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3 é o segundo espectáculo de uma trilogia, criada pelo teatro cão solteiro, tendo por fundo o tema o sonho. Construído em parceria com André Godinho, cineasta que recolheu imagens do primeiro espectáculo A Carta Roubada.
No Sábado passado não houve representação, falta de público. Ontem só lá estávamos dois, mas mesmo assim avançaram com a performance.
Há ideias interessantes. Para começar, o próprio local, e o percurso que se faz até à "sala", o visitar de um espaço em decadência, como se sentisse a memória do edifício. Cénicamente, o sofá virado de costas tem impacto, as mãos e pés que ocasionalmente aparecem são visualmente bem conseguidas. O video de André Godinho é de uma crueza árida, uma estética Bergmaniana, e acaba por ser o centro da peça.
Mas a base, como sempre, é o texto. Este é um espectáculo de textos, declamados, sem actores visiveis (ou quase), sem narrativa, sem ilustração. É um diálogo entre o texto, o video e o espaço cénico. A representação destes textos, a leitura dos mesmos é um desastre. Os dois actores criam uma forma estéreotipada, oh tão teatral, tão repetitiva, monótona e gasta. Não consegui perceber os textos. As palavras eram atiradas ao ar, Deus nos livre mudar ritmo, entoação, Deus nos livre representar, sentir o que se está a dizer. Não. Há uma pré-concepção intelectual do que é declamar um texto em teatro, e aqui vai disto, uma hora inteira no mesmo registo. O mais grave é que este ponto destroi tudo o resto. A ambiência, o video, até a pequena surpresa final, cuja interpretação se perde. O que é que estiveram a dizer mesmo?
É pena, a ideia tinha potencial...
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No Sábado passado não houve representação, falta de público. Ontem só lá estávamos dois, mas mesmo assim avançaram com a performance.
Há ideias interessantes. Para começar, o próprio local, e o percurso que se faz até à "sala", o visitar de um espaço em decadência, como se sentisse a memória do edifício. Cénicamente, o sofá virado de costas tem impacto, as mãos e pés que ocasionalmente aparecem são visualmente bem conseguidas. O video de André Godinho é de uma crueza árida, uma estética Bergmaniana, e acaba por ser o centro da peça.
Mas a base, como sempre, é o texto. Este é um espectáculo de textos, declamados, sem actores visiveis (ou quase), sem narrativa, sem ilustração. É um diálogo entre o texto, o video e o espaço cénico. A representação destes textos, a leitura dos mesmos é um desastre. Os dois actores criam uma forma estéreotipada, oh tão teatral, tão repetitiva, monótona e gasta. Não consegui perceber os textos. As palavras eram atiradas ao ar, Deus nos livre mudar ritmo, entoação, Deus nos livre representar, sentir o que se está a dizer. Não. Há uma pré-concepção intelectual do que é declamar um texto em teatro, e aqui vai disto, uma hora inteira no mesmo registo. O mais grave é que este ponto destroi tudo o resto. A ambiência, o video, até a pequena surpresa final, cuja interpretação se perde. O que é que estiveram a dizer mesmo?
É pena, a ideia tinha potencial...
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de: Cão Solteiro & André Godinho
2 a 25 de novembro, de 3ª a domingo, às 22h
na R. do Poço dos Negros, 120
reservas 96 017 47 98 (das 14h às 22h)
2 a 25 de novembro, de 3ª a domingo, às 22h
na R. do Poço dos Negros, 120
reservas 96 017 47 98 (das 14h às 22h)
1 comentário:
Antes dos blogs, e ainda mais, antes dos telemóveis, as pessoas combinavam cafés e jantares para saberem umas das outras. Para saber o que acharam da peça que viram ontem, ou na semana passada...
Obrigado pelas palavras simpáticas ao meu trabalho (não estou a ser irónico).
Temos que combinar um jantar para falar de outras coisas, coisas que não sejam tema de blogs, se ainda existirem.
Um abraço
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