quarta-feira, junho 11, 2008

Irina Palm

Co-produção europeia, realizador alemão, passado em Inglaterra, Irina Palm é daqueles filmes que funciona sem deslumbrar.

Ao saber que o neto precisa de viajar até à Australia para ter uma operação que lhe vai salvar a vida, uma mulher na casa dos sessenta emprega-se numa casa de strip, onde numa cabine, masturba homens através de um buraco na parede.
A situação tem tanto de dramático como de ridículo, e Garbaski soube encontrar o húmor e o lado humano por detrás de um sub-mundo da prostituição que normalmente é retratato de uma forma mais dura. É nos pormenores que Irina Palm cativa, no rosto de Marianne Faithful, na música, no dono do bar, nas primeiras reacções de Maggie quando se vê confrontada com aquilo que tem que fazer. São as perguntas das amigas, o trajecto para o trabalho, é o passo-a-passo que faz com que acompanhemos esta mulher num caminho tortuoso.

O problema principal é a extrema leveza com que acaba por tratar toda a situação, o potencial dramático que, se bem explorado, apenas iria reforçar o potencial cómico e humano, acaba por ser menorizado. Nada de realmente forte acontece, as coisas estranham-se mas depois são rapidamente assimiladas, tudo enfim, corre sobre rodas com demasiada facilidade.

Não deixa de ser um filme terno, inteligente, bem-disposto, e uma forma simpática de passar duas horas num fim de semana.

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