sexta-feira, julho 06, 2007

Die Hard 4.0

Doze anos depois do último episódio, o polícia promovido a detective, John McClane regressa para mais um confronto com um grupo de terroristas dispostos a tudo.
Desta vez são piratas informáticos, que através de um esquema mirabolante, atacam todos os sistemas e computadores nos EUA, criando o caos.
Entrei para o filme predisposto a gostar. Tinha achado piada ao primeiro da série, há quase vinte anos, não tanto ao segundo, mas o terceiro recuperou a sua graça, se pensarmos num filme de acção "no-brainer". Digamos que fazia sentido, se John McTiernan (Caça ao Outubro Vermelho, O Caso Thomas Crown) estava ao leme do primeiro e do terceiro, já o segundo foi deixado para Renny Harlin cujo maior feito for ter realizado o Cliffhanger do Stallone ou o Pesadelo em Elm Street 4. Para esta quarta aventura o realizador escolhido foi Len Wiseman, puto que tem no seu passado a dupla de filmes Underworld. O pior aconteceu.
Die Hard 4.0 é um festim de efeitos especiais, tudo mexe, tudo explode e capota, mas perdeu a sua irreverência, John McClane transformou-se numa espécie de quasi-super-heroi intocável onde nada lhe pode acontecer, e nada realmente acontece. As situações em que se envolve são de tal maneira absurdas que a pessoa dá por si com a mão na cabeça a perguntar o porquê de tal exagero. Convenhamos, vencer um caça enquanto se conduz um camião, e sair de lá, por entre pontes que colapsam, com pouco mais que um arranhão, roça o ridículo. Aliás todo o filme roça o ridículo, os argumentistas não se dão ao trabalho de explicar quase nada e insistem na ideia imbecil de que com um computador e dez segundos se acede a qualquer password em qualquer parte do mundo, excepto claro se for uma password que um hacker tenha criado, essas aí são por milagre, intransponíveis. Há depois a questão de toda a gente no mundo virar burra, excepto os dois heroís que têm fantásticas intuições e descobrem os planos dos "maus da fita" sozinhos. Toda a policia, FBI, todo o cidadão americano é atrasado mental, e à excepção de uma mão cheia de hackers (e não são assim tantos), ninguem percebe nada de informática.
A lista podia continuar, mas não vale o esforço. Inverosímil é dizer pouco, o argumento é pura e simplesmente estúpido, servindo apenas de pretexto para ver Bruce Willis a escapar com poucos arranhões às situações mais disparatadas.
Uma perca de tempo e o pior da tetralogia.

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