terça-feira, agosto 30, 2005

Que se fodam!!!!


Que se fodam os intolerantes! Os racistas ignorantes, imbecis reprodutores de uma ideia retrógrada de superioridade fisica!
Que se fodam os homofóbicos! Que sejam sodomizados até à eternidade, quem se julgam para julgar seja quem for? Impotentes merdosos, cuja grande dúvida é se não serão traídos pelo seu próprio corpo!
Que se fodam os misógenos! Que acham a mulher um ser inferior para ser apenas apreciado como um bife de vaca ou uma montra de um stand de automóveis! Que olham para o sexo como masturbação colectiva e para a companheira de uma vida como criada substituivel e ocasional meretriz!
Que se fodam os fanáticos religiosos! Criados em nome de Deus, dos mais belos principios e ideais, que são o pus que fermenta por debaixo de todo o lodo! Que perpetuam os mais horrificos crimes, que matam e deixam morrer! Que transformam o divino numa estátua de gesso para se vender num santuário qualquer e dar lucro a quem nem sequer acredita!
Que se fodam os corruptos! Trazem debaixo de si a responsabilidade de cuidar de nós, de tratar dos outros e vendem a alma em troco de um colar de pérolas!
Que se fodam os adeptos ferrenhos! Não vêm mais nada à sua frente que não seja uma bola e uma baliza, que insultam pela cor da camisola, que se transformou apenas numa segunda pele - pseudo racistas de merda!
Que se fodam os arrogantes de boas familias! Parasitas do mundo que julgam poder domar o universo no seu dedo mindinho apenas porque têm mais três apelidos que toda a gente!
Que se fodam os ignorantes! Que nunca pegaram num livro, nunca choraram num filme, nunca viram uma peça de teatro e se orgulham disso! Vermes que insultam quem sente e votam nas bestas que sempre nos governaram!
Que se fodam os neo-nazis! Cabeças rapadas que acumulam em si tudo o que há de repelente no reino animal! Que sejam todos arrastados para um campo de concentração por hordas ululantes!
Que se fodam os pseudo-intelectuais! Que se acham melhores que o resto de nós apenas porque conhecem os diversos nomes que formam uma biblioteca que eles nunca leram!
Que se fodam os modelos! Avaliam uma pessoa apenas pela sua cara, o seu corpo escultural e as suas mamas de silicone! Acordem cabrões tudo isso morre aos quarenta!
Que se foda o jet-set! Famosos por serem famosos! Capazes de vender a mãe por uma capa de revista!
Que se foda toda a gente que espezinha, que humilha, que julga, que condena, que destroi a vida de outros sem sequer olhar para trás!
Que se fodam os intolerantes... todos os intolerantes...
Que se fodam estes todos... principalmente aqueles que me estendem a mão e julgam que me rio das mesmas piadas e faço parte do seu grupo!
Vinte cinco anos a meter as mãos no lixo... Que se fodam!

Para além de nós...


Estava uma noite agradável, limpa, um pouco fresca, mas nada que uma camisola não resolvesse. A praia estava apenas a três passos e o mar, apesar de invisivel dado a hora, sentia-se, digo antes, pressentia-se num embalar reconfortante. O sitio era novo, para mim pelo menos, e é sempre agradável conhecer locais calmos para ir.
Apanhei uma amiga minha em Lisboa entre férias. Uma pequena paragem no caminho de Amesterdão para a Turquia (a inveja que lhe sinto consegue-se quase cheirar). No meio de conversas e fotografias o tempo descorria tranquilo e os temas em discussão passavam deambulantes de cidades, para gentes, hábitos, costumes e a vida em geral. Há sem dúvida pessoas assim, com quem se consegue falar de tudo um pouco, e damos por nós até a fazer confidências que outras pessoas só nos ouviram após muitos anos de confiança.
Era previsivel que numa noite como ontem se acabasse a falar de temas maiores que nós mesmos. O mundo, Deus, a Vida e tudo o que nos liga. O lado mítico e místico do que nos rodeia, religião e Igreja, Bem e Mal, sentimentos e sinais.
Até que a realidade me bate à porta e me lembra que hoje é terça feira, dia de trabalho, e que as horas de sono já iam ser parcas.
Pela primeira vez há algum tempo tive pena que a noite e a conversa fossem tão abruptamente acabadas.
É bom ter noites e reencontrar amigos assim.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Recordar


Às vezes sinto necessidade de recordar, relembrar-me de sensações e emoções que senti, sitios onde estive, pessoas que vi. Revejo velhos filmes de sempre e folheio livros antigos parando por vezes, com um sorriso, numa passagem familiar. Mas, apesar de ser uma pessoa do cinema, aquilo que melhor me põe em contacto com outros momentos é a música. Os sons têm uma forma de se colar à memória em conjunto com pessoas e vidas, trasportando-nos instantâneamente para um ponto no tempo. Desta vez foi Dave Matthews Band. Nunca fui grande fã, mas gostei bastante do album Everiday, que me faz lembrar de um Verão há uns anos atrás. Já agora, aqui fica uma letra para partilhar convosco.

When The World Ends

Oh when the world ends Collect your things You’re coming with me
When the world ends You tuckle up yourself with me
Watch it as the stars disappear to nothing
The day the world is over We’ll be lying in bed

I’m gonna rock you like a baby when the cities fall
We will rise as the building’s crumble Midst the burning we’ll be churning
Love will be our wings Passion rises from the ashes
When the world ends

When the world ends You’re gonna come with me
We’re gonna be crazy like a river bends
We’re gonna float through the criss cross of the mountains
Watch them fade to nothin When the world ends
You know that’s what’s happenin now I’m gonna be there with you somehow

I’, gonna tie you up like a baby in the carriage car
Your legs don’t work cause you want me so
You just lie spread to the wall
Love you got is surely all the love I would ever need
I’m gonna take you by my side and love you tall till the world ends

But don’t you worry about a thing No
Cause I got you here with me
Don’t you worry about a
Just you and me Floating through the empty empty
Just you and me
Oh graces Oh grace

Oh when the world ends We’ll be burning one
AhWhen the world ends We’ll be sweet makin love
Oh you know when the world ends I’m gonna take you aside and say
Let’s watch it fade away fade away
The worlds done Ours just begun Ours just begun

We’re gonna dive into the emptiness
We be swimming I’m gonna walk you through the pathless roads
I’m gonna take you to the top of the mountain that’s no longer there
I’m gonna take you to bed and love you I swear like the end is here
I’m gonna take you up to I’m gonna take you down on you
I’m gonna hold you like an angel
I’m gonna love you I’m gonna love you When the world ends
I’m gonna hold you When the world is over We’ll just be beg...

domingo, agosto 28, 2005

Multidão


Uma das coisas que me excita a curiosidade é o animal humano. A individualidade de cada um, os seus gostos, gestos, hábitos, medos e paixões. O facto de cada pessoa ser absolutamente única, cada rosto, cada corpo, com o seu proprio cheiro, o seu proprio gosto. Como tal tudo o que tem a ver com a pessoa individual me interessa.
Ontem acabei por ver um filme no Ávila (Safe) que, apesar de falhado, tinha o mérito de olhar para o dia a dia de alguem, os seus hábitos, crises e dores.
Após uma agradável conversa no Tertúlia no bairro, acabei a noite a observar pessoas... Passatempo curioso (vá doentio) mas não menos interessante... Quem é aquela gente que deambula de madrugada nas ruas da cidade? De onde vêm, para onde vão e o que é que as motiva? E já agora exercitar um pouco a imaginação e construir uma vida para os personagens mais bizaros (que abundam) na zona...

sábado, agosto 27, 2005

Another music

Ontem vi uma adaptação (muito livre) da Odisseia,escrita por dramaturgos de 12 paises diferentes e com actores de cada um dos paises (incluindo Portugal). O Bando é a companhia que representa o nosso pequeno pais, e que hospeda a peça durante a sua breve estada em terras lusas, antes de continuar a digressão pela europa. É quase sempre tudo falado em inglês, mas por vezes cada um dos actores fala a sua lingua original, numa Babel poucas vezes confusa, recorrentemente divertida e sempre imprevista. Se estão em Lisboa vão até Palmela hoje ou amanhã, porque senão...
A seguir à peça fui ao já inevitável Bairro. Noite divertida em que, graças à pequena embriaguez, acho que não me calei por um segundo.
Mas pelo menos tive tempo para ouvir amigos meus a darem-me conselhos sobre música. É que estou numa fase de morte acústica, sem saber qual o próximo album que vou comprar, nem que novidades devo ouvir. Já agora, ontem ouvi excertos de Joanna Newsom... parece muito interessante.
Quem tiver sugestões, por favor, deixem-nas em baixo. Gracias.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Regresso


É sexta feira, feira da ladra abre hoje às cinco da madrugada...
Quer dizer... isso devia ser é terça feira, feira da ladra mas pronto... que se lixe... Hoje é sexta e portanto que se lixe!!! Hoje é o começo do regresso!
Primeiro foi o regresso da àgua lá a casa (banho...hum...). Regresso ao teatro hoje à noite, com uma peça co-produzida por 11 paises entre os quais Portugal, com actores de cada país. Regresso ao Bairro a seguir à peça. Regressa hoje uma amiga minha em férias, que marca o regresso do pessoal todo ao longo desta e da próxima semana! E, ao que parece, o regresso do tempo mais ameno (que para praia ok, mas trabalhar com 35º não é pêra doce).
Ao regresso de tudo o que nos marca! Um brinde ao reencontro!

quinta-feira, agosto 25, 2005

Falta de água...


Hoje acordei um pouco atrasado para o emprego. Fui sonolento á casa de banho, abri a torneira e... nada! Normalmente é o duche que me acorda, no entanto a falta de água acorda-me ainda melhor. Fui verificar o contador - nenhum problema - liguei para a câmara de Oeiras e esperei. "Bom dia... sim senhor só um momento que vou passar..." - musiquinha irritante... acho sinceramente que eles escolhem as músicas mais parolas e aborrecidas só para nos fartarmos e desligarmos o raio do telefone. Alguns minutos depois atende-me uma voz metálica "Bom dia..." - e eu respondo - "Bom dia minha senhora eu vivo em Algés na Aveni..." - "E não tem água certo?" - A forma brusca da interrupção atordoou-me por uns momentos - "... não, não te..." - "É uma fuga grande, vai demorar no mínimo toda a manhã. Obrigado!" - "Bom dia obrigado." respondo desligando o telefone, como se tivesse sido atropelado por um elefante. E aquela frase que pairava sobre mim como uma ave de mau agoiro "... no mínimo toda a manhã..."
ARGH!! O pânico instala-se! Não há água! Pensei ligar para o trabalho, mas não creio que falta de duche seja justificação para uma ausência.
Felizmente os meus pais (gente prevenida de inúmeras quebras no abastecimento) tem os garrafões sempre à mão do precioso liquido. Lavei os dentes, passei a cara por água e fui-me vestir. Por esta altura lembrei-me do Gato Fedorento (nome apropriado hein?) - "Gordurosa, parecia que deixava rasto, a pele reluzia, parecia que tinha gosma!"
Assim me sentia eu... um monte ambulante de gosma reluzente a deixar um rasto de gordura por onde passasse (como é que os franceses aguentam?)
E cá estou, a rezar para que à hora de almoço já possa tomar um banho e começar o dia de novo... (a falta que as coisas que tomamos como certas nos fazem!)

quarta-feira, agosto 24, 2005

Isto é que é uma mania!


Ontem tive com um casal amigo meu, namoram já há algum tempo e vivem juntos há sete meses. Estando eu no estado em que estou o tema da conversa resvalou para... casa (óbvio). Gastos com a casa, custos da casa, hábitos em casa, dinheiro, escolhas e decoração.
Há poucos meses fui ao casamento de uma ex-colega minha de liceu que namorava com o marido desde os quinze anos e moravam juntos há mais de dois.
A minha primeira namorada a sério casou fez este verão um ano.
A minha melhor amiga arranjou um namoro estável, comprou casa e, espera-se, em breve deve mudar-se para lá.
A minha primeira colega de emprego está grávida.
Um actual colega meu vai ser pai o mais tardar daqui a uma semana.
Encontrei os meus tios no outro dia que me fizeram a pergunta da praxe : Então quando é que te casas? (isto apesar de eu nem sequer namorar no momento)
A minha avó ainda há pouco tempo me falou nos bisnetos e se algum dia os iria ver.
Mas o que é que se passa com o mundo? Está tudo a virar adulto, a envelhecer, assentar, criar raizes e responsabilidades? Já é mania!!! Fazem o favor de parar um pouco... é que neste momento já se contam pelos dedos das mãos o número de pessoas que conheço que ainda estão a estudar.
Felizes os solteiros, os descomprometidos, os doidos irresponsáveis, os sonhadores, os distraidos, aluados, atrasados divertidos. Felizes os que dormem até tarde, não pagam contas, não pensam no dia de amanhã. Felizes os que olham o nascer do sol só porque sim, felizes os que vêm um filme e choram, os que ouvem uma música dez vezes de seguida, os que acabam de lêr um bom livro e começam logo outro, os que representam e os que se apaixonam... mesmo que tenham 50 anos!

terça-feira, agosto 23, 2005

O meu melhor atributo (hope not)


Ontem tomei um café com uma amiga de faculdade, daquelas que estando muitas vezes ou poucas juntos, uma pessoa sente sempre que há ali uma afinidade, um à vontade, uma forma descontraida de ver a vida, enfim... é uma porreiraça! Ela e o namorado compraram casa há pouco tempo e estão naquela fase da decoração e paixão pelo sitio. Ontem fui-lhe mostrar a minha que, apesar de ainda estar em obras, já dá sinais de se tornar um sitio bem acolhedor (está LINDA pronto, é o meu bébé o que é que se há-de fazer?). Ela adorou o sitio (claro!!!) e fartou-se de elogiar a casita (quantas vezes é que já usei o termo "sitio" neste post?). Essa reacção tem sido recorrente, o pessoal que lá tem ido tem gostado bastante, mais agora ainda que as obras estão a avançar. Para aqueles que nunca lá foram fiquem a saber que a casa é velha, pequena, o prédio precisa de recuperação, não tem elevador e quando o vizinho de cima espirra o barulho é tão alto que sinto que ele está deitado ao meu lado (pronto, assim as expectativas não são demasiado elevadas!).
Há uns dias no gozo disse que a casa era o meu melhor atributo neste momento, as pessoas que estavam comigo olharam para mim e após uma pausa disseram "Bom... isso só vendo, mas se calhar..."
Honestamente espero que não... Quer dizer eu gosto muito daquilo mas... safa...

segunda-feira, agosto 22, 2005

Sessão Dupla


Nisto de andar a revisitar novos e velhos amigos tenho andado a negligenciar um companheiro de longas tardes e gratificantes noites. Falo do cinema... Sim é verdade, nos últimos dois meses pouca atenção tenho dado a esta minha paixão de infância. Sendo assim, e para ele não me ganhar rancor, resolvi presentear-me com uma sessão dupla no meu já conhecido Monumental. Escolhi o primeiro filme da noite "De Tanto Bater o Meu Coração Parou", remake do filme "Fingers" dos anos 70, com Harvey Keitel. Na verdade nunca vi o original, mas independentemente disso (porque defendo que cada filme deve valer por si mesmo, seja qual for a sua fonte de inspiração), é uma história cheia de "nuances", de raiva e paixão, num tom intimo e pessoal de alguem dilacerado entre dois mundos, entre o dinheiro e a musica, a familia e a arte. Não sendo genial merece a pena ser visto.
O segundo filme foi escolhido em função do horário (!), precisava comer qualquer coisa e portanto escolhi o único filme que me dava tempo de "jantar". Acabei por ir ver "A Chave", um thriller do mesmo argumentista da versão americana do "The Ring" e do realizador de "K Pax". Na verdade ia preparado para uma desilusão e perguntei-me se não iria estragar esta sessão dupla com uma escolha tão pouco acertada. Felizmente foi uma agradável surpresa. John Hurt e Gena Rowlands estiveram ao seu nivel normal de mestria, Kate Hudson e Peter Sarsgaard não comprometeram. O filme não é tanto um filme de terror, mas um filme de suspense bem construido, tenso, que não cede à tentação do facilitismo, do gore e com um final inesperado. Reconfortado e tendo feito as pazes com este meu velho amigo, voltei para casa com a promessa de não voltar a deixar passar tanto tempo sem outra visita.

domingo, agosto 21, 2005

Primeiro dia...


E assim foi, era inevitável, a migração massiva de pessoas para fora da nossa bela capital teria que me dar uma (forçada) noite relaxante em casa. Acabei por ver o jogo do Benfica (ugh!) e resolvi deitar-me cedo. Fui para o quarto decidido a escrever um pouco, cena e meia depois parei. Distrai-me com uma pequena conversa no messenger, duas ou três chamadas de pessoas a marcar um cafezinho (para todos os dias menos ontem..pois...), uma musica que já não ouvia há algum tempo... e pronto, lá se foi a concentração! Realmente estava a precisar de um(a) parceiro(a) de escrita. Alguem motivado e disponivel para me manter atento. Digamos que esse é o meu principal problema, não tenho nenhuma auto-disciplina e acabo por avançar com passsos demasiados pequenos... Mas pronto... desde que avance já não é tão mau assim.
Agora tenho que me despachar porque se passar a tarde de hoje em casa dou em maluco!

sábado, agosto 20, 2005

Crash (não é o filme)


Hoje voltei a dormir pouco. Não foi apenas a hora tardia a que me deitei, mas principalmente porque acordei muito cedo - a minha mãe teve um pequeno acidente de automóvel. Nada de grave, felizmente, um pouco de chapa (pouca) e uma explicação do sucedido (pela parte do outro condutor) que desafiava as leis da Fisica Newtoniana! Sinceramente sou de Económicas de formação académica e (se quiserem) talvez letras de formação familiar, portanto acredito que a Fisica Quântica consiga explicar isto da forma que o homem expõe... mas não me parece...
Já passei por dois ou três acidentes de viação, tive culpa de um, e descobri que estas pequenas situações são capazes de alterar completamente uma pessoa (para além dos problemas financeiros e moras burocráticas). Perante a tensão criada conheço quem tenho congelado, empanicado, ficado agressivo, nervoso ou histérico. Quando na verdade nada de realmente grave se passou. Já me gritaram,insultaram, quase agrediram... E as pessoas mentem! Mas mentem com os dentes todos que têm, por vezes com situações indefensáveis e argumentos inacreditáveis.
Com situações destas, a chatice do trânsito, o que pago pelo parque, a manutenção do bicho, revisões, imprevistos, inspecções e o preço da gasolina que não pára de subir, estou morto por largar o carro, mudar de casa e poder mexer-me de metro para onde quiser... (Safa!)

sexta-feira, agosto 19, 2005

Pequenos gestos...


Conheço uma amiga minha desde a 1ª classe, apesar de não mantermos um contacto regular, esporádicamente lá nos vamos vendo.Ontem foi dessas noites onde fomos tomar um café mais uma vez à minha zona favorita da cidade, à "minha cidade". Infelizmente trabalho e não pude ficar até tarde, nem acompanhá-las ( a ela e a uma amiga emigrada na Alemanha) a uma noite de copos e cantorias ( no meu caso a parte das cantorias nunca seria bom sinal!). No entanto deu para trocarmos duas de conversa, com a promessa que para a semana nos iriamos juntar por mais algum tempo. O curioso acerca desta minha amiga é que descobri (há cerca de dez anos) que quando andámos juntos na primária não fui, digamos assim, o colega mais simpático que podia ser. A imagem que ela tinha de mim era bastante má durante quase uma década, apesar de eu não guardar memória das histórias que ela conta, e se passaram nos longinquos tempos de infância. Águas passadas felizmente...
Fez-me no entanto pensar... quantas vezes não passamos nós pela vida e pelas pessoas que nos rodeiam com gestos e atitudes impensados? Quantas vezes não teremos magoado alguem sem sequer nos darmos conta? Aquilo que fazemos e dizemos a outros deve ser cuidado , ter em atenção que à nossa frente está uma pessoa que vive e respira, pensa e sente... e que um pequeno grão de areia nosso pode, em certas circunstâncias, magoar quiçá irremediavelmente outro alguem.
Isto parece a rubrica "Vale a Pena Pensar Nisto" da rádio pública, ou um panfleto de um grupo de jovens cristãos (cruzes credo!)... Mas sinceramente às vezes, só às vezes, não custa pensar um pouco antes de abrir a boca...

quinta-feira, agosto 18, 2005

Coragem de assumir um amor


"Conheci" há pouco tempo (e uso o termo entre aspas porque na verdade não a conheço assim tão bem) uma rapariga cheia de energia e frontalidade, bem expressadas na cor viva do seu cabelo - vermelho. Contou-me que estava apaixonada e mantinha uma relação (feliz) com um homem um pouco mais velho e com um filho. A criança, adorável por sinal, tem 7 anos e a relação com ela corre bem. Fiquei contente, gosto sempre de ter à minha volta pessoas felizes e principalmente apaixonadas.
No entanto fiquei a pensar... como reagiria eu perante uma situação similar? Após o amor consumado uma criança não seria problema, mas antes disso... no momento da decisão... Sim porque em tudo na vida existe um momento, um ponto fulcral de decisão onde escolhemos avançar ou não. Não existem arrebatamentos incontroláveis, nem obstáculos intransponiveis, mas sim a falta de vontade para nos controlarmos ou para os transpor. E uma criança? Como encararia eu uma criança? Que ainda não tive sequer a oportunidade de disfrutar em pleno de uma vida adulta, ou pelo menos de uma vida independente... Sinceramente não sei o que responder... não sei que passo tomaria, tudo depende (como sempre) das pessoas e circunstâncias da vida...
Seja como for, daqui deixo a minha saudação a quem teve a coragem de assumir um amor que espero seja pleno de felicidade.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Eles saem das paredes!


Pois... basta eu queixar-me que algo acontece para provar que estava errado! Afinal HÁ gente em Lisboa! E pessoas que eu não estava mesmo à espera... Ontem foi mais uma dessas noites, contava passar um serão calmo em casa para recuperar tempo de cama quando dou por mim numa esplanada à beira-rio à conversa com uma amiga que (tal como tem sido hábito ultimamente) não via há algum tempo (aninhos!). E como conversa puxa conversa e a companhia era agradável voltei a deitar-me a horas impróprias e a perder mais um tempinho de sono em vez de o recuperar! É o que dá lamentar-me com a ausência de amigos em Agosto... eles começam a aparecer por todos os lados, quase saem das paredes! O único problema é que há cinco dias que não tenho uma noite decente de sono e está cada vez mais dificil manter os olhos abertos...
Mas tudo por uma boa causa... há que saber aproveitar o vento enquanto sopra e deixar-nos ir ao sabor da maré porque (e eu sei que é frase feita, mas...) o melhor da vida são as pequenas surpresas.

terça-feira, agosto 16, 2005

Começou a quinzena da desgraça!



Isto de um gajo não tirar férias é uma péssima ideia! Todas as justificações parecem agora absurdas (ah compraste casa há dois meses, não tens dinheiro, para o ano vingas-te, tiras depois na passagem de ano...)! O diabo para os motivos que me levaram a só tirar uma semanita este Verão!! NUNCA MAIS!!!! Devia era estar maluco!!! É que não sei se é por estar agora a reaproximar-me de uma série de pessoas e a falar com gente nova mas... TODA A GENTE QUE CONHEÇO VAI TIRAR UMAS FÉRIAS FANTÁSTICAS!!! Ele é aldeamentos no Sul de Espanha, ele é passear de carro pela peninsula, ele é retiros simpáticos com as respectivas cara-metade, ele é Sul de França, ele é Madrid, ele é Roma!!! Só eu... safa só mesmo EU! Agora uma pequena pergunta: porque é que resolveram ir todos na última quinzena de Agosto? Isso é que é a verdadeira dúvida! Em anos anteriores dividiam-se inclusivé por Julho e Setembro!! Este ano pronto... SOBRA ALGUÉM EM LISBOA????
Ok... já desabafei... Sim sobram uns poucos em Lisboa que muito prezo... Quanto aos outros... na volta cá vos espero!
BOAS FÉRIAS A TODOS MEUS MALANDROS!!! E gozem ainda mais um pouco por mim.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Burton e a fábrica de chocolate...


E vai mais um! Tim Burton volta a acertar em cheio com o seu novo filme Charlie and the Chocolate Factory, uma fábula absolutamente... fabulosa! Reunindo a sua equipa do costume desde Danny Elfman (responsável uma vez mais por uma banda sonora genial), passando por Helena Bonham Carter e o incontornável Johnny Depp (quarta colaboração conjunta) num papel feito à medida do seu talento. É tambem a confirmação do jovem Freddie Highmore (depois de Finding Neverland) que é um nome que vai dar que falar durante muitos anos.
Desde os momentos iniciais que a assinatura de Tim Burton é absolutamente marcada, dos incriveis cenários, passando pelo tom irreal de toda a pelicula, até ao sentido de humor absolutamente peculiar. É uma viagem a um imaginário infantil, mas universal, um mundo de fantasia onde os sonhos se podem realizar, das formas mais improvaveis e inverosimeis... mas parafraseando Charlie "Os doces não têm que ter um propósito... é por isso que são doces!"
Vou conter-me de comentar mais esta pérola, porque o prazer da descoberta de Charlie deve ser compartilhado por todos (NÃO VEJAM NENHUM MAKING OF!).
Um dos grandes filmes do Verão...

domingo, agosto 14, 2005

Lisboa...


Mais uma noite no teu seio, mais um momento embalado em ti. Que outra viagem me espera que não te conheça no retorno? Que outro caminho não principia no teu ventre? Amo-te desde o primeiro dia que te vi, desde que primeiro sopro de vida entrou em mim arranhando-me a alma. Amo-te no teu passado, nas tuas ruas sinuosas, nas tuas avenidas de passeio, no cheiro azedo dos teus becos. Amo-te na calma plácida de um fim de tarde, na tempestade de Janeiro, no calor tórrido de Verão. Amo-te na tua modernidade, na vitalidade que transpiras, na mudança que exibes em ti. Amo-te nas sofisticadas esplanadas, nos convivios de poetas, na pobreza degradante da solidão dos velhos. Amo-te por seres parte de mim,por me deixares ser parte de ti,por te revelares de mansinho num sussurro terno. Amo-te por me dares luz e vida, alimento e cor... amo-te porque nos milhares de rostos que se fundem na multidão um dia me mostrarás aquele que me escolheste . Entrego em ti minha cidade a força vital dos meus dias... hoje e sempre o Tejo iluminará o caminho do meu regresso a casa.

sábado, agosto 13, 2005

Ensaio sobre a cegueira


Ontem tive uma noite absolutamente inesperada. Começou por ser uma ida ao teatro com mis papis, mas terminou com um convite em cima da hora a uma amiga que não via há meses e uma noite fantástica no bairro, com uma cachupa (espero estar a escrever bem) num sitiozinho ilegal, refundido num prédio velho da zona gerido por cabo-verdianos. Antes de mais um conselho: vão ver a peça do Bando ao Trindade. O Ensaio Sobre a Cegueira é das coisas mais fortes e inesperadas que vi numa convencional sala de teatro nos ultimos tempos. Conjuga uma impressionante cenografia com uma força dramática avassaladora. O Bando vence o estigma de ser um grupo incapaz de actuar num espaço tradicional.
Lisboa mostra-me uma vez mais ser, nas suas diversas componentes, uma grande cidade!

sexta-feira, agosto 12, 2005

Online vs Offline


Sempre tive algum problema em perceber a loucura do online e das conversas e chats na net. Nos meus primeiros tempos de faculdade (era tão novinho!) passei umas horas no mirc, mas normalmente era algo inconsequente, nunca se sabia quem estava do lado de lá, nem eles podiam ter a certeza de quem eu era (sim é verdade... tal como muitos inconscientes naquela época fiz-me passar por outras pessoas e cheguei mesmo construir uma personalidade falsa só para brincar online!). Depois com o messenger esse perigo era ultrapassado visto só existirem na nossa lista pessoas que realmente conhecêmos mas... porquê online se podemos falar com essas pessoas todos os dias? Há então a questão da distância mas esses eram casos raros. Sites como o Hi5 ou SMS (qualquer coisa) põe-nos em contacto com pessoas fora do nosso grupo de amigos, com a minima garantia de que essas pessoas existem mesmo (redes inteiras é um pouco mais dificil de falsificar...)
Com o facto de trabalhar e estar trancado num escritório nos ultimos 3 anos, fiquei mais fã da comunicação na web (até aderi à moda dos blogs! quem diria...). Converso regularmente online com pessoas que conheço bem, mais ou menos e num caso até nada! Vim a descobrir que o risco de estarmos a falar com alguem que não é quem diz ser é, afinal, bem real. Não que roubem ou finjam identidades alheias, mas com o escudo do pc todos nós nos comportamos de forma diferente. Pessoas que conheço e adoro tornam-se insuportaveis, sem nada de interessante para dizer, eu mesmo mudo e transfiguro-me conforme o meu interlocutor e nunca (mas nunca) conhecemos a verdadeira reacção do outro. Está atendo ou a jogar? A falar conosco ou com muitos? Qual o impacto da minha conversa? Estará aborrecido, intrigado, divertido? Não vemos o seu olhar, a sua reacção corporal, a sua pose, o tom... a expressão. Alguem pode parecer indiferente apenas porque dormiu pouco e a nossa interpretação ser a oposta (seca!). Eu falo com alguem que não conheço a voz, as nuances do rosto, o corpo... Como posso verdadeiramente conhecê-la? Grandes amigas e velhos conhecidos em quem não posso tocar, brincar, reagir...
As proprias conversas não são as mesmas (mais honestas ou mais calculadas?)...
A net... sem duvida um avanço... companhia talvez... mas NUNCA capaz de rivalizar (nem de longe) com um café, uma boa vista e uma música ambiente de encher a sala...

quinta-feira, agosto 11, 2005

Desejos


Li algures que os desejos têm por definição que ser inalcançáveis. Aquilo que almejamos é aquilo que não temos e é isso que nos mantem vivos, a busca constante de algo mais. As nossas fantasias têm que ser irrealistas, pois no momento em que as atinjimos deixamos de as desejar, não as podemos mais desejar. Uma fantasia concretizada deixa de ser fantasia.
Como tal, sob este ponto de vista, o verdadeiro amor é a AUSÊNCIA de desejo (não me refiro ao termo erótico de desejo claro!), a ausência de fantasia (fundamentais para a paixão que leva ao amor). Porque o verdadeiro amor é almejar algo que já temos, é pelo menos a vontade incontrolável de repetir todos os dias a descoberta e a conquista de quem já nada tem de novo para nos revelar. É concretizar e continuar a sonhar com...

quarta-feira, agosto 10, 2005

Perspectiva...


Se há uma coisa que fui aprendendo é que tudo (ou quase) depende do ponto de vista. Os erros de perspectiva e as ilusões de optica são uma constante do mundo e da vida de todos os dias. Enquanto que a duvida, no desenho, se estamos a ver uma jovem ou uma mulher já de idade pode não passar de mero passatempo, no nosso dia a dia as ilusões de optica podem criar sérios problemas. Ontem relembrei-me deste pequeno pormenor: antes de agir olha e vê. Tem mesmo a certeza que aquilo que julgas estar a ver realmente existe...

Ciume


Estou a escrever uma coisa chamada Ciume. Há quem goste (poucos distraidos) e quem não goste (muita gente de impecável bom gosto)! No entanto tenho uma enorme esperança neste projecto que amadurece e avança, cresce e transforma-se com pequenos passos como uma criança. Agora... qual é a natureza do ciume? Amor ou egoismo? Medo ou desconfiança? Será possivel ter ciumes do passado? Ciumes de nós mesmos? Ciumes de quem nem sequer conhecemos?
Ou será que só penso nisso por já passar da meia-noite?

terça-feira, agosto 09, 2005

Aqui vai nada...


Primeira tentativa para o vazio. Se me perguntarem porque é que resolvi começar isto... sinceramente não sei. Por enquanto é apenas um projecto vão como tantos outros que nem sequer arrancaram. Digamos que é o nascer do sol de um dia que pode nunca conhecer a força etérea da manhã, a ternura do fim de tarde ou a magia da noite...