quinta-feira, novembro 06, 2008

Mudar de Vida

Culturgest, dia de Halloween. Parado numa esquina com um saco de plástico na mão comia à pressa uma sandes comprada na bomba de gasolina em frente. O dia caótico culminava com o concerto de José Mário Branco, Mudar de Vida. Quatro anos depois do último cd volto a encontrá-lo em palco. Para cima de uma dezena de músicos, toda uma parafernália quase sinfónica, com convidados muito especiais, os Gaiteiros de Lisboa.
José Mário Branco está velho, nota-se no corpo e no branco que lhe cobre a face, mas não perdeu nenhuma da vivacidade nem da irreverência que sempre o caracterizou. Inconformado, se bem que por vezes um pouco monotemático, mantém vivo o espírito dos cantores da revolução.
Foi uma grande noite composta maioritariamente de temas mais recentes sempre apimentados pela orquestração e pela energia constante. Mudar de Vida é uma reinvenção do célebre FMI, mas sem a força desesperada nem a imprevisibilidade do original, que tem no entanto uma musicalidade tremenda.
Os Gaiteiro elevaram a noite a um nível superior, emprestando ao espectáculo um ritmo constante.
Faltou-me apenas uma música, impossível pela falta de coro, mas que roda agora aqui no sopros.

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