quarta-feira, outubro 29, 2008

Paris

O Cédric Klapisch é bom moço. Tão bom moço que ficou famoso entre nós com o seu filme de 2002 A Residência Espanhola, que espalhou o sabor do Erasmus pela Europa. Eu que já tinha pena de não ter aproveitado o programa nos meus tempos de faculdade, pior fiquei.
O seu estilo fragmentado colou como imagem de marca, e revisitei-o em 2005, tendo perdido um filme pelo meio, com Bonecas Russas - os mesmos personagens de A Residência Espanhola anos mais tarde. Grossa desilusão. O estilo era o mesmo, o húmor tentava ser o mesmo, o filme era redundante e manifestamente inferior.
Agora chega-nos com este Paris, que se propõem a ter a capital francesa como pano de fundo a uma série de histórias de personagens aparentemente desconexos. Lá está o fragmentado de novo. Bocejo. Longe do passeio pelas vidas comuns de gente vulgar, quiçá com alguma inspiração Fellini, temos perante nós o arrastar lento, vagaroso, pastoso, do tempo. Saltitamos entre uns e outros com pouco o que dizer, ver, fazer, sentir, morre gente, apaixona-se e desilude-se, sempre com o ponteiro do relógio a teimar em não se mexer. Desinteressante, inconsequente, banal, para além de prestações correctas do elenco, fica uma certeza, Klápisch está seco e não tem nada para dizer. Ah, e uma outra, os vendedores de praça, peixeiros e afins, têm uma vida sexual diversa e com muita saída entre as classes sociais acima da sua.
Perca de tempo...

2 comentários:

ttf disse...

Não me digas que também tens o remorso de não ter feito Erasmus...eu costumo dizer que, se um dia for daqueles famosos a quem perguntam: "Olhando para trás, havia alguma coisa que faria de diferente na sua vida?", eu certamente responderia: "Sim. Teria feito Erasmus!!!".

MPR disse...

Sim... é um remorso...