quarta-feira, junho 25, 2008

The Happening

M. Night Shyamalan firmou-se desde O Sexto Sentido como autor de filmes, não diria de terror, mas pelo menos do reino do fantástico. Realizador, argumentista e produtor, é das raras pessoas que pode reclamar realmente um filme como seu.

O Sexto Sentido era um thriller intenso com uma reviravolta inesperada no fim. Desde então que Shyamalan se viu refém dessa fórmula, filmes extraordináriamente bem construídos, tensos, com twist. O problema é que, a partir desse filme original, que já tinha alguns problemas de argumento, a pressão de surpreender tornou os filmes cada vez mais absurdos, culminando no rídiculo fim de Sinais ou no absolutamente imbecil A Vila.
Com A Senhora da Água tentou fugir à sua própria regra, sem introduzir uma reviravolta própriamente dita, mas tentando surpreender ao longo do filme. O resultado final foi morno.

Retonorna agora com O Acontecimento, o seu filme mais violento, onde uma estranha "doença" ataca as pessoas, tornando-as seres confusos e que, após pouco tempo, se suicidam das formas mais bizarras. Sem se saber o motivo desde acontecimento mortal, o filme segue um casal que tenta fugir a um fim anunciado.
O Acontecimento é, no fundo, um filme de zombies. A matriz é igual à dos clássicos de Romero: o cenário apocalíptico, o "virús" desconhecido que ataca as pessoas transformando-as (sendo que neste caso elas matam-se a si próprias em vez de matar o vizinho), o pânico, até à estrutura de filme-catástrofe, acompanhando um grupo de pessoas pelo meio da confusão.
Shyamalan não deixou de saber filmar, a primeira meia-hora é muito boa, com as diferentes mortes a serem apresentadas de forma surpreendente, marcante até. O problema é que, após a ideia inicial, nada mais acontece, o enredo é banal, a tensão inexistente, e os actores dão das perfomances mais fracas da sua carreira (o que aconteceu a Mark Whalberg?).
O Acontecimento não tem o twist imbecil no fim, mas ao mesmo tempo perdeu o fulgor e o interesse que os outros filmes apresentam. Em vez de termos os últimos 30 minutos sem nexo, temos uns míseros primeiros 30 minutos com ideias.
Ainda não foi desta que Shyamalan acertou...

3 comentários:

Anónimo disse...

E o Unbreakable?

(Padrinho)

MPR disse...

O Unbreakable não é mau, mas não é genial...

Anónimo disse...

É o mais cool de todos... :-)