Factory Girl
Os anos 60 foram abundantes em personagens iconográficos e Andy Warhol foi um deles. Se é verdade que o seu trabalho foi inovador, serviu-se da cultura popular como objecto de crítica e como punchline, acabando por ser uma parte integrante dessa pop-culture, a pop-art foi engolida pelo mainstream. Pessoalmente Warhol era um personagem bizarro, uma figura andrógina, incapaz de lidar com o seu passado familiar, intimidado pelo dinheiro e pela high-society, era um menino mimado, egoísta, auto-centrado, cobarde, fascinado pelas celebridades em que, em última análise, ele próprio se tornou. Era também um génio.
Factory Girl - Quando Edie Conheceu Warhol, é a história de Edie Sedgwick, socielite que se fascinou e deixou fascinar por Warhol e pelo mundo da arte, fama, festas e drogas em que se movia.
Para quem se sente atraído pelos anos 60 e pelos personagens que nele habitaram, este é um filme bastante interessante. Mais do que a descida ao sub-mundo das drogas de uma menina rica fascinante (bom papel de Sienna Miller, apesar de não ter o ar inocente e arrebatador da original), é um inside look à The Factory, local onde Warhol e o seu gang criavam, viviam, num clima de liberdade, mas sustentado sempre por familias endinheiradas. Eram sanguesugas. Mas será possivel atingir niveis de criatividade e inovação artística sem experimentação? Será possivel criar estando sempre dependende do dinheiro? Quantas escolhas não são feitas apenas com base na necessidade de por comida na mesa?
Guy Pearce merece uma menção especial pela sua prestação como Andy, tendo Hayden Christensen a arrumar o elenco, um Dylan não-assumido.
Factory Girl é um filme interessante, sem nunca atingir níveis de exepção. A ver...
1 comentário:
um filme para apreciadores do underground e da pop art, sem dúvida. vive dos ambientes, da dúvida que fica no ar sobre quem usa quem e para quê... a banda sonora é excelente, com umas nuances de velvet underground ao fundo... ficou a curiosidade de conhecer a figura de eddie, por isso, o filme valeu a pena. mas não ficará para a história, acho...
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