quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Defiance

Quem conheça o trabalho de Edward Zwick sabe o que esperar deste Resistentes. Tempo de Glória, Diamante de Sangue ou O Último Samurai conhece o gosto do realizador por épicos com um tom de tragédia. Quem conheça o trabalho de Eduardo Serra (Fados, A Rapariga com o Brinco de Pérola, Diamante de Sangue), sabe que este director de fotografia é capaz de contar toda uma história por imagens, criar todo um ambiente de luz que nos transporta para um sítio emocional que define os seus filmes.
Em 1941 quatro irmão, camponeses judeus bielorrussos, fogem para a floresta depois de os nazis lhes terem morto a família. Ali tornam-se os guardiões involuntários de diversos judeus que seguiram o mesmo caminho, em busca de abrigo nos bosques.
Resistentes é capaz de ser dos filmes com um tom mais melancólico de Edward Zwick. O frio, a fome e a doença estão constantemente presentes na vida de um grupo improvável de heróis que escolhem sobreviver, recusando-se a entregar nas mãos de Deus para decidir o seu futuro, recusando-se a morrer.
Resistentes não é um filme genial. É demasiado linear na glorificação de uns e demonização de outros, desenvolve-se a um ritmo estável e minimamente previsível, sem trazer nada de propriamente novo ou diferente - vide a cena do casamento, um decalque pobre do que Coppolla fez nos Padrinhos.
No entanto nunca compromete. Tem um trabalho do elenco bastante sólido, uma fotografia soberba, uma realização clássica e inteligente, uma história verídica tocante.
É um conto de força e vida, bem contado, bem construído, duas horas de bom cinema.

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