terça-feira, setembro 09, 2008

The Hottest State

Em 1996 Ethan Hawke publica o seu primeiro romance. 10 anos mais tarde tem a oportunidade de o passar para o grande ecrã, num filme em que para além do argumento, Hawke assume a realização.

O Estado Mais Quente chega às salas portuguesas dois anos mais tarde.

Esta terceira realização do actor de Antes do Amanhecer é, tal como nesse filme, uma história sem história, que vive do momento, do diálogo, mais até do silêncio, num existir em que os actores criam sem se notar, nascendo personagens que parecem tão naturais, tão simples, que acreditamos que podem descer do ecrã e sentar-se ao nosso lado.

É uma história de amor, de perda, mas sem ceder à tentação do final feliz, ou ao drama da tragédia, como na vida de cada um de nós, o final, o percurso também, não é grandioso nem catastrófico, é o passar de sentimentos com que se lidam com um grau de dor e afecto mais ou menos controlado. Não há grandes traições, grandes chantagens, grandes personalidades "bigger than life", apenas duas pessoas que se encontram e se afastam, sem um motivo maior, tão só porque a vida acontece. Aí reside a força de O Estado Mais Quente e também a sua incrivel emotividade, cada um de nós já viveu, já sofreu, já fez sofrer, conhece por dentro a importância das pequenas derrotas, e dos grandes amores esquecidos.

Simples, belo, sincero, O Estado Mais Quente é um pequeno grande filme.

1 comentário:

intruso disse...

(ainda por ver, mas não quero perder...)