quarta-feira, agosto 08, 2007

Bug

Antes de mais tenho que deixar algo perfeitamente claro, diga o trailer o que disser, seja este filme vendido de que forma for, Bug não é nem nunca foi um filme de terror.

Baseado numa peça de teatro, Bug conta a história de um homem e uma mulher solitários que julgam ter insectos a viver debaixo da pele.
William Friedkin, movie brat dos anos 70, não teve uma carreira uniforme. Se O Exorcista se tornou uma referência do cinema de terror e Os Incorruptiveis Contra a Droga chegou ao ambicionado Óscar, a verdade é que nos últimos anos não fez nada digno de registo.
Bug não é um filme fácil, nem sequer um filme consensual, mas é um filme a ter em conta. Passado quase todo num quarto de hotel, é uma peça em três actos, a descida á loucura de duas pessoas, numa caminhada lenta, perturbante e, mais assustadoramente, consciente. Se Peter (Michael Shannon) está infectado pela loucura, Agnes (Ashley Judd) deixa-se infectar, começa a acreditar após uma decisão consciente, a solidão é demasiado assustadora, ou acredita ou perde o parceiro, e ela prefere o bicho, a loucura e a morte.
Bug é um filme claustrofóbico, tenso, histérico, uma viagem ao que mais negro existe em nós.

Friedkin regressa, finalmente, com algo polémico.

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