A energia do outro
Na aula de ontem, para além dos exercícios iniciais de aquecimento, e do ensaio da peça no final, o que mais me marcou foram os exercícios que fizemos no meio. Começámos por tentar reproduzir andar num espaço quase sem gravidade. Continuámos com gestos que cortassem o ar, que nos dessem impulso e tentámos perceber o efeito desse impulso no corpo. Passámos então para exercícios a pares, aí o nosso grau de atenção e de concentração teve que evoluír para outro nível. Começámos lado a lado, a tentar perceber a energia do outro, movendo-nos com o outro, como se o nosso corpo e o dele estivessem ligados por uma corrente invísivel, sem líderes, sem palavras, sem gestos pré-programados, avançávamos tendo apenas em atenção o outro e o que sentiamos desta dualidade. Foi então que veio o toque, o nosso corpo passava a estar em permanente contacto físico com o corpo do nosso colega, movendo-se o mais possivel numa harmonia, num fluxo de pele, carne e movimento, numa ligação constante de atenção, intenção e energia. É incrivel a terrivel liberdade de depender de quem está ao nosso lado e sentir que o outro depende de nós, de actuar como um só. Por fim, o mesmo exercício que este, mas com movimentos mais bruscos, mais fortes, mais intensos. Claro que não atingimos o potencial máximo na primeira vez que experimentamos este trabalho, provavelmente nem na segunda, nem na centésima, mas a busca, a procura, a ligação foi surpreendente.
2 comentários:
andas desaparecido pá.
larga o teatro pá :P
O trabalho com o contacto é sempre uma revelação... :)
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