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sábado, agosto 22, 2009

Road Trip - Parte II: Conduzir...



O acto de conduzir é feito de rotinas, de actos quase reflexos, de pequenos gestos e hábitos. Mudar de carro altera o processo natural do corpo e obriga a reequacionar cada movimento, obriga o cérebro a pensar quase como se aprendesse a conduzir pela primeira vez, mas de uma forma incrivelmente mais rápida: onde se põe a chave, com que força se trava, que altura do banco, que tamanho tenho para estacionar, como se ligam as luzes, onde está o pisca, qual o novo ponto de embraiagem, entre mil e uma pequenas coisas às quais já não ligamos no dia a dia.

Um carro com mudanças automáticas obriga a um esforço acrescido. Como se liga o carro? Como se faz marcha atrás? Onde está o travão de mão? Que faço eu à minha perna esquerda?
A perna esquerda ressente-se, ela quer ajudar, ela procura incessantemente pelo pedal da embraiagem, ela está pronta nas acelerações, nos sinais vermelhos, nas subidas, nas travagens, em quase todos os momentos, mas não podemos contar com ela e isso custa mais do que parece.
Outra coisa que leva o seu tempo a habituar é ao facto do carro tomar decisões por nós, ele tem vida própria. Se não travarmos, ele anda sozinho, mesmo que não estejamos a acelerar, se achamos que vai a morrer e queremos descer uma mudança, ele não deixa,  é ele que pensa e controla todo o acto da condução e isso, ao início, dá comichões...

Road Trip - Parte I: Primeiras impressões


Aterrar em Los Angeles foi deixar Los Angeles,  visita à cidade ficou para o fim, um regresso às origens por assim dizer. 

Dormida num hotel no aeroporto para levantar o carro no dia seguinte. 
Das primeiras coisas que me entusiasmou foi ver os dinners e cadeias de restaurantes que se iriam tornar tão familiares, mas que na altura não eram mais que um imaginário cinematográfico. Esta era a minha quarta visita aos Estados Unidos, mas Nova Iorque, Filadélfia ou a Disney World não são representativas de uma América mais profunda, republicana e conservadora.

Road Trip - intro

Foram quase três semanas agarrado ao carro, a 9000 km de quilómetros de distância (salvo erro), com outros milhares palmados no asfalto, Califórnia com desvios pelo Arizona e o Nevada. No fim, muito cansaço, falta de coisas simples como sopa de legumes, muita coisa por ver, mas a sensação de ter passado por sítios onde toda a gente devia ir uma vez antes de morrer.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Amsterdão


Primeira visita à Holanda, primeira visita a um dos destinos favoritos de muita gente Amsterdão. A pequena capital à beira mar, desde há séculos um dos mais importantes portos da Europa não me desiludiu. A primeira coisa que me chamou a atenção foi simpatia geral de um povo aberto a outras culturas, aberto a visitantes. Toda a gente sem excepção, do condutor do autocarro, ao empregado de balcão no supermercado, fala inglês, independentemente da sua etnia ou idade. Encontrei mais gente a falar inglês (correctamente) do que em Nova Iorque por exemplo.
A cidade é pensada para as pessoas. As suas ruas, os canais, a arquitectura, a preocupação com os transportes públicos, com os caminhos dedicados a bicicletas, os parques, os museus, as lojas, tudo é pensado à escala humana e para os habitantes. É fácil sentirmo-nos bem ali, perdermo-nos nos espaços públicos e deambular.
A maior surpresa é o ter encontrado, finalmente, um local fora de Portugal onde se bebe uma boa bica. Sim, um espresso, a dois euros claro, mas em todo o lado se encontra uma bica muito muito boa!
Há óbviamente as curiosidades habituais, o red light discrict com as suas montras, sex shops e live sex shows, e as vérias coffeeshops onde a parafernália de drogas se multiplica perante os nossos olhos, mas isso nada mais é que o reflexo de uma cidade onde a liberdade e o bem estar individual são o mote.
Uma visita incontornável.

quinta-feira, setembro 18, 2008

Berlim

Há cidades que têm imagens gravadas na minha cabeça, os arranha-céus de Nova Iorque, as praças de Florença, os canais de Veneza, o bairro gótico de Barcelona, os bares e cabarets de Berlim.
O problema é que os locais sombrios carregados de fumo, a vida boémia dos anos 30 da capital alemã, são apenas fragmentos de um imaginário colectivo que hoje já não existe, pelo menos da mesma maneira.
Berlim é das cidades europeias que mais sofreu nos últimos anos, passou pelo massacre da Segunda Grande Guerra, pela ocupação de quatro potências estrangeiras, pela divisão entre o Comunismo e o Capitalismo, o muro, a reconstrução, a reunificação e o apagar das cicatrizes nos últimos 20 anos.
Hoje é uma cidade moderna, viva, pulsante, mas não a achei apaixonante, é demasiado recente. Se a tecnologia e a arquitectura dos últimos 10 anos dá um ar da sua graça e cria maravilhas como o Sony Center, a verdade é que as influências dos anos 80 estão em todo o lado, dando a muitas zonas da cidade um ar de Telheiras antiga.
É no fundo uma cidade boa para visitar, mas pareceu-me ser muito mais apelativa para viver.
Com uma qualidade de vida impressionante, seja pelos preços iguais ou até inferiores aos de Portugal, seja pelos transportes públicos que funcionam na perfeição, pelos diversos espaços verdes, ou pelas ciclo-vias que acompanham todas as estradas. Metro, comboio e autocarros complementam-se, se bem que entre o U-Bahn e o S-Bahn (metro e comboio) nos colocamos em qualquer lado. De madrugada autocarros passam de um quarto em quarto de hora, certos ao minuto.
Uma semana não chega para passar a pente fino tudo o que há para ver, para encontrar os seus diferentes espaços, da ilha dos museus ao palácio, do centro histórico ao enorme jardim, o Tiergarten com a estátua que Wim Wenders celebrizou em as Asas do Desejo.
A memória nazi não foi apagada, nem os berlinenses a querem apagar, diversas estátuas e obras de arte fazem com que ninguem se esqueça do horror ali produzido. Nesse aspecto o museu judaico é um ponto de passagem obrigatório, com experiências sensoriais únicas.

Em constante mudança, em constante evolução, adaptando-se, crescendo, ganhando força. Atenta às artes e aos movimentos alternativos, culta, urbana, pensada para quem lá vive, Berlim é uma capital atenta aos seus cidadãos, é facil apetecer ficar por lá...

quarta-feira, abril 02, 2008

Douro


Pausa. Um pequeno descanso que o corpo já pedia, um ponto e vírgula no dia-a-dia. Para Norte, é sempre um refúgio, Porto, passando antes pelo Douro no limite transmontano, o das quintas e do vinho.
Dá pena ver Peso da Régua, uma vila completamente descaracterizada, assassinada pela construção errática de prédios recentes. Contrasta com Lamego, onde o Santuário dos Remédios reina sobre a Sé e o Castelo de um local onde apetece demorar. O rio, esse contínua bonito como sempre, a banhar as colinas das quintas do vinho do Porto - que merecem atenta visita.
Porto, cidade invícta, património mundial. Como é triste ver o Porto a cair, degradado, uma visão que envergonharia a Unesco. É certo, a ribeira e a foz estam bem tratadas, recortadas pelas casas vazias, as lojas tristes e os prédios devolutos que mereciam melhor sorte. Ao passear por aquelas ruas senti que estava numa mini-Barcelona, mas completamente de rastos. Como é possivel que se tenha deixado chegar a baixa do Porto a este ponto?
Regresso a Lisboa, e o bom tempo resolveu aparecer. Depois de uma semana negra de frio e chuva, o céu abre para receber a Primavera.

Bom dia...

sexta-feira, agosto 31, 2007

Filadélfia


Com quase um milhão e meio de habitantes, Filadélfia é uma cidade que se visita a pé. A sua zona turística é diminuta, sendo o restante composto por àreas comerciais e de indústria. Em declínio acentuado, a ex-capital da nação está a debater-se com sérios problemas de pobreza e desertificação. Os pedintes são inúmeros e os prédios abandonados multiplicam-se, alguns dos quais com uma arquitectura bem interessante. É no entanto o berço dos EUA e isso sente-se em todo o lado. Carregada de edifícios emblemáticos e locais de culto, foi lá que se assinou a Declaração da Independência e se redigiu a Constituição Americana.
Para quem quer perceber o que é ser americano, como eles se vêm a si próprios e ao seu lugar na História, Filadélfia é o local a visitar. Em três dias está tudo visto, mas o City Hall, o Liberty Bell Center (onde está o famoso sino rachado), o Independence Hall (onde foi assinada a Declaração de Independência), o National Constitution Center onde há uma excelente exposição sobre a história americana e uma apresentação emocionante sobre o conceito de Liberdade e a expressão "We the People", são paragens fundamentais na descoberta de uma Nação de contradições.
Se juntarmos a isso a imperdível Eastern State Penitentiary, uma prisão em ruínas que ocupa uma manhã inteira a visitar e que é fascinante, e a busca pelos passos do Rocky (ícone presente em toda a cidade), Filadélfia torna-se uma cidade de contrastes que não justifica que se atravesse um oceano para conhecer, mas que é meritória de uma visita se estivermos naquele continente.

quinta-feira, agosto 30, 2007

USA

Na minha piquena viagem aos States vi-me forçado a andar quatro vezes de avião. Das quatro vezes voei com a mesma companhia, a qual não posso mencionar o nome porque a US Airways era capaz de não achar piada. A tal companhia (cujas iniciais são USA) é a mais incompetente na qual alguma vez viajei. A dita (US Airways) em quatro voos conseguiu não cumprir um único horário, tendo os atrasos variados entre hora e meia e doze horas! Para além do mais, e sem mencionar o nome US Airways, fizeram o distinto favor de perder uma mala durante sete dias, numa viagem que demorou dez. O que eu não percebo é como é que uma mala que aterra em Filadélfia (confirmado pela própria US Airways) a 19 de Agosto, se mantém desaparecida até 24.
Passar 26 horas para regressar de Orlando para Lisboa é algo que não desejo a ninguém, principalmente se dessas 26 se passar mais de 12 num aeroporto sem informações, a passar frio, sem sequer ser colocado num hotel até que o avião estivesse disponível.
Mas seja, é apenas um desabafo, uma companhia que conseguiu practicamente arruinar uma viagem inteira e fazer dos voos uma autêntica tortura...

quarta-feira, maio 16, 2007

Confesso... há coisas em que, realmente, não passo de um puto crescido!

domingo, abril 08, 2007

E Barcelona...


Os passeios das Ramblas, a livraria do Raval, os recantos do Bairro Gótico, as lojas do Born, Santa Maria Del Mar, a arte de rua, Gaudi, o catalão e um sentido de nação tão forte como alguma vez vi, o CCCB, o MACBA, Picasso e Miró, as catacumbas, a comida, as gentes, a linha amarela, e muitos passos por dar.

Uma cidade para voltar e voltar e voltar e voltar...

quarta-feira, março 28, 2007

Até já...


sexta-feira, outubro 13, 2006

Nova Iorque


Descobri a minha segunda cidade. Se Lisboa é hoje, e será sempre, um amor fecundo, Nova Iorque é uma paixão. E perdoe-me a minha cidade esta confissão pública, mas, apesar de fiel, nunca jurei exclusividade.

terça-feira, outubro 10, 2006

Belmonte

Belmonte é a vila que conheço com maior concentração de museus por metro quadrado. Uma visita rápida ao turismo local e somos brindados com uma visita demorada por cada rua da vila onde há em cada esquina um suposto lucal de interesse ou um mini-museu. Chegou ao ponto de fazerem um passe para todas as atracções a preço reduzido ao estilo das grandes cidades. Mas não é por isso que Belmonte merece uma visita. Tem uma pousada, reconstruida do antigo Convento de Nossa Senhora da Esperança, que é um deslumbre. Com vista da serra e uma paz circundante imensa, é um local lindissimo, decorado com um extremo bom gosto e um restaurante absolutamente fenomenal. Situada ao lado da Serra da Estrela e perto de inúmeras aldeias históricas, é o local ideal para uma escapadinha refortelecedora.

sábado, outubro 07, 2006

Jet Lag

5 horas de trás do sol que se põem a leste de quem viaja e se move da zona escura para a luz do pequeno almoço almoçarado na madrugada da manhã que se avizinha do dia seguinte que ainda não mudou hoje na volta do regresso com pormessa de retorno ao sol que se põe no lado contrário do inverso de quem abre os olhos e os fecha por um instante sem dormir para não permitir ao corpo perder as horas que se querem achar na cama do descanso final... quê?

quarta-feira, setembro 20, 2006

Tudo acontece!

Ontem à tarde caiu a bomba: golpe de estado militar na Tailândia!
Daqui a cinco dias estava marcada a viagem para Banguecoque onde iria começar uma visita de duas semanas pela Tailândia e Camboja. Cinco dias... não podia ter sido antes...
Passo seguinte desmarcar a viagem e marcar outra (que fosse possivel em 5 dias).
Best Travel da Rua da Prata, fala com o operador turistico, fala com a KLM... Os voos para a capital tailandesa mantêm-se logo para desistir pagamos! MUITO!
Falo com a Deco, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Instituto Nacional da Aviação Civil, com advogados, com a parva da telefonista da KLM, com a embaixada da Tailândia em Portugal, leio todas as noticias e jornais possiveis e o resultado é sempre o mesmo. Ou vou para um pais com lei marcial, onde a constituição, o parlamento e o tribunal constitucional foram suspensos, controlado por militares com tanques na rua, onde não se sabe o que pode acontecer amanhã, numa viagem pelo meio da selva para sitios onde nem telemoveis há para contactar, ou desisto e perco um balúrdio inacreditável de dinheiro.

E não há nada nem ninguem que me possa valer, para receber o meu dinheiro de volta numa situação que escapa ao meu controle e onde a companhia aérea não teve gasto nenhum, salvo o papel de imprimir os bilhetes.

Ainda falam de justiça...

segunda-feira, agosto 21, 2006

Tunísia

Os planos para o Verão não estavam feitos, quando vimos os preços que pediam para a Tunísia achámos ter encontrado a resposta, escolhemos e embarcámos certos de não encontrar nenhum paraíso perdido, mas pelo menos conseguir duas semanas de praia e descanso. Nada mais errado.
O presságio do que estava para vir começou logo no avião, com o comentário de um veraneante enquanto sobrevoávamos a Argélia: "Olha África! Vê lá se descobres aí o Liedson a correr!"
O hotel era o que se esperava, pagámos 3 estrelas tivemos 3 estrelas, o quarto era limpo, a comida razoável, as piscinas eram boas e a praia estava a 20 metros. Os problemas começaram com os animadores, o barulho ensurdecedor que se fazia sentir ininterruptamente de manhã à noite era insuportável. A música martelava a cabeça e não nos deixava descansar um momento que fosse. Só a partir das 19 se conseguia sequer ouvir o mar, porque tínhamos um parque aquático em frente ao hotel que seguia o mesmo esquema de música alta, portanto nem na praia estávamos safos. Percebemos por outras pessoas que era prática comum nos hotéis até de 4 estrelas.
Fartos fizemos uma excursão a Tunis, Cartago e Sidi Bou Said, passámos mais tempo no autocarro que nos sítios que vimos invariavelmente a correr em manada. O almoço que nos serviram era insuportável. A paisagem tunisina é horrível, o país parece um imenso bairro de lata, com casas sempre inacabadas, em cimento ou tijolo exposto, com ferros espetados para futuros acrescentos, sem arruamentos, muito pó e lixo, aos montes, em todo o lado, nas ruas, nos olivais, até nos cemitérios.
A consequência da viagem, da correria e do ar condicionado foi três dias de cama com uma constipação. Aí a música tornou-se um verdadeiro tormento e foi com alívio que vimos chegar a nossa segunda excursão de dois dias, ao deserto.
Nunca me senti tão aldrabado, tão intrujado, tão enganado e gozado em toda a minha vida. Do deserto nada se viu, um passeio de dromedário de uma hora revelou-se uma fraude, andámos dez minutos, os guias pararam deitaram-se no chão a fumar e a meter-se com as turistas, ficámos ali meia hora e voltámos para trás, no meio de dejectos e sacos de plástico.
Os sítios onde parámos pelo caminho (com excepção do coliseu romano em El Jem) eram buracos para turista, a brochura da excursão prometia coisas que não cumpria, os preços que nos cobravam nos locais para que éramos arrastados pelo guia turístico eram um roubo (5 dinares, ou seja 3 euros por um gelado estilo Perna de Pau é incrível mesmo que fosse no Chiado) e o hotel onde pernoitámos nessa saída roçava os limites da decência humana.
É um país de terceiro mundo já o sabíamos, mas o nível de aldrabice, de sujidade, de descaracterização que se encontra é além do que se podia esperar. Ser enganado propositadamente, chateado, impedido de descansar é inaceitável.
Tunísia nunca mais, praias no mundo há muitas...

quarta-feira, abril 12, 2006

Reguengos

Vou-me... Não de Páscoa porque volto no Sábado, mas de descanso. Vou-me para um dos sítios mais pacificos da nossa terrinha à beira mar plantada: Alentejo, coladinho ao Alqueva a um pulinho de nuestros hermanos. Vou-me para dormir, descansar, passar tempo em familia e continuar a recuperar (um mês disse-me o médico, e sei que mal passaram doze dias, sei que pelo menos faltam mais dezoito, se não for mais, mas estou a começar a ficar farto de não conseguir levar a minha vida normal, de passar o meu tempo ou sentado ou deitado, de nem sequer conseguir ir passear um pouco...). Como tal não me devem ver por aqui nos próximos dias. Se não nos virmos boa Páscoa e cá estaremos para a semana...