terça-feira, novembro 04, 2008


Não sei se foi por me sentar um pouco mais à frente do que costumo no caminho para o emprego, mas esta foi uma viagem de metro de parelhas improváveis. À minha frente um homem novo, loiro, olheireiras carregadas, ouvia no seu mp3 uma canção de heavy metal. Os dedos frenéticos matraqueavam no aparelho ao ritmo da bateria, que até eu conseguia perceber. Eram eles os únicos livres no movimento que todo o corpo anseava realizar, não estivesse ali, no Metropolitano de Lisboa, entre centenas de desconhecidos, no caminho entre a estação da Rotunda (perdão do Marquês de Pombal) e a de Picoas. Atrás de mim um vulto sem forma definida passava pelo mesmo tormento castrador mas desta vez com uma qualquer música techno (ainda é assim que se chama?) que me furava os tímpanos. Cercado por batidas desconexas virei o rosto para a janela e observei os anúncios que passavam nas estações da linha amarela. Os pares improváveis que ali se formavam foram o ponto alto da manhã... Destriplique o Seu Saldo (Sopa intantânea de cogumelos e espargos), Tráfico Humano (Mediação é Solução).
E assim, com as estranhas frases da sabedoria do azar na cabeça, cheguei ao emprego, para mais um dia de filmes e séries...

1 comentário:

pinky disse...

mediação, é a solução! ;)