quarta-feira, dezembro 05, 2007

Beowulf

Robert Zemeckis depois de ter realizado o filme Polar Express, animação que utilizava uma técnica de motion capture para reproduzir os gestos e expressões dos actores em cena, com um realismo considerável, apaixonou-se por esta nova tecnologia. Avançou então para este novo projecto, baseado numa lenda britânica, um poema épico escrito há mais de mil anos. A grande inovação é a utilização do 3D, uma técnica recente que foge dos óculos tradicionais azul e vermelhos, para um efeito mais fiel e sem as habituais consequências do método anterior (dores de cabeça, etc).
Se é de técnica que se fala, então Beowulf é um filme notável, a animação é primorosa e o 3D perfeito, principalmente com a noção de profundidade que é imensa. Não saem coisas do ecrã em direcção ao público, não nos esquivamos de setas (nesse aspecto a Disney está anos à frente), mas continua a ser impressionante. Só por essa experiência merece a visita.
Como filme é fraco, uma história demasiado linear, demasiado focada nas cenas de acção, preocupada com o aspecto visual em deterimento do desenvolvimento do argumento. É uma pequena desilusão, Angelina Jolie tem mais sensualidade ao vivo de t-shirt sem maquilhagem, do que em todo o filme, como ser sedutor, irresistivel.
Monstros, dragões, batalhas, tudo se foca exclusivamente nesse ponto, onde o abuso de técnicas a lembrar Bruce Lee, ou mesmo Matrix, tornam essas mesmas sequências demasiado inacreditáveis.
Enfim, é um filme pipoca, com uma lógica de parque de diversões.

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