O Outro Lado
Foi pensado como uma prenda para os amigos, pela ocasião do seu quadragésimo aniversário, este espectáculo de Pedro Branco, música e poesia da autoria do filho de José Mário Branco. Na Sociedade Guilherme Cossoul foi levado a palco O Outro Lado ao longo de cinco dias. Um cenário que mostra um quarto, com Pedro Branco sentado fora de palco e Nani (creio não me ter enganado no nome), rapariga de vinte e pouco anos, vestida à Floribela, em palco a "declamar" os poemas.
Se como graça de um professor, artista amador, para um grupo de convivas, o espectáculo poderia ter a sua piada, como evento pagante para público, roça o desastroso. A "diseur" é catastrófica, lê como qualquer miudo do nono ano leria um texto poético, com a agravante de, por vezes, tentar dar-lhe emoção, olhando para o vazio, ou estendo-se mui pirosa na cama com ares de inocência forçada. Um zero redondo que fez da experiência algo deveras penoso. O espaço cénico existe sem o mínimo de aproveitamento, distrai e nada mais. A rapariga mexe-se da cama para a secretária e da secretária para a cama, sem propósito, apenas porque sim. Muda de roupa quatro vezes sem motivo e, apesar de o fazer em cena, fá-lo visivelmente envergonhada.
A música é monótona, repetitiva, com raizes na música popular portuguesa e em algumas coisas do pai do cantor, mas a milhas de distância do mesmo.
A poesia é elementar, por vezes com piada, outras demasiado infantil, segue um esquema fixo A/B/A/B, mas verdade seja dita, quando sai da boca de Nani, torna-se quase imperceptível. Como cantor Pedro Branco é afinado, mas com uma aplitude vocal nula, sempre que tenta um agudo sai-lhe esganiçado.
É um erro olhar para o que se passou na Guilherme Cossoul como um espectáculo. É algo para amigos e nunca devia ter sido mais que isso. Fica provado, o talento não é hereditário.
Se como graça de um professor, artista amador, para um grupo de convivas, o espectáculo poderia ter a sua piada, como evento pagante para público, roça o desastroso. A "diseur" é catastrófica, lê como qualquer miudo do nono ano leria um texto poético, com a agravante de, por vezes, tentar dar-lhe emoção, olhando para o vazio, ou estendo-se mui pirosa na cama com ares de inocência forçada. Um zero redondo que fez da experiência algo deveras penoso. O espaço cénico existe sem o mínimo de aproveitamento, distrai e nada mais. A rapariga mexe-se da cama para a secretária e da secretária para a cama, sem propósito, apenas porque sim. Muda de roupa quatro vezes sem motivo e, apesar de o fazer em cena, fá-lo visivelmente envergonhada.
A música é monótona, repetitiva, com raizes na música popular portuguesa e em algumas coisas do pai do cantor, mas a milhas de distância do mesmo.
A poesia é elementar, por vezes com piada, outras demasiado infantil, segue um esquema fixo A/B/A/B, mas verdade seja dita, quando sai da boca de Nani, torna-se quase imperceptível. Como cantor Pedro Branco é afinado, mas com uma aplitude vocal nula, sempre que tenta um agudo sai-lhe esganiçado.
É um erro olhar para o que se passou na Guilherme Cossoul como um espectáculo. É algo para amigos e nunca devia ter sido mais que isso. Fica provado, o talento não é hereditário.
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