The Mist
Há um género cinematográfico que tem uma particularidade, existe em si mesmo. Esse género é o terror. Passo a explicar, os filmes são (maioritáriamente) histórias. Uma narrativa, personagens, emoções. O rumo dessa história leva-nos a classificar esse filme num (ou vários) géneros. No entanto um drama não é um filme onde se chora do primeiro ao último minuto, uma comédia não é necessáriamente um filme onde cada cena é pensada para fazer rir. Os filmes de terror são normalmente um caso à parte. A história, quando existe, está lá para criar tensão, os personagens não são desenvolvidos, as cenas são apenas um set-up para o próximo susto. Lembro-me dos comentários de Victor Salva, realizador de Jeepers Creepers (um dos grandes filmes de terror da década), que foi criticado por fãs do género pelos primeiros cinco minutos do filme, onde os dois irmãos (protagonistas da história) conversam no carro antes de encontrarem o ser que os vai perseguir o resto do filme, numa tentativa de desenvolver os personagens e criar ligações entre eles e o espectador.
Eis que chega The Mist - Nevoeiro Misterioso, último filme de Frank Darabont baseado num conto de Stephen King. Para os mais distraídos esta pode ser uma escolha estranha, Darabont realizou Os Condenados de Shawshank e The Majestic, uma temática longe do universo do terror. Mas das quatro longas metragens que realizou até agora, três foram baseadas em contos de Stephen King (entre os quais o referido Shawshank), e a única curta em carteira é também baseada em King. A ligação entre o realizador e o escritor é antiga .
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