sexta-feira, setembro 30, 2005

Homem Branco, Homem Negro.


Ontem foi noite de teatro, em boa companhia de quem já sentia saudades.
A peça escolhida foi Homem Branco, Homem Negro, de Jaime Rocha no Teatro Aberto, encenada pelo inevitável João Lourenço. A história gira à volta de dois personagens - interpretados por António Cordeiro e Carlos Paca - um branco que cola cartazes e com fortes convicções anti-racistas e um negro que pura e simplesmente não se preocupa pelo assunto, é feliz, tem emprego e familia, é português e nasceu em Lisboa, bem como os pais. A indiferença de um sobre o tema e a fogosidade do outro vai gerar uma discussão e uma ligação entre os dois.
A visita era devida, que a peça já só dura até domingo, tinha tido boas criticas e até premios. Na verdade saí um pouco desiludido devido às altas expectativas, a peça não é má, trata temas controversos até com alguma dose de humor, mas creio que a meio perde um pouco o rumo e destroi o interesse que tinha criado até então. Seja como for fica a ideia.
A temática em debate é o racismo. Segundo li o problema seria : Poderá a negação de um preconceito ser em si mesmo um outro preconceito, tão cego e desastroso como o anterior?
Mas depois de ver a peça creio que a questão é a inversa. Não poderá a defesa extremada do anti-racismo camuflar sentimentos racistas? Afinal o que é o racismo senão a separação das pessoas pela sua cor da pele, seja essa separação feita de que forma for? Creio que o estádio máximo de evolução social será (agarrando numa frase usada contra a homofobia) o direito à indiferença. O objectivo não é tolerar as pessoas que são diferentes (seja essa diferenciação feita pela cor da pele, género ou orientação sexual), não é evitar discriminar essas pessoas. O objectivo é não ver a diferença. Estar na mesma mesa com diferentes pessoas e não tirar nenhum tipo de elacção por mais nada que não a pessoa em si. Não ver a cor da pele de uma forma mais profunda que se vê a cor dos olhos. Ninguem diz temos que ser solidários com as pessoas de olhos azuis, porque a cor dos olhos não faz com que essa pessoa seja catalogada com um grupo ou tipificada de alguma forma. Essa é a grande luta, a indiferença, o indivíduo como um ser único e singular, capaz de gerar admiração ou ódio apenas pelo seu mérito e caracteristicas pessoais. Porque a partir do momento em que agrupamos pessoas desta forma, mesmo que seja para as defender, não estamos a fazer mais do que admitir que são diferentes, não são iguais a mim. Há tempos um tipo numa discussão diz-me "Dizes-te anti-racista mas quantos amigos negros tens?" Sinceramente acho que essa frase define tudo. Porque nunca lhe passaria pela cabeça perguntar: "Quantos amigos ruivos tens?"
O direito à indiferença, à individualidade, ao eu como ser único e singular. O direito a que não olhem para mim a não ser... por mim mesmo.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Trânsito


Hoje estava a caminho do emprego e, antecipando uma longa viagem, equipei-me com Pink Floyd, que cada música dura meia hora e ainda por cima era um albúm duplo. Mal ouvi a primeira canção e já estava a chegar bem perto do trabalho. Estranhei, visto que ainda há dois dias tinha demorado hora e meia para atravessar a cidade. Hora e meia! Num percurso que à hora de almoço demoro 15 a 20 minutos! Hora e meia! Só o som já me tira do sério... HORA... E... MEIA!!! Eu não sou uma pessoa violenta, a última vez que me meti à pancada com alguém estava no 6º ano. Mas a única coisa que eu pensava era "Ainda bem que não neva neste país." Sim, porque se eu tivesse uma pá de neve no carro havia mortos de certeza! O tempo arrastava-se como lâminas pelo corpo. E nunca mais o raio da fila andava! Tentei fugir por todos os lados, mas fugir do trânsito é como querer correr mais depressa que o vento... o pessoal sonha, mas é inútil. Parecia que toda a gente se achava mais inteligente que eu, ou melhor toda a gente conhecia um segredo que me era estranho, porque todas as filas e todos os sentidos de trânsito andavam mais depressa que aqui o "je". Hora...e...mei...a!!! A música que tocava começou a irritar-me: "Siete horas corriendo por la ciudad..." A correr pela cidade? A CORRER? Sim na verdade mais valia ir a pé, se fosse a correr chegava mais depressa e ainda poupava uma pipa de massa na gasolina, no parque e... no ginásio! Passo a passo ia lentamente avançando. De repente, um inteligente, que de certeza chegará a ministro, tentou meter-se à minha frente. Avancei com o carro o mais que pude e olhei para ele. Não sei que raio de cara pus, mas ele travou o mais que pode, esperou que eu passasse e encostou atrás de mim. Olhando pelo retrovisor só o via a abanar a cabeça de um lado para o outro como que a dizer que não a um personagem invisivel que se sentasse do seu lado. Cheguei quase uma hora atrasado ao escritório.Já hoje... 15 minutos. Assunto arrumado!Com as autárquicas à porta já sei como votar. Vou escolher o candidato que me prometa que sabe prever o trânsito. Prever, que essa história do resolver é cantiga para embalar crianças, mas prever é que era! Artes mágicas, bolas de cristal, cartas o que queiram mas arranjem maneira de prever. O que se poupava! Gasolina, preço descia pela primeira vez em meses devido à baixa brusca de consumo, taxa de doentes mentais e homicidas reduzida para metade, redução das consultas de fisioterapia devido ao stress acumulado, aumento da taxa de natalidade, aumento da produtividade das empresas, maior concentração e gosto pelas artes e cultura, desenvolvimento social, económico, cultural, enfim, o fim para a crise! Era um novo paí. O Bush nasceu assim porquê? Horas no trânsito. A televisão que temos? Horas no trânsito? Castelo Branco? Deve ter nascido na IC19 num dia de obras e com acidentes múltiplos! Cancro, SIDA, stress-pós traumático? Trânsito, trânsito, trânsito!E não é que ainda ninguém percebeu isso? Prever, prever é que é... Como as vacinas vá...

Blogs e mais blogs!

Hoje acrescentei uma data de blogs aos meus links! Estava sempre com aquela história do "ai não, que nem conheço as pessoas e pôr assim um link e yada yada yada (lol)!" Mas que treta! Sim é verdade, não conheço a maioria das pessoas, mas estes são os blogs que eu leio. Está lá escrito "Blogs de companheiros de jornada" e apesar de nunca nos termos encontrado, em alguns dos casos, acabam por ser companheiros, visto que fazem parte do meu dia e aquilo que dizem interessa-me, diverte-me, intriga-me. Ainda por cima estava sempre a saltitar de blog em blog à procura dos links! Portanto voilá! Estes são os blogs que eu leio. Se o dono de um deles não quiser que eu tenha aqui o link é só dizer!
Boas leituras!

quarta-feira, setembro 28, 2005

Em cadeia...


Pois é... Apanhei com isto vindo de uma parceira blogger, como não estava à espera e achei piada cá vão as respostas. Vou passar isto a outros no fim e... bora lá em frente!

5 coisas que me tiram do sério:
- a falta de inteligência, de ideias e da vontade de as ter. A mediocridade
- o sentimento de superioridade, quem discrimina e espezinha, falta de carácter...
- o extremismo, seja religioso, político, social ou seja lá qual for
- o dinheiro e os compromissos que ele comporta, o não poder fazer o que quero ou perseguir alguns sonhos por falta de massa
- que alguem toque nos meus... isto é, se me atacam a familia ou os amigos do peito, viro fera!

Gosto especialmente de:
- dormir, apesar de quase não o fazer
- conversar, conversar, conversar, conversar
- apaixonar-me;
- ver um bom filme;
- emocionar-me com músicas (esta é mesmo roubada...mas é verdade!)
- conhecer gente nova
- criar, inventar, imaginar, descobrir...

5 Álbuns (isto é o que me vem à cabeça de cor, faltam tantos...tantos mesmo...):
- Radiohead – todos desde o The Bends
- Bebe - Parfuera Telerañas
- Sérgio Godinho – todos
- Smashing Pumpkins – Mellon Collie and the Infinite Sadness (banda sonora da minha adolescência)
- Gift– apesar deste último me ter desiludido um pouco

5 canções: (ui... céus!)
- Lamb – Gabriel
- Radiohead – Life in a Glass House
- Sérgio Godinho – Primeiro Dia
- Bebe – Razones
- Margarida Pinto – Na véspera de não partir nunca...

Álbuns no IPod:(não tenho IPod e parece-me uma repetição das anteriores, logo avanço pelos filmes! Isto é em cadeia mas temos que ser criativos! Vão 5 apesar de ser muito pouco...)
- Apocalypse Now
- Eduardo Mãos de Tesoura (Tim Burton e todos os filmes que fez!)
- Dancer in the Dark (Von Trier rules!)
- O Homem Elefante (Lynch clássico e absolutamente tocante!)
- Bruscamente no Verão Passado (Taylor e Hepburn com a mestria de Mankiewickz, brilhante)
- e mais tantos... mas tantos...

5 pessoas a quem passo a palavra:(bora lá! não vou passar a quem já sei que recebeu!)
- Pastilhas
- MC (só não sei onde vais responder!)
- Vela ao Vento
- Peixinho da Horta
- Air

terça-feira, setembro 27, 2005

segunda-feira, setembro 26, 2005

OS ESTÚPIDOS DEVIAM MORRER!!!!!!!!!


A frase não é minha mas podia ser! Os estúpidos deviam morrer! Não falo dos ignorantes, esses podem aprender, dos analfabetos iliterados, para esses a escola basta, não são os inconscientes, que só precisam de um pouco de temperança, os imaturos que precisam de tempo ou os pouco inteligentes que nasceram dessa forma e são por vezes mais sábios que muitos se aprenderam a ponderar as suas escolhas. Falo dos estúpidos que arrotam imbecilidades como se fossem donos da verdade! Ou daqueles que sem proveito para ninguém, nem mesmo para eles próprios, fazem anormalidades que se limitam a chatear a vida a toda a gente! A mesquinhez, a pequenez de pensamentos e de ideias, o hábito como rotina retrógrada, o recusar a usar a cabeça dê lá por onde der. Safa que se ao menos é para lixar o próximo que seja por um bom motivo e não só pela preguiça de mexer uma palha! E eles estão em todo lado! Reproduzem-se que nem coelhos e espalham-se que nem insectos! É nos bancos, nos serviços, nas reparições públicas, nas lojas, nos transportes, nos cafés e restaurantes, no sitio onde trabalho! São uma praga! Depois do holocausto nuclear sobram as baratas, a Cher (provavelmente) e os estúpidos! Nem Deus nem o Demónio os aceitam ! Com eles no Céu acabava-se a paz, no Inferno tudo deixava de funcionar (sim que aquilo é uma máquina bem oleada) e portanto eles são cuspidos na nossa vida sem dó nem piedade! Quem quiser que os aguente!Jovem junta-te a nós! Se tens mais de 18 anos assina a nossa petição para erradicar de vez os estúpidos do planeta! Faz deste um mundo melhor!

domingo, setembro 25, 2005

Ditos do povo...


Fiz há pouco tempo dois posts sobre amor e relações e esqueci-me que tudo já está inventado! Aqui vão então algumas pérolas de sabedoria popular:

A coração apaixonado nada se deve crer.
Amar e reinar - nunca dois a par.
Amor com amor se paga e com desdém se apaga.
Amor que pica sempre fica.
Amor e morte, nada mais forte.
Amor é como a Lua, quando não cresce mingua.
Amor que nasce de súbito mais tempo leva a curar. (Gosto muito deste)
Amor sem vintém não governa ninguém.
Amor verdadeiro não envelhece.
Antes dar um olho ao Diabo que uma mão ao Amor (cúpidos... xô!!!)
Chaga de amor, quem a faz a sara.
Coração determinado não sofre conselho (cego surdo e mudo!!!)
Coração fraco não merece dama.
Fácil no amar, fácil no aborrecer.
Grande amor - grande labor. (A mais pura das verdades!)
Não há carceres bonitos nem amores feios. (Quem feio ama...)
Ninguém larga sem dor o que possui com amor.
Pancadinhas de amor não doem. (LOL)
Sobram culpas onde falta amor.
Coração que suspira não tem o que deseja.

Sempre que se dissertar sobre algo... nada como a verdade popular para nos dar o mote e as respostas.

sábado, setembro 24, 2005

She Hate Me


Ia passar o dia de hoje sem fazer um update ao blog por falta de tempo. Consegui 5 minutos em casa e tenho que fazer apenas uma breve menção. Acabei de vêr o último filme de Spike Lee intitulado She Hate Me. Vendido como uma comédia sobre um homem que engravida lésbicas em troca de dinheiro, She Hate Me é muito mais do que isso. Para começar não é uma comédia, apesar dos ocasionais momentos hilariantes. É em primeiro lugar uma profunda crítica a uma América cínica e hipócrita onde o valor do dinheiro se levanta acima de todas as coisas.Uma América de Bush, Enron e WorldCom. Do grande capital e corrupção política, onde as pessoas que têm a coragem de enfrentar o sistema são destruidas, espezinhadas e mortas. É também um conto sobre a dignidade humana,o amor e as relações, a vida e o nosso propósito nela. Aborda temas complexos como a família,a sexualidade,a homosexualidade e as relações humanas, com o toque de controvérsia caaracterístico de Spike Lee. Servido por um elenco de grandes actores e concretizado com a mestria de quem sabe tocar todos os nervos certos do nosso preconceito, é sem dúvida um filme a vêr.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Pauzinhos de canela e chocolate...


Hoje é um dia absolutamente histórico! Pela primeira vez na sua curta vida o Sopros vai publicar uma colaboração externa, abrindo as portas a todos. A estreante é a Kattaryna (não confundir com o furacão apesar de tudo...), que inaugura este espaço a quem queira participar na construção de um blog plural. (vide o e-mail que foi criado).
Sem mais demoras deixo aqui o texto:

"Chocolate and cinnamon delight…

1)É verdade que há muita gente que adora chocolate ou odeia...este texto é para vocês verdadeiros apreciadores de chocolate, pois só vocês poderão compreender a verdadeira essência deste texto. Siiiiiiiim só vocês!
Eu fico maravilhada e cada vez mais maravilhada com as qualidades de chocolate que vou encontrando ao longo da minha vida...é óbvio que aquele original de leite é o REI ABSOLUTISTA e dificilmente poderá ser destronado, o facto é que há muitas regiões com qualidades diferentes de chocolate e formas peculiares de fazer chocolate. No outro dia (e já é a 2ª vez que conto isto) estava a ver um senhor na tv e ,esta imagem irá marcar-me para sempre, nos Pirinéus a fazer chocolate com 1 receita secretissima que só ele conhecia. AMIGOS!!!aquele chocolate que ele estava a deitar de uma forma rudimentar para o tabuleiro e ao qual juntou umas amêndoas era de vocês suplicarem por aquilo.
Ainda agora estive em Espanha na Cantabria uma terra cheia de vaquinhas e leite e lá estava mais uma região cheia de chocolate. Chocolates com sabores que nunca tinha visto. Chocolate...chocolate. Na minha opinião não há nada que se compare ao momento em que pomos um quadradinho na boca, deixamos derreter, e por momentos....hmmmm...a felicidade absoluta!

2) Um prazer desconhecido para alguns e conhecido para outros é o pauzinho de canela. Tudo faz parte de um ritual de ida a certos cafés onde nós apreciadores ao ao extremo do pauzinho de canela vemos horas de entretenimento extra ao ver os ditos.
1º Mexe-se o café com o pauzinho o suficiente para amolecer ligeiramente e depois enquanto as pessoas com quem fomos tomar café conversam animadamente conosco começamos a mordiscar o pauzinho lentamente por fora. E podem alguns estar a perguntar: mas a que sabe a parte de fora? A parte de fora pode saber um bocadinho a café e de resto o sabor não é grande coisa. Entretanto enquanto se mordisca lentamente até ao interior começa ao chegar-nos à boca um néctar de canela com 1 sabor adocicado vindo dos céus. Isto é o que nos leva a morder incessantemente todo o pauzinho de canela até ao fim! O único inconveniente são os bocadinhos que temos de estar sempre a tirar da boca e depois se colam em todo o lado... De resto são muitos momentos incessante prazer!!!!"

quinta-feira, setembro 22, 2005

Expressem-se!


Dois posts a falar ao coração! Também já chega! Agora muda-se de tom e de rumo de uma forma radical. Cá vai um de divulgação cultural.

O jornal Público e o BES lançaram um concurso de fotografia amadora denominado "Um Certo Olhar". É aberto a todos os cidadãos portugueses que não sejam profissionais do sector. O tema é muito abrangente: "O quotidiano português", que propõe representar as diversas formas de estar e estilos de vida dos portugueses (eu disse que era abrangente). Aqui na blogosfera existe muita gente com interesse e jeito para a fotografia e creio que esta seria uma hipótese interessante para os aficionados desta arte, cada vez mais universal. A todos os que quiserem participar boa sorte, mas acima de tudo deêm largas à imaginação e expressem-se!

quarta-feira, setembro 21, 2005

Impedimentos ao amor... conclusão.


Li atentamente as respostas ao post anterior e eram exactamente aquilo que eu esperava. Conheço cada pessoa que escreveu (excepto o anónimo) e escrevem de acordo com a sua história pessoal, nomeadamente a história pessoal recente. Não se consegue ter uma opinião sobre o amor e as relações amorosas, sem se projectar para aquilo que se está a viver no momento. Até algumas pessoas que não comentaram, ou os comentários de "Isto é muito complicado!" têm directamente a ver com a vida pessoal de cada um. Os impedimentos e reticências citados são os impedimentos que estão a sentir nas suas próprias relações. "Uns acabam em casamento, outros acabam com ódio um do outro" "O amor deve ser livre, sem barreiras e transversal " "fixações por situações ainda mal resolvidas; filhos: divórcios complicados;" "o lume nunca pode ficar muito frio, suporta muito melhor grandes ebulições do que o frio" " Ficas apanhado por uma mulher de 17 anos ou por uma de 40 divorciada com filhos" "isto é complexo demais", seja o que for que se diga a ligação é imediata.
Como tal deixo a minha opinião, baseado como todos nos meus casos e dúvidas. Não existem impedimentos ao amor! Existem barreiras e obstáculos, mas acima de tudo existe a vontade ou não de os ultrapassar. A maioria dos problemas que existem, partem única e exclusivamente do excesso de análise, do medo, ou de complexos e preconceitos. São factores internos que se resolvem pela própria pessoa, mesmo que à primeira vista pareçam factores externos. Idade, dinheiro, situação familiar, projectos de vida ou "hábitos de solteiro" são situações que dependem apenas da vontade individual, mesmo que não pareça à primeira vista.
Amor precisa de tempo, mesmo com uma enorme paixão inicial, precisa de cuidado e investimento para poder existir. À excepção de algumas raríssimas situações extremas, o amor depende da vontade de amar, depende de nós próprios, dos riscos que estamos dispostos a correr e dos medos que estamos dispostos a enfrentar.

terça-feira, setembro 20, 2005

Quais serão os impedimentos ao amor?


Tem estado na ordem do dia. Anda toda a gente à procura de rumo. Dos 33 aos 17, parece que de repente ficou toda a gente solteira e à busca de um caminho. E, obviamente, as conversas sobre o tema entre amigos multiplicam-se. Ontem falou-se nas barreiras ao amor. Achei interessante... o que é que pode impedir um relacionamento entre duas pessoas?
Em vez de fazer uma dissertação sobre o tema qustiono-me apenas: quais os verdadeiros impedimentos que podem aparecer?
De repente vêm-me à cabeça alguns, atracção física (mínima), projectos de vida comuns, background pessoal, visão social e política do mundo, interesses comuns, pressão familiar, dinheiro, idade, distância geográfica, medo do ridiculo, preconceitos e ideias pré-concebidas, timing, azar, destino...
Gostava de conhecer a vossa opinião. Serão estes o factores que determinam que duas pessoas não se aproximem (desde que exista uma empatia inicial)? Ou serão outros? E porquê?
Num próximo post deixo a minha opinião...

segunda-feira, setembro 19, 2005

Alegria, pesar e cinema!


Este fim de semana trouxe um pouco de tudo e óbviamente o inevitável cinema. Vi três fitas, e devia ter visto quatro. Houve uma melhoria de filme para filme, sem nenhum ser excepcional, portanto acredito que o quarto fosse mesmo muito bom!
Comecei com uma comédia completamente imbecil chamada Wedding Crashers. Foi um êxito nos E.U.A., e é a história de dois amigos que têm o hábito de ir a casamentos a que não são convidados para engatar miudas. Sim eu sei, a premissa já me devia ter avisado, mas fui em missão de boa vontade fazer companhia aos papás. Apesar de uma ou outra gargalhada, não passa de um conjunto de imbecilidades mais ou menos grosseiras com o inevitável happy end da praxe.
Sábado à noite foi a vez dos Edukadores. Filme alemão com o mesmo protagonista de Adeus Lenine, conta a história de dois amigos que se auto-intitulam os Edukadores. É uma história cheia de idealismo de esquerda, com um ponto de partida interessante, onde a luta politica, a vontade de mudar o mundo, o amor e a exuberância da juventude se misturam, mas com uma resolução forçada e inconsequente. Um filme que promete mas fica aquém das expectativas.
Por último, no Domingo, o Cinderella Man, a história verídica de James Braddock um boxeur que foi quase campeão do mundo, para perder tudo com a Grande Depressão, regressando da miséria para inspirar toda uma nação. Ron Howard nunca foi um realizador brilhante, mas consegue aguentar bem o filme, puxando a emoção nos momentos exactos. Zellweger, Giamatti e principalmente Russel Crowe têm bons papeis. E apesar de não ser um clássico não deixa de ser uma história tocante de amor e coragem e a busca da felicidade. Afinal, todos nós precisamos de um motivo para aguentarmos mais um round...

Esta noite...


Passei a noite no velório do avô de uma amiga...
É incrivel a importância dos pequenos gestos, a força que um abraço pode ter, a impotência que sentimos perante a vida...
E pouco mais resta que não... o silêncio.

sábado, setembro 17, 2005

Amizades... as velhas e as novas.


Ontem no início de uma bela noite, uma amiga minha virou-se para mim e com um tom de admiração disse "Miguel, estamos a ficar intimos!". A exclamação, seguida de risos, não era destituida de senso. Na verdade estamos a ficar bons amigos. Nada de estranho neste capítulo, tenho um grupo restrito mas importante de bons amigos, a questão é que apenas nos conhecemos há poucas semanas. Mas não parece importar, criámos uma empatia e estamos a cimentar uma relação que desconfio se tornará duradoura.
Ontem conheci outra pessoa. E, mistério inexplicável, ficámos à conversa até altas horas na madrugada. Outra pessoa com quem, sem saber porquê, tenho uma facilidade inusitada de conversação, um à vontade se calhar incomum. Tenho tido sem dúvida sorte nas pessoas que a vida tem posto à minha volta.
A questão que se levanta é porquê? Porque carga de água há pessoas com quem se criam laços rápidamente e outras com quem não se faz ligação? Não tem a ver com passado ou percurso de vida,conheço pessoas que vêm do mesmo sitio que eu, trabalham na mesma área, vieram da mesma faculdade ou com quem partilho até amigos em comum e mesmo assim não passam de conhecimentos de ocasião. Interesses idênticos talvez? Também não. Não é por alguém gostar de cinema, de teatro ou seja do que for, que se cria amizade. Não é por tendência politica ou inclinação religiosa, tenho grandes amigos que não partilham as minhas escolhas nesse ponto.
O que é então? O que é que liga duas pessoas? E até que ponto é que essa ligação faz uma amizade,ou seja, o que é mais importante, o que se sente ou a história passada? É que realmente há pessoas que no dia em que as conheci senti que as conhecia há anos...

sexta-feira, setembro 16, 2005

Eternamente à espera...


Comecei a pensar. Se combinasse um café com uma amiga e ela não aparecesse, qual seria o tempo máximo que esperaria? Acho que 41 minutos! Explico a lógica:

Dez da noite. O ânimo está elevado, vai ser o ínicio de um copo que se prevê agradável.
Dez e cinco. Chega o café, o copo de água o vinho do Porto e os aperitivos.
Dez e cinco e três segundos. O vinho é devolvido por vir com gelo.
Dez e dez. O café está acabado e os amendoins um pouco salgados.
Dez e doze. Olha-se pela primeira vez para o relógio.
Dez e quinze. Acaba o copo de água. Os amendoins estão realmente muito salgados.
Dez e dezoito. Reparo numa mulher bastante volumosa que olha para mim com olhar lascivo.
Dez e vinte. O empregado, velho conhecido, pergunta divertido: “Então e a companhia?” Encolho os ombros.
Dez e vinte e um. Olha-se de novo para o relógio.
Dez e vinte e três. Uma música pirosa começa a arranhar os nervos.
Dez e vinte e cinco. O olhar da mulher começa a incomodar-me. Evito olhar de volta não vá ela pensar que estou interessado.
Dez e vinte e seis. Olho para o télemovel. Não há mensagens.
Dez e vinte e sete. Começo a mexer-me no sofá. As costas doem-me.
Dez e vinte oito. Os três empregados baixam o tom de voz. Paranoico acho que estão a falar sobre mim.
Dez e vinte oito e trinta segundos. Olho de novo para o relógio. Mas que se passa.
Dez e vinte e nove. Engasgo-me com um amendoim. Podiam dar-me outro copo de água?
Dez e trinta. Começam os suores frios.
Dez e trinta e um. Creio que a mulher está a tentar dar-me um olhar fatal! ARGH!!
Dez e trinta e dois. Deixo de saber onde pôr as mãos, os braços, o corpo. Começo a mexer-me para encontrar uma posição confortável... impossivel!
Dez e trinta e três. Entra uma rapariga. O coração dispara (não me deixaram pendurado!) – mas afinal não era ela...
Dez e trinta e quatro – O melhor é fazer pose gay para ver se a mulher deixa de olhar para mim.
Dez e trinta e seis – O empregado sorriu-me. Deixei a pose gay em dois segundos.
Dez e trinta e sete – A mulher está nitidamente confusa com os meus sinais mistos.
Dez e trinta e oito – Ganho a certeza que os empregados se estão a rir baixinho de mim!
Dez e trinta e nove – Desisto. Nem telefonema, nem mensagem, nem companhia. Peço a conta.
Dez e quarenta – Sem tirar os olhos do chão pago e dirijo-me para a saida.
Dez e quarenta e trinta segundos – Olho à porta do bar em volta. Quase juro que vejo um vulto a esconder-se na esquina quando saí.
Dez e quarenta e um – Vexado vou para o carro e vou para casa a assobiar uma música para disfarçar.

Safa... eternamente à espera...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Cinema em casa


Eu sei, eu sei, dá mesmo mau aspecto fazer este post. Parece que estou aqui a fazer publicidade mas foi um post prometido a um amigo. Então vamos lá:
Os Canais Lusomundo são quatro: Premium, Gallery, Happy, Action. O Premium só tem inéditos em televisão, filmes que nunca passaram em canal nenhum português, tenham feito cinema, video ou estreia absoluta no nosso país. O Action é um canal de acção, suspense, terror, enfim, emoções mais fortes, que é como quem diz, murro, pontapé e estalada. O Happy é um canal que tem como base a comédia (que pode ser comédia para adultos), mas também passa filmes para a familia, desenhos animados, filmes de aventura e romance. O Gallery tem tudo o resto (e na minha opinião é de longe o melhor canal) porque tem todos os grandes clássicos, os dramas, cinema do mundo e alternativo.
Cada canal passa 9 filmes diferentes todos os dias, excepto o Premium que passa 8. As horas que sobram (madrugadas e manhãs) são preenchidas com as rebatidas desses mesmos filmes. Cada filme está em média no canal 10 meses e passa 10 vezes ao longo da sua vida (mais rebatidas). Estreiam 20 a 30 filmes por mês, por canal, o que dá cerca de 100 filmes novos todos os meses (no mínimo 2 estreias por dia entre os 4 canais), e um acervo total de cerca de 1000 filmes em dado momento. Existem acordos com todas as majors americanas e a maioria dos distribuidores independentes portugueses, o que dá acesso a mais de 95% dos filmes que fazem cinema e um lote enorme de hipóteses de películas de todo o mundo. Esta situação é practicamente inédita em qualquer parte do planeta, nem HBO nem Sky Movies ou qualquer outra grande canal de cinema pago tem acesso a uma gama tão alargada.
Os formatos originais são sempre respeitados, bem como as durações dos filmes (com rarissimas excepções). Existe também uma preocupação acrescida com a qualidade técnica dos masters e preferência pelo 16x9, que nem sempre está disponivel.
Em termos de programação, para além dos imensos inéditos, existem mensalmente múltiplos festivais e sessões especiais dedicados a actores, realizadores, géneros, datas (programação especial de Halloween por exemplo em Outubro) ou até formas de filmagem e produção (Technicolor será um exemplo). Tudo isto com uma equipa de programação de primeira linha! (eheheh)
Quanto ao preço temos pelos 4 canais 15€ por mês, dá 15 cêntimos por cada estreia; 1,5 cêntimos por cada filme em exibição no canal. Um filme no cinema custa 5€ por pessoa por filme. Um aluguer custa 3,5€ por filme. E quer num caso quer no outro estão limitados às novidades (no video filmes com mais de dez anos é raro encontrar), enquanto que nos Canais Lusomundo existem filmes desde o início da história do cinema até ao ano passado.
Bom... creio ter ficado o esclarecimento dado. Qualquer dúvida é só perguntar...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Direito ao insulto


Não sou jurista nem advogado, nunca tirei nenhum curso de Direito, nem estudei leis. Portanto aquilo que vou aqui dizer não é baseado em nenhum pressuposto legal, mas sim na minha opinião pessoal.
Direito ao insulto. Sou a favor do direito legal ao insulto. Mas antes de continuar vamos definir insulto: substantivo masculino - acto ou palavra ofensiva; injúria; afronta; ofensa; agravo; ultraje.
Quantas vezes não ouvi já que tal pessoa pôs um processo em tribunal por se sentir ofendida, injuriada, ou afrontada pelas declarações de outrém? E como se define a injúria ou a afronta? Pelo dicionário não chegamos lá, a definição de injúria é afronta e vice-versa. Como chegar então a um patamar legal de concórdia? O que é que é passivel de ofender alguém? Porque a partir do momento em que começamos a criar definições sobre o que é insultuoso ou não, estamos a um passo da censura. Não pode ser o critério pessoal de cada um, visto que esse é um padrão muito variável. Não se sentirá um político insultado com artigos de opinião que o criticam? Ou qualquer figura pública com sketches de comédia. Católicos com os anúncios das Amoreiras, judeus com a Paixão de Cristo, os benfiquistas com as piadas à prestação da equipa de futebol. Eu, quando voto num tipo que me mente descaradamente. Revolucionários de Abril se lhes disserem que têm tendências de direita. Onde demarcar o limite? No palavrão? Nem aí, visto que frequentemente em certos locais, ou entre amigos o palavrão é usado de forma frequente. De notar que não estou a falar de calúnia ou difamação, que consiste em acusar alguém de algo que não fez. Caso completamente diferente, que está definido e precisa ser provado. O insulto é algo diferente, não acusa ninguém de nada, apenas agride.
Visto ser praticamente impossivel encontrar um padrão que permita de uma forma consistente definir o insulto (graus e intencidades de insulto incluidas), defendo que este é uma parte integral, digo antes, uma parte fundamental da liberdade de expressão de que todos usufruimos. Porque quando se permite que alguem proíba algo de ser dito entramos no caminho para o controlo do Estado, ou de um certo grupo de individuos sobre a opinião e liberdade de todos.
E não quero que qualquer filho da puta me controle o que eu posso ou não dizer!

terça-feira, setembro 13, 2005

Odores


Na volta do almoço, no meio de um calor incomodativo que hoje se abateu sobre Lisboa, passei por uma senhora que cheirava distintamente a insecticida. Não creio que fosse por defeito profissional, ou por ter estado a desinfestar a casa, mas porque comprou um perfume que cheira a Raid Casa e Plantas. O pior é que se borrifou abundantemente com a mistela produzindo um odor intragável. Não consegui disfarçar uma careta de desgosto, que espero ninguem ter reparado. Na verdade o que é que passa pela cabeça de uma pessoa para por aquilo no corpo? Qual é a ideia? Mais valia o cheirinho a sabão azul e pronto, assunto arrumado. É como as senhoras que tomam banho em essência de flores, perfumes muito doces e enjoativos, adocicados até não puder mais. Ao entrar no eleveador podemos afirmar com certeza que a vizinha do quarto andar chegou a casa há pelo menos dez minutos. São capazes de destruir uma ida ao cinema, só pela agressão às nossas pobres narinas.
Ou os pseudo-executivos de fatinho encharcados em Old Spice marado, realmente convencidos que aquilo dá cheiro a homem! Argh! Sabãozinho azul e desodorizante neutro que é para jogar pelo seguro!
Sempre fui muito consciente dos cheiros, a primeira impressão que tenho de alguem é muito condicionada pelo odor. Na verdade pode-se dizer muito sobre a vida de alguem, até mesmo da personalidade apenas com o nosso nariz. E sempre me fez muita confusão o desleixo a que algumas pessoa se deixam levar. Mas mal por mal, às vezes prefiro o cheiro a suor, esse aroma invasivo que se evapora de muito corpinho transpirado, do que as mistelas que se põem para o disfarçar.
Raid Casa e Plantas... espero que ao menos não seja mordida por mosquitos!

segunda-feira, setembro 12, 2005

Comidas...


Tenho a mania que não cozinho mal. Aliás sempre que vou passar férias sem ser com os papás acabo por ter a tarefa de cozinheiro. Com raras exepções sempre fiz coisas comestiveis e ainda ninguem foi parar ao hospital... por enquanto!
No outro dia resolvi grelhar umas coxas de frango em casa. Temperei-as e cozinhei-as. Como não sou completamente atado pu-las em lume brando. Aquilo não são bifes, demoram muito tempo, e não queria deixar queimar. Fiz uns cortes na carne (dica de uma amiga) e fui dando a devida atenção ao processo.
A carne estava tenra, no ponto, a pele estaladiça e bem grelhada. Mas não sabia a nada! Zero! O tempêro tinha sido uma desgraça. Foi então que me bateu, eu até tenho jeito mas há coisas básicas que não sei fazer! Seguir uma receita não constitui problema, mas o dia a dia não pode ser feito de receitas e comida de congelador. E com a casa practicamente pronta, este torna-se num problema grave.
Pedi então auxilio à maior entidade neste dominio. A sumidade máxima. A minha mãe! E a partir de hoje vou ter lições prácticas de comida básica. Vou começar com carne picada para lasanha, bolonhesa e outros prácticos pratos. Já aprendi tortelinis. Todas as semanas um prato diferente. É uma questão básica de sobrevivência. Pelos menos mão penso que tenho (quem já comeu o que cozinho que diga de sua justiça), agora falta o saber fazer. Depois convido-vos para lá irem experimentar.

domingo, setembro 11, 2005

Piratas!


"Ontem vi um filme muito bom. Saquei da Internet!"
Aí está em força, a pirataria espalha-se como um virus por todos os meios audiovisuais e transforma-se numa praga impune practicada por milhões de pessoas no mundo inteiro.
Começou pela música. Cd's inteiros ripados online, com sites vários e programas como e Emule a servir de base de propagação a esta práctica. Agora, com o desenvolvimento da Internet de alta velocidade, os piratas viram-se para filmes e jogos que, até há pouco tempo, eram practicamente inacessiveis, devido ao tempo ilimitado que demoravam a descarregar. O meio musical ainda tenta responder disponibilizando as musicas para download legal a preços convidativos, mas os maiores clientes são... os piratas.
O problema é a perfeita impunidade com que todos os agentes envolvidos se movem no meio. As prisões não se efectuam e as próprias pessoas que descarregam filmes e músicas ilegamente não sentem estar a fazer nada de errado. Cada um de vocês contribui de forma activa para o enfraquecimento da industria do entertenimento e audivisual. Cada artista, cada autor, a única coisa que tem como sustento de vida são os direitos sobre a sua obra, direitos esses que lhe são roubados como quem rouba uma mala de uma loja. Para além do próprio artista existem milhares de pessoas cujo trabalho gira em torno da obra cultural, programação, publicidade, exibição, divulgação, gravação, design gráfico, marketing, e toda uma imensa estrutura de apoio desde os estudios à mais modesta secretária. Todas estas pessoas têm o seu futuro em risco graças à pirataria. Quer queiramos, quer não vivemos numa sociedade capitalista. Se o investimento em certo sector não produz os lucros desejados, existem outros sitios onde aplicar o dinheiro. Ao piratiar está-se a queimar os lucros das empresas que possibilitam a existência destes produtos (no caso do cinema então sem essas empresas é impossivel fazer o filme). Sem esses lucros as companhias desinvestem e o aparecimento de mais musica e melhores filmes, de novos artistas e criadores é atrasada ou em alguns casos completamente bloqueada.
No entanto toda a gente copia, faz dowload, grava e distribui com a maior das impunidades, fazendo gala em "sacar" tantos filmes ou músicas da net...
São criminosos, sem outra palavra, que põem em causa a subsistência da própria arte que admiram. E até se convencerem disso nada nunca há-de mudar...

sábado, setembro 10, 2005

Perdidos na vida...


Por vezes há personagens que se atravessam à nossa frente e nos captam a atenção. Ontem antes de entrar para a cinemateca fui tomar um café ao pé do S. Jorge. Estava em pé devido à pressa. Cambaleante, entrou um homem que se pôs ao meu lado. Tresandava a vinho e lixo. Pediu uma bica em chávena escaldada e tinha um livro de bolso na mão que pousou em cima do balcão. Estranhei que um tipico bêbado de Lisboa andasse com um livro atrás. Espreitei para o título era a Biblia Sagrada. Nem sequer tinha visto uma biblia sem ser com uma encadernação dura. O homem balbuciou qualquer coisa imperceptivel. O empregado com um excesso de zelo lamentável disse-lhe com maus modos enquanto pousava a bica à sua frente: "O senhor entrou sozinho e fica sozinho! Não se dirige aos clientes!" " Mas o que foi que eu disse?" - perguntou atónito o homem. Por trás do balcão chegou um outro empregado que perguntou o que se passava e olhando para a chávena interrogou o colega para quem era. Este respondeu que era para o velho. Sem saber muito bem porquê o bêbado respondeu baixinho "Mas se quiser leve lá o café...". Ouvindo isto o empregado mais velho tirou a chávena da frente e disse "Então pronto não bebe e acabou-se!" O mais novo aproveitou a dica e gritando pôs o homem na rua. Quando saí apressado passei pelo homem. Estava parado à porta do café. Tinha um saco numa mão. Uma biblia de bolso na outra. Estava sozinho a tresandar a vinho e lixo. Olhava para o chão, quieto, com o olhar perdido. Procurava a salvação, mas não a encontrou...
Quando vou para o emprego passo sempre por um homem que deve ter cerca de 60 anos. Vive ali ao pé do Campo Pequeno decerto. Todos os dias tem roupa lavada, a cara limpa e as unhas cortadas. Costuma vestir uns calções pelo joelho, boné de pala, polo por dentro das calças e suspensórios. Umas sandálias e meias brancas. Pelo aspecto asseado não está sozinho na vida. Tem um olhar vago. Deambula por aquelas ruas sem sentido, sem destino. Olha para a cara das pessoas que passam com uma expressão longínqua. Fica a olhar para os teus olhos por momentos esperançado, depois baixa a cabeça triste e continua o seu caminho até aos próximo olhar que se cruze no seu. Creio que procura quem o reconheça.
Às vezes há personagens que passam por nós perdidos na vida...

sexta-feira, setembro 09, 2005

Um mês de sopros...


Faz hoje um mês que nasceu o Sopros D'Improviso. Sem propósito imediato, nem estrutura definida lancei para o ciber-espaço mais um dos milhões de blogs anónimos que por aqui habitam. Não lhe dei muita importância, apenas mais uma página vazia onde escrever. No entanto, dia após dia, foi crescendo lentamente ganhando forma. Por isso acho que hoje merece uma menção pelo seu primeiro mês de vida.
Num outro blog li "Blogs are for arrogants". "Let's face it: Blogs are for the arrogant. They're here because there is a gross demand for the need to express your opinion. Now, there's nothing inherently wrong with that, it's just that nobody gives a fuck what you think. Hopefully, nobody gives a fuck what *I* think." O rapaz estava nitidamente irritado com a vida, mas não deixava de ter alguma razão. É uma necessidade bruta de nos expressarmos, mesmo que não exista nada de importante para dizer. E no entanto dizia uma amiga minha "Escrever é uma forma de pensar duas vezes no assunto." Ao escrever sobre a minha vida é uma forma de repensar aquilo que me acontece. Mas escrever para quem? Porque não num caderno diário em casa, como um resquicio de "uma adolescência retardada", como já foi aqui dito?
Porque a folha de papel é um acto auto-centrado, enquanto que o blog tenta chegar a outros. Mais, o blog é um espaço interactivo de partilha, onde não só escrevo mas recebo de volta, sob a forma dos comentários que são aqui afixados. Como tal, queria agradecer a todos os que participaram no nascimento deste espaço. Sem o contributo de todos os que lêm e principalmente dos que escrevem para aqui, isto não seria mais que um caderno vazio sem nenhum interesse. São vocês que dão a vida e a alma a este sitio. Queria portanto que deixassem os vossos comentários e sugestões, não só a este post mas ao blog, a este inico de projecto. O que gostaram ou não gostaram, sugestões, criticas e ideias. São todos bem-vindos, desde os velhos amigos, a aqueles que aqui aterram pela primeira vez.
Um pequeno texto de uma das mais bonitas musicas escritas nesta lingua de Camões, que acho que se adequa. A interpretação é obviamente... livre.
"De como aqui chegar...
Não vale a pena
já que a moral da história é tão pequena...
Que nunca, por vingança eu vos daria,
no ventre das canções sabedoria.
Ser solidário assim
para além da vida.
Por dentro da distância percorrida,
fazer de cada perda uma raiz.
E improvavelmente... ser feliz..."

Obrigado a todos. Vemo-nos por aí...

quinta-feira, setembro 08, 2005

Plan 9 From Outer Space


Amanhã à noite vou à cinemateca ver um filme inserido num ciclo de zombies chamado "Plan 9 From Outer Space". Ao contrário do que seria de esperar não vou ver a fita com esperança de ter medo ou sequer ver um bom filme. É exactamente o oposto, espero talvez rir-me um pouco e encontrar das piores coisas que se fizeram na sétima arte. É que Ed Wood é considerado o pior realizador de todos os tempos e este é o expoente máximo da sua obra.
Wood era um apaixonado pelo cinema e um ingénuo, acreditando realmente que estava a concretizar peças para a posteridade. Curiosamente tinha razão pelos motivos errados. O seu trabalho é até hoje visionado, editado, publicado e revisto. Foi inclusivé inspiração para uma pelicula perturbada do genial Tim Burton.
A questão que se levanta é como? Como é possivel alguem que falha de tal maneira naquilo que faz, ser várias décadas depois referenciado numa cinemateca? Talvez porque a mediocridade nunca prospera apenas nos lembramos daqueles que se excederam, neste caso um excesso profundamente negativo. Não é todos os dias que alguem é considerado o PIOR do mundo em qualquer coisa.
Ou será pela ingenuidade, pela dedicação? Na verdade Ed Wood não queria ser o pior, ele almejava ser o melhor. Não é um Cebola Mole do cinema, não é uma sátira. É alguem que se empenhou, dedicou uma vida. E esse tipo de paixão normalmente é recordada...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Quando a cabeça não tem juizo...


Não há maneira de aprender... Não há mesmo!
Ontem tinha planeado uma noite sossegada. Sair a horas decentes do emprego, jantar com calma e ir para Setubal ter com uns amigos ver uma peça d' O Bando que estava em cena no Inatel (quem leia este blog com regularidade pensa que eu sou um fã incondicional desta companhia, o que é verdade mas tem sido coincidência a repetição em tão pouco tempo).
Sair do emprego a horas... mentira! Fui a correr para casa onde fiz qualquer coisa para jantar (?) que estava demasiado salgada. Sem perder tempo pus-me a caminho da ponte. Felizmente cheguei a horas (graças tambem a uma amiga minha que sabe dar indicações como ninguem).
A peça, curta, era divertida e bem escrita, com uma máquina de cena engenhosa, tal como é apanágio da casa.
Voltei para Lisboa e como a noite não ia avançada liguei-me por um momento à net. Erro fatal!
Conversa puxa conversa, deitei-me já passava das três!
Hoje acordei (?) atrasado, olheiras até aos joelhos, barba por fazer e algum mau humor que começa agora a dissipar-se.
E sono... muito sono... Porque carga de água é que insisto em fazer coisas que depois me vou arrepender? Porque é que o ser humano insiste em repetir experiências que dão mau resultado vezes sem conta?
Bom... pelo menos ontem valeu a companhia, a discussão e uma musica... E isso já conta para alguma coisa...

terça-feira, setembro 06, 2005

Elogio da muher


Propus-me fazer um elogio à mulher... mas desde o inicio que me deparei com as minhas próprias limitações. Como fazer este elogio tantas vezes formulado, mas raras vezes repetido?
Por onde começar? Pelo traço harmonioso das curvas do seu corpo? Pela sensualidade inerente ao seu gesto, à sua forma, que brota viva indiferente à idade, altura ou sequer peso? Ao doce perfume do seu aroma? Ao ondular inebriante dos seus cabelos, a quase etérea beleza do seu rosto, que assume tantas formas como uma nuvem e retém a eterna perfeição de uma gota de água? Não... não conseguiria em palavras descrever a beleza por trás de todas as mulheres...
E mais reduzi-las a um corpo seria como reduzir poesia a tinta numa página.
Falar então do seu modo, do seu jeito? Bem sei, como seria eu capaz, quando cada pessoa é singular e distinta? Mas por detrás de cada mulher existe uma forma mais suave, um modo mais terno, uma cultura mais atenta ao promenor de quem vive dos pequenos sopros que a rodeia. De quem pressente os gestos, os tempos, os toques, como sendo o nucleo de uma vida. E reduzir a mulher a um ser mais sensivel seria justo?
Inteligência? Eterna disputa, mas será erro meu quando afirmo que sinto nas mulheres uma capacidade de abstracção superior, um raciocinio mais alargado e profundo? Talvez seja daquelas que conheço...
Amizade, companheirismo? O eterno ombro amigo, a mente aberta para ouvir, o à vontade de chorar sem julgamentos, o contacto mais profundo com os sentimentos? Será aí que reside o verdadeiro elogio? Ou na folia, boa disposição, complexidade de temas e brincadeiras? Não... uma vez mais peco por incapacidade...
A força? Sim talvez seja isso... A mulher é por natureza forte, não me refiro à força bruta da besta de carga, mas sim à verdadeira resistência fisica e emocional, a não cedência à dor e a energia insuspeita que consegue sempre desenterrar nos momentos em que nós apenas cedemos ao desespero. Os caminhos incontáveis capaz de percorrer por quem ama, a ligação aos filhos e familia, o bastião (muitas vezes desprezado) que norteia quem os rodeia. E, no entanto, parece-me tão pouco...
Devo render-me às evidências, não possuo espirito nem arte que me permita o verdadeiro elogio da mulher, não de uma mulher, mas de todas, na sua complexa amplitude de qualidades e defeitos que até hoje não cessa de me surpreender.
E como tal devo conter-me e não o escrever...

segunda-feira, setembro 05, 2005

Desculpa


Há mesmo daquelas pessoas... Nunca as vimos antes, não tivemos o minimo de contacto, de repente começamos a falar e existe ali uma ligação qualquer de intimidade. Parece que nos conhecemos há anos, que somos velhos amigos a relembrar tempos outrora passados e histórias vividas em comunhão. Daquelas pessoas que nos fazem falta. E às vezes, sem grande saber nem porquê cometemos o disparate de os magoar...
O único problema é que entre velhos amigos existe uma vida, um passado, uma relação que ajuda a perdoar. E entre novas amizades só existe a vontade...

O poder das estrelas...


Vai começar a ser construido para o Verão de 2007 em França, um reactor experimental de fusão nuclear. Este processo de criação de energia (que usa o processo oposto às actuais centrais de cisão nuclear) está ainda numa fase muito inicial de desenvolvimento. O projecto que demorará meio século a estar pronto e custará várias centenas de milhões de euros, procura criar uma fonte limpa e practicamente inesgotável de energia, utilizando exactamente os mesmos meios que as estrelas usam. Os testes feitos até agora em fusão nuclear gastaram mais energia do que aquela que produziram, mas provam que é possivel utilizar este método. Talvez não no nosso tempo de vida, mas provavelmente os nossos filhos poderão viver num mundo em que a dependência do petróleo deixe por completo de existir.
Se pensarmos então que dinossauros como Soares ou Cavaco se recusam pura e simplesmente a morrer, podemos ter a certeza que as reservas de petróleo (para além de se gastarem a um ritmo demasiado elevado) não terão nenhum tipo de renovação.
Jovem... enquanto a fusão nuclear não for uma realidade, junta-te a nós nesta luta pelas reservas petrolíferas, deixa os dinossauros morrer! Pelo bem da Humanidade...

domingo, setembro 04, 2005

Duas Duplas

Ontem antes de ir jantar com uns amigos a Setubal passei pela Fnac do Chiado para fazer a minha compra mensal (pois é... tão mal de finanças que preciso controlar até os CD's). Ia com uma hipótese: Joanna Newsom. Ouvi diversos albuns e escolhi dois. A já referenciada Newsom e o último albun de Goldfrapp. Apesar de estarem na mesma vaga categoria de "Musica Alternativa" os dois são completamente diferentes. "The Mylk Eyed Mender" é um disco calmo, com uma mistura fantástica da voz aguda de Joanna e a melodia da sua harpa. Já "Supernature " é uma fusão sonóra profunda, um estilo mais electrónico e pesado, mas realmente potente e original. Na memória auditiva fica-me um fantástico "You Never Know", quarta faixa do CD. Obviamente o tempo é fundamental para uma opinião mais fundamentada, mas ambos me parecem uma excelente compra.
Hoje à tarde fui a mais uma sessão dupla de cinema. Com tanta coisa para ver escolhi os dois filmes que mais jeito dessem do ponto de vista do horário, no Monumental. Calhou-me Land Of The Dead de George Romero e The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, baseado num famoso livro cómico de ficção cientifica.
No primeiro Romero completa o seu ultimo filme sobre zombies (o quarto). As ligações a Carpenter e consequentemente a Hawks são óbvias. Rio Bravo, Assalto à 13ª Esquadra e posteriormente Os Fantasmas de Marte são referências primeiras. No entanto Romero consegue criar uma ligação ao estado de paranoia geral que se vive nos E.U.A., é o mal que vem de fora a atacar uma super-protegida sociedade de luxo, onde as diferenças sociais são acentuadas, e a revolta social eminente. Existe uma humanização dos mortos-vivos e uma demonização dos humanos, em que os truques baratos que os últimos usavam para enganar os primeiros deixam de funcionar. Estes agora pensam e agem em conjunto, apesar de ambos procurarem o mesmo, apenas um sitio onde estar. A frase fabulosa "Sky Flowers don't work anymore!" que um dos personagens diz ao se aperceber da evolução dos seres maléficos resume tudo. Um filme interessante com a dose necessária de gore a uma produção de Romero.
Já "Á Boleia pela Galáxia" é uma comédia non-sense sobre um homem que apanha boleia para fora do planeta Terra momentos antes de este ser destruido para dar caminho a uma auto-estrada inter-galáctica. O filme tem momentos de loucura absoluta, com uma produçãototalmente inglesa (alguns dos actores serão reconhecidos da melhor brit-com que por cá passa). Acredito que os livros sejam mais elaborados (como sempre) mas a pelicula aguenta-se bem nos seus próprios méritos. Afinal, quem não quereria sair deste grão de areia e viajar pelo Universo nos braços do amor da sua vida?

sábado, setembro 03, 2005

Super Stereo Demonstration


E assim foi... mais uma noite passada no Bairro. Desta vez com uma amiga minha que se dedica agora ao video. Começou por cinema, mas escolheu agora uma forma mais libertadora de trabalho audio-visual, que lhe permite não estar completamente amarrada a uma história ou argumento tradicional. Perguntei-lhe se podia ver algum trabalho recente e ela disse-me que uma das hipóteses era no próximo fim de semana numa coisa chamada Super Stereo Demonstration. E nada melhor que as palavras dos organizdores para vos explicar o que isto é:
"Este evento pluridisciplinar de carácter independente e produzido pela esitora Variz com o apoio do Municipio de Celorico da Beira, funciona como espaço privilegiado para mostrar uma parte da mais recente produção nacional no dominio da musica electrónica, performance e video-art, promovendo a experimentação alargada dos processos pluridisciplinares."
É na sexta e sábado dias 9 e 10 de Setembro no Castelo de Linhares da Beira ao pé de Celorico. Mais informações pelo 963743973.
Se lá forem não percam na torre de menagem o DVD Art-Screening até às 3 de manhã em ambos os dias onde vai passar, entre muitos outros, o trabalho da Ana Bezelga (a tal minha amiga). E não percam no dia 9 às 20h30 o concerto com Producers + Hana Bi, onde a dupla Producers cruza a sua música com as imagens de Hana Bi (nome de VJ da Ana). Um VJ, para aqueles que como eu eram totalmente ignorantes no assunto, é como um DJ mas com video, apesar de neste caso especifico seja um trabalho em video já pré-montado.
Primeiro post de divulgação cultural. Se lá forem devem, para além de apreciar toda a demonstração, conhecer algumas das pessoas que conheci ontem e, só por isso, já vale a viagem.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Holocausto Canibal


Hoje na vinda para o emprego resolvi dar um descanso aos CD's e ouvir um pouco das noticias da manhã, coisa que já não fazia há algumas semanas.Nova Orleães foi atacada por um furacão há poucos dias. Para alem do drama humano e estragos materiais que tal acontecimento acarreta, descobrimos agora que a cidade se transformou numa lojinha de horrores. Os planos de evacuação eram practicamente inexistentes, milhares de pessoas ficaram para trás, houve quem fugisse direito ao centro da tempestade, outros que procuraram refúgio no estádio da cidade que alberga agora cerca de 60 mil pessoas. A questão é que o referido estádio não tem comida, nem água, nem condições sanitárias mínimas. As pessoas não foram revistadas à entrada e temos portanto niveis de insegurança brutais com confrontos armados gravíssimos num recinto fechado. Nas ruas a situação não é melhor. Pilhagens e roubos constantes, pessoas presas nas suas casas, um numero de mortes crescente, hospitais com centenas de doentes que procuram evacuação imediata, mas sem ter quem os acuda. Os meios são escassos e o Mayor já disse às pessoas que pudessem para fugir, vejam bem... a pé! Os gangs armados tomaram conta da cidade. Jornalistas fogem do local com medo pela própria vida, assaltos homicidios e violações tornaram-se numa norma. Declarações oficiais foram feitas a dizer que andar na rua é por a vida em jogo e pedindo principalmente às mulheres para não sairem de casa! Policias incapazes de controlar a situação deixaram de se apresentar ao serviço ou barricaram-se nos telhados das esquadras!! Cerca de 300 soldados vindos do Iraque (onde parece não haver esta barbárie!) vieram para tentar repor a ordem com autorização para atirar a matar! Enquanto isto George W. Bush goza a sua quinta semana de férias! Não estamos aqui a falar da Somália ou de um qualquer pais de terceiro mundo, mas sim da maior super-potência mundial, auto-proclamada defensora do mundo livre! É esta a democracia que estão a levar ao Iraque e Afeganistão? Esta versão ocidental do Holocausto?


Um estudo de dois cientistas ingleses vem dizer que descobriram a origem da BSE (doença das vacas loucas), que até agora se mantinha uma incógnita. Ao que parece a doença foi transmitida através de rações de origem animal provenientes da India. O horripilante da história é que estas rações eram compostas em parte por restos humanos que sobravam de rituais Hindus. Os corpos são queimados e os pedaços que sobravam flutuando no rio Gangees eram utilizados por uma empresa para fazer rações. Isto não é ficção cientifica, nem as hipóteses apresentadas por dois loucos, mas sim um estudo credivel. Eram esses componentes humanos que já vinham doentes que infectaram as rações, em seguida as vacas e por fim de novo os seres humanos no resto de globo! Uma espécie de canibalismo pós-ritual com intermediário!
Desliguei o rádio... pus de novo uma musica a tocar e tentei por uma vez sonhar que não vivo neste mundo...

quinta-feira, setembro 01, 2005

Yoga


Comecei há cerca de um mês aulas de Yoga. De início foi apenas por experiência, uma amiga minha ia dar duas aulas de substituição no ginásio onde ando há pouco tempo e resolvi experimentar. Senti-me completamente deslocado, verdade seja dita existem várias razões para eu não voltar lá. Sou completamente desconjuntado, não tenho o minimo de flexibilidade e equilibrio, existem lá pessoas capazes de posições corporais que só tinha visto no Exorcista e sou o único homem da turma, raras vezes acompanhado por mais um ou dois. Mas, por incrivel que pareça, adorei as aulas. E comecei a adorar desde o momento em que, a meio da primeira, descobri que o Yoga é algo profundamente pessoal, não se trata de quem chega mais longe ou faz melhor, não há nenhum tipo de comparação a ser feita ou competição a realizar. É uma questão de equilibrio fisico e psiquico, de auto-descoberta e desafio interior. Melhora a nossa postura, elasticidade, mas acima de tudo (pelo menos para mim), traz uma paz, uma calma e relaxamento bem importantes hoje em dia...