Equilibrio
O meu problema na sexta era a garganta. Não contei com a constipação, dores de corpo, sinusite, moleza, nariz entupido e a correr, suores e (desgraça) tosse. A solução? Comprimidos. Muitos comprimidos. Cêgripe em doses industriais para o corpo, zirtec para a sinusite, ipobrufeno para o nariz e garganta, pingos para o nariz, drill para a tosse e rouquidão, uma boa assoadela antes de entrar em cena, fincar os pés no chão e siga para bingo. Descobri que o melhor remédio ainda é a adrenalina. Depois de subir a palco o corpo reage de outra forma, a gripe fica em segundo plano, sobra apenas o nariz e a garganta.
Equilibrio. É a palavra chave. Neste caso com o corpo, conseguir encontrar um equilibrio entre aquilo que preciso fazer e aquilo que consigo fazer, a tentar ultrapassar as minhas próprias limitações. Equilibrio com a personagem, em constante mutação, evolução, sempre a afinar pormenores, a ouvir críticas e opiniões, em busca. Equilíbrio com os outros actores, na procura da contracena, de ouvir, de sentir, de olhar e ver, encontrar o espaço certo e o tom certo, atento aos problemas e deslizes, dar a mão quando é preciso e sentir que quem está do outro lado não nos vai deixar cair.
Neste momento, nesta peça, tenho noção dos meus limites e limitações, mas sentir que estou a atingir um ponto de equilibrio, a encontrar o meu local, a agarrar neste Garcin, neste inferno, e a aguentá-lo é, para mim, uma vitória.
Pequena sugestão. Se nos quiserem ir vêr mas ainda não foram sugiro que se apressem. Existe uma pequena hipótese de termos de cancelar a peça mais cedo.
2 comentários:
Espero bem que a hipótese seja mesmo pequena, pois nem todos vivem aí a dois passos... I'm doing my best!
Padrinho. ;-)
ai, lindinho, espero que se consigam safar...
tens de me contar melhor o que se passa...
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