segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Pois bem... continuemos...


É esta a última frase que Joseph Garcin diz em Huis Clos, e em Godot nos Infernos, momentos antes da peça acabar. O pano cai, mas o martírio daqueles três personagens continua pela eternidade, saimos daquele inferno mas ele não desaparece.
O mesmo acontece com esta peça. Ontem caiu o pano sobre a quinta produção dos Hipócritas, Godot nos Infernos, a minha primeira peça a sério. Deste julho que este texto me acompanha, com mais intensidade depois do Verão e em pleno desde 10 de Janeiro, data em que estreámos no Instituto Franco-Português.

"E agora? O que é que fazemos?"
"Esperamos pelo Godot..."
"Sim, mas enquanto esperamos?"

Vazio. Fica sempre uma sensação de vazio quando termina um projecto, principalmente algo tão intenso e envolvente como este, algo que para mim foi tão marcante. Aprendi imenso, cresci imenso, tenho tanto ainda para andar, tanto para corrigir, melhorar, mas este foi o maior passo que já dei.
Agora pausa... silêncio. Um mês ou dois de interrupção na vida artística dos Hipócritas, para um regresso anunciado que, espero, seja muito em breve.
Deixei Garcin com as suas Inês e Estelle, mas nunca o teatro.

"Pois bem... continuemos..."

4 comentários:

Astor disse...

em breve espero voltar a ver-te!

hein hein?

Anónimo disse...

Hum... não terás antes deixado Garcin com a sua Estelle e Inês? Ou com as suas Estelle e Inês? Ou talvez apenas com Estelle e Inês? Ou ainda com Estelle e a sua Inês? ;-)

Abraço, mais uma vez muitos parabéns.

Padrinho.

Astor disse...

ah... e o momento alto da peça é mesmo quando o Astor toca :P

Anónimo disse...

Continuarei á espera de ser surpreendida, de novo, pela graça e mestria destes actores que a cru, como se da sua propria vida se tratasse, nos deram a conhecer o conflito interior de cada uma das personagens criando assim o elo de ligação, entre eles e nós.
Irremediavelmente ali sentados no escuro mas tão proximos do palco, tambem esperamos Godot, tambem analisamos os nossos pecados, actuando como Deus e Diabo, julgando todos e nunca nós.
P.S.-Infelizmente não posso aplaudir a todos de pé, existe uma grande diferença entre o amor pelo teatro e o viver o teatro. No entanto, o meus sinceros parabens ao elenco protagonista.