A colecção Berardo é de facto um conjunto impressionante de obras dos mais importantes movimentos artísticos dos últimos oitenta anos. Principalmente se se pensar que o que está exposto no CCB é apenas uma fracção da colecção completa.
Este Domingo resolvi visitar a tão badalada exposição/museu e, para além das obras em si, achei curioso o público que lá estava.
Longe do espectador típico, encontrei familias inteiras de gente que parecia ser a primeira vez que entrava num museu. Aliás, as fotografias com flash sucediam-se, sem que os seguranças sequer esboçassem o mínimo protesto, ou sequer sinal de incómodo, mas enfim. Uma das coisas interessantes foi o facto das ditas fotos serem tiradas, não só às obras em si, mas às pessoas ao pé das obras, como se costuma fazer nas viagens, sorrindo muito direitinho ao pé da Torre Eiffel, do Big Ben, ou com o arco da Rua Augusta em fundo. Isso achei incrivel. Não era uma ida a um museu, era uma visita, um passeio, algo para recordar no album de fotografias, mostrar aos amigos, "eu estive lá", mesmo que só de passagem. Assim é o efeito mediático do Sr. Berardo, aráuto dos pobres e oprimidos na PT, benfiquista encartado, mecenas das artes e self-made man cá do burgo. Pode ser positivo, a presença de quem não costuma andar nestas lides, mas seria preciso um enquadramento e trabalho museográfico bastante mais conseguido. A exposição está um pouco perdida no CCB, sem grande enquadramento, solta nas paredes em conjuntos genéricos (pop arte, surrealismo, etc), mas sem o apoio didático, nem o apelo que um conjunto destes podia ter. Colocar a colecção Berardo ali foi a melhor das más soluções que existiam, é pena que na próxima década não possamos ter as retrospectivas e trabalhos para que o CCB foi realmente concebido...
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