The Last King of Scotland
Kevin MacDonald é um realizador conhecido pelo documentarismo e, descobri agora, neto de Emeric Pressburguer (brilhante realizador, argumentista e produtor dos anos 40 e 50, que fazia dupla com Michael Powell). The Last King of Scotland é a sua primeira aventura na ficção, e curiosamente, baseada em pessoas e factos reais, como que uma bengala para quem está habituado a relatar factos concretos. Segue a história do médico pessoal de Idi Amin, brutal ditador do Uganda na década de 70, que saído da faculdade deixou a Escócia e partiu para o Uganda em busca de emoção. Se MacDonald vem do documentarismo perdeu rápidamente os tiques e vícios desse género, The Last King of Scotland está longe de ser um docu-drama, é um filme intenso, directo, absorvente, com uma fotografia soberba (a reproduzir o feel dos anos 70) e que assenta sobre uma força da natureza: Forrest Whitaker. É verdade que o talento de Whitaker já foi amplamente revelado de Crying Game a Panic Room, mas aqui eleva-se a um nível extraordinário. Não é só a reprodução fiel de Idi Amin, apesar de ser um trabalho sempre difícil copiar e encarnar pessoas (re)conhecidas, mas a impressionante intensidade com que está presente em cena em cada momento, cada minuto, não existe um olhar, um gesto, um pequeno movimento que não esteja repleto de emoção, de vivência, de uma vibração que lhe atravessa cada poro. Um filme que tem outros méritos, que se sustém nos seus próprios pés, mas que Whitaker torna memorável.
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