Adeus até Setembro
Passou. Veio a última aula da temporada, e finalmente o regresso ao formato de aula, sem forum de discussão, sem peça final, mas aula, pura e simples. Há alguns meses que não acontecia e já lhe sentia a falta. Começámos com partituras simples, um gesto, um movimento, tocámos paredes imaginárias, corpos ausentes que mudavam a textura, a côr, a temperatura.
Fomos estátuas, ansiosas por nos mostrarmos a um qualquer mercador de rua, fomos ansiedade de venda, de movimento.
Em seguida inter-relação com as partituras criadas até então. Não me foi fácil concretizar, o esforço de abstracção não foi bem conseguido, senti-me ridiculo, desconcentrei-me. A partir daí foi uma luta comigo mesmo para voltar ao passo, mas nem no improviso final consegui verdadeiramente concretizar aquilo que me foi pedido ao nivel que quero, que de certa forma me exigo.
Em Setembro acaba o workshop, espero até lá ter conseguido outro sítio onde possa contínuar a dar seguimento a este trabalho.
2 comentários:
é sempre tempo de experimentação. naquelas quatro paredes tens o teu casulo onde podes fazer tudo, experimentar tudo, cair e levantar-te. a crítica ali não tem lugar. é um lugar privilegiado a que poucos têm acesso. lembra-te disso. pouca gente tem direito a um pedacinho de mundo, com outras pessoas lá dentro, em que ninguém se olha com crítica. apenas curiosidade de saber o que sai daquele corpo tão em contacto com as emoções que se deve esquecer de pensar. nós somos mesmo auto-destrutivos às vezes... e esquecemo-nos que somos os únicos a ver-nos com mau ar!
aproveita... depois vais sentir saudades.
de qq das formas, há sempre aqueles dias em que o cansaço ou alguns problemas não nos deixam dar uma para a caixa ;)
bem, por enquanto tens de esperar. mas já sabes... em Setembro... pimba! voltas a "dar no vício" :))
hás-de voltar ao teatro, hás-de encontrar outro sitio, essa paixão não vai acabar assim! a abstração há-de vir, quando deres por ti já conseguiste, pensa na yoga, é capaz de ajudar.
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