El Laberinto Del Fauno
Nunca fui grande fã de Guillermo Del Toro, apesar de gostar do seu imaginário nem Mimic, nem Blade 2, nem Hellboy me convenceram. No entanto, por causa de tudo o que li e ouvi sobre este filme, aguardei a sua última fita com muita espectativa.
O Labirinto do Fauno é uma fábula crua, uma crítica dura à Espanha fascista de Franco. É aliás o segundo filme sobre o tema que Del Toro realiza, após El Espinazo Del Diablo em 2001, e parece querer voltar ao tema em 2009 com o filme 3993.
Antes de mais, e para que o cartaz não engane ninguém, O Labirinto do Fauno não é um filme para crianças, não é um filme de aventuras, nem está dentro do mundo de Tim Burton. É um conto sobre uma criança orfã de pai, cuja mãe casa com um sádico capitão fascista em Espanha em 1944, e que para fugir á horrivel realidade que a rodeia se deixa seduzir por um mundo de fadas e faunos, mas onde as criaturas fantásticas são tão concretas e maléficas quanto os monstros da vida real.
Guillermo Del Toro consegue tecer uma fina teia de emoções, de relações, numa película visualmente impressionante (é espantosa a diferença entre a indústria espanhola e aquilo que se consegue fazer em Portugal), muito violenta (por vezes de uma forma gráfica) e que me conseguiu cativar desde o primeiro instante. Há muito tempo que um filme não me enchia desta maneira, me tocava, chocava, surpreendia, apeteceu-me levantar e aplaudir de pé a força das imagens que tinha acabado de assistir. Ganhou 3 Óscares, merecia muito mais. Sei que a paixão que desenvolvi por este Labirinto pode não ser partilhada por muita gente, mas o cinema é feito destas coisas, não só de excelência técnica ou artística, mas de histórias que nos arrebatam e nos fazem esquecer quem somos e onde estamos...
1 comentário:
Também gostei muito...
fui surpreendido pela história, pela fotografia e plasticidade dos personagens (os humanos e as criaturas...)
a magia existe... diria.
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