segunda-feira, agosto 21, 2006

Tunísia

Os planos para o Verão não estavam feitos, quando vimos os preços que pediam para a Tunísia achámos ter encontrado a resposta, escolhemos e embarcámos certos de não encontrar nenhum paraíso perdido, mas pelo menos conseguir duas semanas de praia e descanso. Nada mais errado.
O presságio do que estava para vir começou logo no avião, com o comentário de um veraneante enquanto sobrevoávamos a Argélia: "Olha África! Vê lá se descobres aí o Liedson a correr!"
O hotel era o que se esperava, pagámos 3 estrelas tivemos 3 estrelas, o quarto era limpo, a comida razoável, as piscinas eram boas e a praia estava a 20 metros. Os problemas começaram com os animadores, o barulho ensurdecedor que se fazia sentir ininterruptamente de manhã à noite era insuportável. A música martelava a cabeça e não nos deixava descansar um momento que fosse. Só a partir das 19 se conseguia sequer ouvir o mar, porque tínhamos um parque aquático em frente ao hotel que seguia o mesmo esquema de música alta, portanto nem na praia estávamos safos. Percebemos por outras pessoas que era prática comum nos hotéis até de 4 estrelas.
Fartos fizemos uma excursão a Tunis, Cartago e Sidi Bou Said, passámos mais tempo no autocarro que nos sítios que vimos invariavelmente a correr em manada. O almoço que nos serviram era insuportável. A paisagem tunisina é horrível, o país parece um imenso bairro de lata, com casas sempre inacabadas, em cimento ou tijolo exposto, com ferros espetados para futuros acrescentos, sem arruamentos, muito pó e lixo, aos montes, em todo o lado, nas ruas, nos olivais, até nos cemitérios.
A consequência da viagem, da correria e do ar condicionado foi três dias de cama com uma constipação. Aí a música tornou-se um verdadeiro tormento e foi com alívio que vimos chegar a nossa segunda excursão de dois dias, ao deserto.
Nunca me senti tão aldrabado, tão intrujado, tão enganado e gozado em toda a minha vida. Do deserto nada se viu, um passeio de dromedário de uma hora revelou-se uma fraude, andámos dez minutos, os guias pararam deitaram-se no chão a fumar e a meter-se com as turistas, ficámos ali meia hora e voltámos para trás, no meio de dejectos e sacos de plástico.
Os sítios onde parámos pelo caminho (com excepção do coliseu romano em El Jem) eram buracos para turista, a brochura da excursão prometia coisas que não cumpria, os preços que nos cobravam nos locais para que éramos arrastados pelo guia turístico eram um roubo (5 dinares, ou seja 3 euros por um gelado estilo Perna de Pau é incrível mesmo que fosse no Chiado) e o hotel onde pernoitámos nessa saída roçava os limites da decência humana.
É um país de terceiro mundo já o sabíamos, mas o nível de aldrabice, de sujidade, de descaracterização que se encontra é além do que se podia esperar. Ser enganado propositadamente, chateado, impedido de descansar é inaceitável.
Tunísia nunca mais, praias no mundo há muitas...

4 comentários:

bolas de sabão disse...

:( então, foi assim tão mau? fiquei com uma impressão bem diferente... jinhus

polegar disse...

voltassssti! :)

tenho pena que não tenha sido bom... lamento. bem, mas ao menos já conheces e já sabes que para ali, ou pelo menos pela agência que usaste... nunca mais...
beijinhos

pinky disse...

bemmmmmmm isso foi mesmo mau! nem o vislumbre da antiguidade foi animador?

MPR disse...

Nada Pinky, nenhum vislumbre...