segunda-feira, janeiro 19, 2009

Australia

Baz Luhrmann regressa ao leme de um filme oito anos depois de Moulin Rouge, de novo com Nicole Kidman no papel principal, ao lado de Hugh Jackman. Uma super-produção, apoiada em grande parte pelo governo australiano, um épico que serviria de postal ilustrado ao continente.
Kidman é uma aristocrata inglesa que vai até à Austrália atrás do marido. Ele está a lutar para salvar uma propriedade que lá tem, mas ela está convencida que ele apenas lhe fugiu para arranjar outra mulher. Ao chegar descobre o marido morto, um barão da carne que quer comprar a quinta para acabar com a concorrência, um homem do campo que guia manadas e se mete em sarilhos(Hugh Jackman) aborígenes mágicos e todo um país para descobrir.
Filmes como Austrália já não se fazem. Não digo isto com qualquer tipo de nostalgia, pura e simplesmente o tipo de ingenuidade que Luhrmann incrivelmente exibe já não se vê. Este mundo de preto e branco, bons e maus, parece saído do Feiticeiro de Oz, filme aliás mencionado em Austrália. A comédia slapstick despropositada, os personagens planos, as situações sem qualquer nível de interpretação, até a própria prestação dos actores, cabotina e exagerada, parece saída de um filme dos anos 30.
O filme foi um fracasso, dificilmente recuperará os 130 milhões que custou, e a culpa é de Luhrmann, que mistura géneros, conflitos e temas, sem nunca aprofundar nenhum deles, olha para as situações com um simplismo (não confundir com simplicidade) exagerado e é de uma piroseira atroz. Aquilo que em tempos foi visto como a revisitação de um kitsch retro, revela-se apenas como uma falta de gosto que é já imagem de marca do realizador.
Verdade seja dita, o filme tem um ritmo interessante, apesar de ter quase 3 horas de duração, passa sem deixar mossa, não se sente o tempo na pele.
Para fãs...

2 comentários:

Astor disse...

Quando soube quem era o realizador... não obrigado!

Varandas disse...

Ah ah... convenci-te, finalmente! Presente envenenado, não foi?

Concordo com tudo, como já deves ter visto no meu blog - realmente, o melhor do filme é a facilidade com que passam as 3 horas! É quase inexplicável, não é?

Só estranhei não mencionares a personagem do "super-sexy" Hugh Jackman como uma das mais parvas de sempre...

Abraço! E só pra me desculpar... não percas tempo a ir ver o Bolt. Só se levares miúdos. ;)