta livre.
Rourke é Randy "The Ram" Robinson, estrela da luta livre "extrema" dos anos 80, que agora, em decadência, trabalha num armazém de um supermercado durante a semana e luta ao fim de semana em eventos de vão-de-escada. Está sozinho, acabado, e a única companhia é uma stripper da mesma idade que trabalha num clube que ele frequenta.
Em termos de argumento, O Wrestler é muito basilar, "paint-by-numbers" quase, a cada momento percebemos os passos seguintes que chegam sem surpresa. Mas nessa simplicidade é tocante, encontra o que de mais elementar existe em cada situação, em cada personagem, e transmite-o sem rodeios, linearmente, sem que essa linearidade seja um pecado.
Como qualquer pequena produção independente os actores têm uma importância fulcral. Marisa Tomei a mostrar nos últimos tempos que tem talento para Óscar (curiosamente quando o ganhou ninguém diria), Evan Rachel Wood também a mostrar predicados que lhe são conhecidos (pequeno mas intenso papel) e claro, Mickey Rourke, cuja ligação a esta personagem é impressionante. Quando o vemos, lágrimas nos olhos, a dizer que é um pedaço de carne acabado, que está só e que merece estar só, não sabemos quem está a falar, se Rourke se Randy "The Ram".
Um belo pequeno filme, tocante, sincero, e com uma banda sonora a condizer, onde se destaca a grande música de Bruce Springsteen, The Wreslter.

quarta-feira, março 18, 2009

Rachel Getting Married

Jonathan Demme alterna a sua carreira entre o mainstream de Hollywood com filmes como Filadélfia, O Silêncio dos Inocentes ou O Candidato da Verdade, e uma parafernália de documentários, onde a música tem um papel de destaque.
O seu último filme, O Casamento de Rachel, está no cruzamento entre estes dois mundos. Longa-metragem de ficção, é concretizada como se fosse um documentário, câmara ao ombro e uma enorme dose de improviso, num filme que retrata um fim-de-semana de casamento, e que foi planeado quase como se esse casamento realmente se realizasse. O resultado final é um drama familiar intenso, despretensioso, onde sentimos que fazemos parte daquela família, que somos mais um convidado com acesso privilegiado aos acontecimentos que se desenrolam diante dos nossos olhos.
Tudo se conjuga de forma perfeita, uma escrita aparentemente linear que nos apresenta cada personagem de uma forma casual, onde aprendemos a conhecê-los e compreender as suas dores e alegrias. Em O Casamento de Rachel há melodrama, mas a verdadeira força do filme são os pequenos dramas humanos, os gestos e rancores causados por esses dramas maiores, pelo dia a dia que se segue.
Um filme intimista como este não conseguiria sobreviver sem um leque de actores sólido, e Anne Hathaway destaca-se com uma merecidíssima nomeação para o Oscar. No entanto, apesar da estrela ser Hathaway, há que lembrar o restante elenco, que por vezes não tem cenas tão marcantes como a protagonista. Como por exemplo Rosemarie DeWitt, a própria Rachel que se casa, com um papel fabuloso de naturalidade e realismo.
Com uma banda sonora soberba, trabalho de minúcia onde a banda está constantemente a tocar ao vivo, e um trabalho de realização extremamente cuidado (apesar das muitas imbecilidades que li acusando este filme de ser igual aos filmes de férias que temos em casa), O Casamento de Rachel é um dos grandes filmes deste ano, que tem estado recheado de obras marcantes.
Quase o perdi no cinema, ainda bem que não.

terça-feira, março 17, 2009

Música da Semana

Está sol, cheira a férias, mas é passageiro.
Para fazer perdurar o aroma que faz lembrar outras paragens, fins de tarde à beira mar, imperiais e boa-disposição aqui fica Jason Mraz, I'm Yours...

segunda-feira, março 16, 2009

O Nojo Continua


Já está. A menina brasileira de 9 anos que fez um aborto de gémeos foi excomungada, ela, a mãe e os 15 elementos médicos que fizeram o aborto. Na verdade, sejamos justos, a menina acabou por se safar pelo simples facto de não se poder excomungar crianças. Teve sorte ao que parece. A Igreja é misericordiosa disse o bispo.
Mas como chegou uma menina de 9 anos a este ponto? Foi violada. Por quem? Pelo padrasto. Desde os 6 anos de idade que é abusada sexualmente pelo padrasto de forma continuada. E que faz a Igreja? Condena toda a gente que tenta minimizar, se é que isso é possível, ou pelo menos não agravar a dor desta criança. Dizem os médicos que a rapariga corria risco de vida, que era muito nova, que o útero dela não aguentava a gravidez. A Igreja não quer saber, diz que não se pode condenar duas vidas para salvar uma terceira.
E o padrasto? O pedófilo abjecto que destruiu a vida desta pessoa? Esse não é excomungado porque a pedofilia não é crime suficiente. Apenas o aborto.
O dito bispo chega a afirmar que a Igreja condenou o Holocausto (demorou a fazê-lo) e que o aborto é um Holocausto silencioso...
O Nojo ganha proporções imorais.
E o Vaticano defende.

quarta-feira, março 11, 2009

Música da Semana

Normalmente é à terça, esta semana vai com atraso.
Se o dia é diferente, a música também tem que ser.
R.E.M. e os Marretas! Furry Happy Monsters!

Boa Semana!!!

quinta-feira, março 05, 2009

Os escondidos


Gosto de pessoas com opinião, gosto de pessoas frontais, mesmo que discorde delas. Uma pessoa que tem uma visão do mundo diferente da minha é alguém com quem consigo falar, discutir, confrontar ideias. Posso ter problemas com quem discordo, mas o pior são os outros. Os escondidos. Os que pensam mas não dizem, os que fogem, os politicamente correctos.
António Pinto Leite escreveu uma crónica no Expresso deste sábado em que se compadece com o sofrimento e descriminação dos homossexuais. Sente até que limitar as suas uniões às uniões de facto é insuficiente. Passa dois terços do artigo a defender as dores da comunidade gay, sincero e condoído.
Até que chega ao ponto que na realidade queria abordar, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Ele até acha que as relações homossexuais "são idênticas na união de afectos humanos, na partilha de intimidade, no propósito de comunhão de vida."
Mas daí a merecerem ser um casamento vai um passo de gigante. Até porque "são decisivamente diferentes no projecto de família que encerram, no enquadramento para o desenvolvimento da personalidade das crianças, na tendência natural geradora de vida e na própria diferença entre sexos, diferença que, em si mesma, faz toda a diferença."
Não percebo. Devo ser estúpido.
Afinal existe um projecto de família comum entre todos os casais heterossexuais? A sério? Um casal da Opus Dei tem o mesmo projecto de vida que uma prostituta casada com um marinheiro?
Existe um enquadramento para o desenvolvimento da personalidade das crianças comuns aos casais homossexuais? Uma vez mais...
E existe uma tendência natural geradora de vida? Mesmo em casais estéreis? Ou casais que não querem ter filhos? Devem eles ser proibidos de casar? E quem disse que um casal homossexual não tem uma tendência geradora de vida? Não existem inseminações artificiais, barrigas de aluguer ou vá, a adopção?
Mas uma vez mais, eu sou estúpido, não percebo muita coisa, daí colocar tantas questões.
Sobra um único motivo plausível, o único aliás que importa, a diferença de sexos em si. Bem espremido é tudo o que incomoda António Pinto Leite, duas pessoas do mesmo sexo não podem casar porque são duas pessoas do mesmo sexo. Ele até nem se importa que lhe chamem outra coisa, união civil por exemplo. Mas casamento é que não.
Isso é a base, a génese da discriminação, alguém não pode fazer algo apenas por ser quem é. Um casal homossexual não pode casar por ser um casal homossexual, uma mulher não pode votar por ser mulher, um negro não pode ser livre por ser negro.
Ao menos que tivesse coragem para se afirmar como homofóbico, ao menos tivesse coragem para assumir as suas posições e o seu preconceito.
São estes os piores, os escondidos. Porque um nazi com a suástica no peito é alguém que sei o que pensa e o que quer do mundo. Alguém com quem posso lidar, defender-me, argumentar.
Agora os outros, esses sim, são perigosos.

quarta-feira, março 04, 2009

The Reader

Há uma história de amor, há feridas de um passado e uma vergonha que atravessa uma vida e a molda, tolda e guia.
O Leitor é o último filme de Stephen Daldry, o mesmo realizador de As Horas e Billy Elliot. Baseado no romance de Bernhard Schlink, foi um dos candidatos ao Oscar de Melhor Filme este ano e dos 5 nomeados é talvez o filme mais complexo e interessante.
Daldry gosta da reconstituições de época, de histórias humanas que atravessam fronteiras, de pessoas presas a um segredo que as consome e lhes define o destino.
O Leitor segue este percurso sinuoso e pessoal, emocional e desconcertante, perseguindo os seus personagens com um sentimento de angústia, de culpa. Nesta viagem conta com um grupo de actores perfeito, de Ralph Fiennes ao jovem David Koss, de Bruno Ganz a Kate Winslet, num desempenho memorável que lhe valeu o merecido e há muito devido Oscar, mas na categoria errada (deveria ter sido de Melhor Actriz Secundária).
Uma pequena sugestão, não leiam críticas, nem resumos de argumento, não vejam sequer o trailer que aqui posto. Vão para o cinema a saber apenas que o filme começa com a história de amor entre um adolescente e uma mulher de meia idade na Alemanha dos anos 50. Quanto ao resto deixem-se surpreender.

terça-feira, março 03, 2009

Música da Semana

Tenho estado muito negligente aqui com o Sopros, mas na verdade não tenho tido tempo nem para me coçar.
Para me redimir, tenho que escolher uma música da semana que seja especial.
Esta semana, por sorte, nem sequer há grande escolha... Brel, Amsterdam!