Assim começa...
... a primeira aula a sério do novo curso. Relaxamento inicial, deitados no chão, prolongado, profundo, tomando consciência do nosso corpo e das nossas emoções.
Em seguida o objecto que tinhamos que levar para aquela aula, no meu caso um livro, conhecê-lo com os cinco sentidos, olhar para ele, saber-lhe os pormenores, conhecer-lhe as texturas, senti-lo com o toque, observar-lhe o cheiro, o som que faz (e acreditem que um livro tem muitos, mas muitos sons) e por último o gosto. Em seguida explorá-lo, para que serve, como o usar, e não nos limitar-mos à sua utilização óbvia, criar, inventar novas possibilidades.
Desaparece agora o objecto, mas mesmo assim temos que o sentir, conhecer-lhe o peso, o cheiro, o toque, a forma... Deixar que a memória sensorial o torne físico de novo. E voltar a explorá-lo, lembrar como nos veio parar às mãos, foi oferecido? Comprado? O que sentimos nesse momento?
Em seguida sentamo-nos como que em plateia. Cinco de nós vai para a frente dos outros, pensa num texto que saiba de cor, um poema, letra de música, o que seja. Começamos de novo a manusear o objecto sem que ele lá esteja e, movendo-nos pela sala com o texto que pensámos, recordamos o momento em que esse objecto veio parar às nossas mãos, falamos com a pessoa, sentimos de novo, sempre com o texto de cada um e com a memória sensorial trabalhada.
Por fim, novo relaxamento, mais solto, mais divertido, leve...
O trabalho sobre os sentidos começa, esta base é fundamental para o desenvolvimento do trabalho de actor.
Começou a sério, e já começou a levantar suspeitas e desconfiança em alguns alunos que não tinham a percepção do tipo de trabalho que aqui ia ser desenvolvido.
Um ponto muito positivo, logo desde o primeiro minuto que somos habituados a estar em frente a público, neste caso os colegas, mas seja, temos que nos habituar à presença de outros.
O trabalho promete...
2 comentários:
promete sim senhor :)
assim sim
Enviar um comentário