segunda-feira, julho 23, 2007

Death Proof

Quentin Tarantino e Robert Rodriguez juntaram-se para fazer Grindhouse, dois filmes que para serem exibidos em sessão dupla, com apresentações falsas pelo meio, de forma a replicar as sessões de exploitation movies comuns nos anos 70. O projecto avançou assim nos EUA, mas para a Europa, por motivos comerciais, dividiram os filmes para os exibir separadamente. Death Proof é a parte de Tarantino neste projecto, que nos chega com mais 25 minutos do que a versão americana.

Este projecto está em linha com a obra de Tarantino, ninguém como ele se apropria de géneros pop e os reformula, os reinventa, de filmes de terror, a manga, cinema de artes marciais, westerns e agora os filmes série B ao género dos produzidos por Roger Corman.

Ninguém pode negar a mestria de Quentin Tarantino, o seu talento para a escrita, a capacidade de construir diálogos e dotar os seus filmes de garra e estilo. Death Proof não foge à regra. Divertido, rápido, carregado de referências cinematográficas é uma viagem a que já nos habituámos. A questão é se chega. Se um exercício de estilo é o suficiente para fazer um grande filme. Quanto a mim, não. Personagens vazios, uma história inexistente, tudo se reduz à vertigem em que Tarantino embriaga o espectador. Para mim é pouco, muito pouco.


5 comentários:

laura disse...

pois eu achei muito. ès vezes é bom ter personagens vazias, só porque sim. assim é mais simples aceitar o seu destino de "carne para canhão"...

Ander disse...

Eu achei mais que muito.

Então e o Kill Bill, o grande opus do Tarantino, não é vazio? Um filme cujo plot se reduz a duas palavras:
Kill Bill (and everyone in between).

Não acho que este seja um filme menor do Tarantino, e acho estes diálogos (que não dizem rigorosamente nada) mais interessantes que todas as conversas teóricas dos filmes anteriores.

But that's just me.

MPR disse...

Pois, mas eu achei o Kill Bill vol.1 um filme vazio pelos mesmos motivos. Não faço parte do grupo que idolatra Tarantino, sinto que é um talento que se dispersa em exercícios de estilo que pouco mais são que massagens ao ego do próprio Tarantino que se acha genial. Seja como for, é um filme fracturante, que polariza opiniões, até entre a crítica, o que, por si só, já é um mérito.

Ana A. disse...

Peço imensa desculpa, mas eu nego a mestria de Tarantino!
Não vejo ali nada a mais que um bom realizador. Garra, estilo, onde?
Nada me convence que Tarantino caiu nas boas graças dos críticos. É bom nos filmes que faz, aceito. Mas nada mais do que um bom realizador. Ainda que haja muitos muito melhores.

intruso disse...

(a vertigem não chega?!)

[ainda não vi, gosto do tarantino, q.b.

vou ver...]