In Rainbows
A primeira vez que ouvi Radiohead foi com o single do seu primeiro album Creep. Essa porta de entrada é comum para grande parte dos antigos fãs da banda. O disco era Pablo Honey, interessante trabalho rock, com influências grunge, mas que se destaca principalmente pelo single Creep, enorme sucesso que ainda hoje passa nas rádios. O EP Iron Lung foi um ponto de transição para o seu albúm seguinte, The Bends. Aqui finalmente começa a emergir com maior leitura a sonoridade particular dos Radiohead. Fora das tendências maiores da época (Smashing Pumkins eram reis na altura), The Bends é um trabalho pessoal, algo depressivo, com um Tom York inspirado.
Com Ok Computer é firmado o estatuto mundial de culto de Radiohead. Para muitos o seu melhor disco, Ok Computer é uma vez mais uma evolução sobre o passado, num caminho electrónico, com odes geniais como Paranoid Android, num conjunto de músicas inovadoras que se ouve e (re)descobre vezes sem conta.
Eis que chega Kid A. Aí tudo rebenta. O caminho da banda encontra novos territórios, e se a experimentação é algo que os define, Kid A é um album marcante, de rupturas. Muitos fãs ficaram desiludidos, Kid A não tem um som fácil que fique no ouvido, mas é um dos grandes albuns da década.
Amnesiac. Para mim o expoente máximo de Radiohead. Quando o ouvi pela primeira vez pensei que tivessem perdido o juízo de vez. As ondas de rádio ficaram (com raras excepções) prácticamente arredadas deste disco, e com motivos, quase não há uma música que possa passar, quase nenhuma que se apanhe de ouvido, que tenha uma construção melódica simples. Mas com canções como You and Whose Army?, Like Spinning Plates ou Life in a Glass House, os Radiohead atingiram um nivel de absoluto génio, uma referência única, marcante no panorama mundial, asseguraram um lugar vitalício no panteão das lendas musicais.
Em 2003 o muito aguardado Hail to the Thief é lançado. Qual seria o passo seguinte para esta surpreendente banda? Foi um regresso às origens. Hail to the Thief é um belíssimo CD, mas é quase como se Kid A e Amnesiac tivessem sido apagados e este fosse o seguimento de OK Computer. Nada de mal, não é possivel reeinventar-se a cada passo, e Hail to the Thief é um trabalho sólido.
Este ano voltam à carga com In Rainbows. Para os fãs, quatro anos sem música nova custa um pouco a passar. E no lançamento do disco abanam toda a indústria, as músicas estão disponiveis para download no seu site, e cada um paga o que quer, podendo inclusivé não pagar nada. É o assumir definitivo a morte da forma tradicional de venda de música. Há também uma edição especial, carregada de extras, mais cara, para colecionadores. Pode ser o início de uma revolução. E a música? Bem, a música é do nível a que a banda já nos habituou. Parece que encontraram um local confortável, um tom, um estilo próprio, e que aí se instalaram para lançar sons de qualidade, com uma boa produção, intensos, mas sem surpreender, sem inovar, sem sair desse nicho que criaram para si próprio. Mas In Rainbows é um trabalho que merece uma escuta atenta, não desilude, apenas não inova. Afinal, um bom albúm é ou não é apenas um bom albúm?
Com Ok Computer é firmado o estatuto mundial de culto de Radiohead. Para muitos o seu melhor disco, Ok Computer é uma vez mais uma evolução sobre o passado, num caminho electrónico, com odes geniais como Paranoid Android, num conjunto de músicas inovadoras que se ouve e (re)descobre vezes sem conta.
Eis que chega Kid A. Aí tudo rebenta. O caminho da banda encontra novos territórios, e se a experimentação é algo que os define, Kid A é um album marcante, de rupturas. Muitos fãs ficaram desiludidos, Kid A não tem um som fácil que fique no ouvido, mas é um dos grandes albuns da década.
Amnesiac. Para mim o expoente máximo de Radiohead. Quando o ouvi pela primeira vez pensei que tivessem perdido o juízo de vez. As ondas de rádio ficaram (com raras excepções) prácticamente arredadas deste disco, e com motivos, quase não há uma música que possa passar, quase nenhuma que se apanhe de ouvido, que tenha uma construção melódica simples. Mas com canções como You and Whose Army?, Like Spinning Plates ou Life in a Glass House, os Radiohead atingiram um nivel de absoluto génio, uma referência única, marcante no panorama mundial, asseguraram um lugar vitalício no panteão das lendas musicais.
Em 2003 o muito aguardado Hail to the Thief é lançado. Qual seria o passo seguinte para esta surpreendente banda? Foi um regresso às origens. Hail to the Thief é um belíssimo CD, mas é quase como se Kid A e Amnesiac tivessem sido apagados e este fosse o seguimento de OK Computer. Nada de mal, não é possivel reeinventar-se a cada passo, e Hail to the Thief é um trabalho sólido.
Este ano voltam à carga com In Rainbows. Para os fãs, quatro anos sem música nova custa um pouco a passar. E no lançamento do disco abanam toda a indústria, as músicas estão disponiveis para download no seu site, e cada um paga o que quer, podendo inclusivé não pagar nada. É o assumir definitivo a morte da forma tradicional de venda de música. Há também uma edição especial, carregada de extras, mais cara, para colecionadores. Pode ser o início de uma revolução. E a música? Bem, a música é do nível a que a banda já nos habituou. Parece que encontraram um local confortável, um tom, um estilo próprio, e que aí se instalaram para lançar sons de qualidade, com uma boa produção, intensos, mas sem surpreender, sem inovar, sem sair desse nicho que criaram para si próprio. Mas In Rainbows é um trabalho que merece uma escuta atenta, não desilude, apenas não inova. Afinal, um bom albúm é ou não é apenas um bom albúm?
A música desta semana é Bodysnatchers, deste In Rainbows. Enjoy.
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