Australia
Baz Luhrmann regressa ao leme de um filme oito anos depois de Moulin Rouge, de novo com Nicole Kidman no papel principal, ao lado de Hugh Jackman. Uma super-produção, apoiada em grande parte pelo governo australiano, um épico que serviria de postal ilustrado ao continente.
Kidman é uma aristocrata inglesa que vai até à Austrália atrás do marido. Ele está a lutar para salvar uma propriedade que lá tem, mas ela está convencida que ele apenas lhe fugiu para arranjar outra mulher. Ao chegar descobre o marido morto, um barão da carne que quer comprar a quinta para acabar com a concorrência, um homem do campo que guia manadas e se mete em sarilhos(Hugh Jackman) aborígenes mágicos e todo um país para descobrir.
Filmes como Austrália já não se fazem. Não digo isto com qualquer tipo de nostalgia, pura e simplesmente o tipo de ingenuidade que Luhrmann incrivelmente exibe já não se vê. Este mundo de preto e branco, bons e maus, parece saído do Feiticeiro de Oz, filme aliás mencionado em Austrália. A comédia slapstick despropositada, os personagens planos, as situações sem qualquer nível de interpretação, até a própria prestação dos actores, cabotina e exagerada, parece saída de um filme dos anos 30.
O filme foi um fracasso, dificilmente recuperará os 130 milhões que custou, e a culpa é de Luhrmann, que mistura géneros, conflitos e temas, sem nunca aprofundar nenhum deles, olha para as situações com um simplismo (não confundir com simplicidade) exagerado e é de uma piroseira atroz. Aquilo que em tempos foi visto como a revisitação de um kitsch retro, revela-se apenas como uma falta de gosto que é já imagem de marca do realizador.
Verdade seja dita, o filme tem um ritmo interessante, apesar de ter quase 3 horas de duração, passa sem deixar mossa, não se sente o tempo na pele.
Para fãs...
2 comentários:
Quando soube quem era o realizador... não obrigado!
Ah ah... convenci-te, finalmente! Presente envenenado, não foi?
Concordo com tudo, como já deves ter visto no meu blog - realmente, o melhor do filme é a facilidade com que passam as 3 horas! É quase inexplicável, não é?
Só estranhei não mencionares a personagem do "super-sexy" Hugh Jackman como uma das mais parvas de sempre...
Abraço! E só pra me desculpar... não percas tempo a ir ver o Bolt. Só se levares miúdos. ;)
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