Pela Estrada Fora
A ler o On The Road do Jack Kerouac, estou nas grandes planícies de Ford e Hawks, nos road movies dos anos 60 e 70, um James Dean, um Easy Rider, com jazz nos ouvidos, Miles Davis, Dizzy Gillespie, uma gaita de beiços no cair da tarde, um country-western no ar, o banjo a ressoar no pelo céu púrpura, ou até mesmo, mais recente, Shawn Mullins em Twins Rock, Oregon. Comboios de carga cruzam o horizonte, os cheiros mudam, uma ponta de tensão enquanto subo a bordo.
Ao de leve, uma brisa quente toca-me no rosto.
Até que levanto a cabeça, ouço um terrivel chiar nos ouvidos. Na estação do Marquês empurro-me por entre a turba para chegar a uma nova carruagem, pés rápidos apressados, colónia de formigas, pontos negros do qual sou apenas mais um.
E por um momento, apenas um segundo, senti-me ridículo.
2 comentários:
O quê, não havia "uma brisa quente a tocar-te no rosto" na estação do Marquês? Parece impossível! Devias era apanhar o 15 (mas o velhinho, que vai na bisga) até ao Calvário para veres o que é brisa a bater-te no rosto, LOL!!!
:)
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