Hairspray
"Good morning Baltimore!"
Em 1988 John Waters escreveu e realizou a sua estravagancia musical Hairspray. Quase duas décadas volvidas ela volta ao ecrã.
Um musical com humor, Hairspray tem a vantagem de nunca se levar a sério. Cai, ou melhor, atira-se de cabeça para todos os clichés do género, incorporando-os e brincando com eles, divertindo o público e os próprios autores no processo.
A crítica social é herança de Waters, mas não deixa de ser inesperada num filme deste género, abordando, mesmo que de forma superficial, temas como o racismo, o papel da mulher e o direito à diferença, numa sociedade obcecada pelo corpo.
A música fica no ouvido, a reconstrução de época é eficaz, fatinhos e cabelos no ponto, produção irrepreensivel, mas o que toda a gente paga para ver é o papel de John Travolta, mãe gorda e tímida da nossa heroina. Há que dar a mão à palmatória, Travolta não é o melhor actor do mundo, tem diversas deficiências mas tem coragem e fez escolhas de carreira inesperadas. Se foi Tarantino que o relançou com Pulp Fiction (se bem que o êxito da tripla Olha Quem Fala não lhe tenha feito muito mal), Travolta soube nos últimos 13 anos manter-se no topo graças a uma versatilidade e uma capacidade de arriscar louváveis.
Hairspray é um feel-good movie que nos deixa com um sorriso na cara e uma canção no ouvido.
1 comentário:
pessoalmente, gostei mais dos momentos musicais de "O sabor da melancia" ;))))
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