Delirium
O Cirque du Soleil veio finalmente a Portugal. O espectáculo escolhido foi Delirium, show que não precisa de tenda, adaptável a salas de espectáculo normais. Erro. Delirium não é um espectáculo de Novo Circo, divaga pela dança, música e multi-média, com diversas projeções de video. Há vários problemas.Para começar o Pavilhão Atlântico deixa, na maior parte da sala, o espectador demasiado longe do palco. A sensação que dá é de estarmos a olhar para um espectáculo que é feito para outras pessoas, ao qual estamos a espreitar por uma racha num muro.Quanto ao que está em palco, não é carne nem peixe. Como concerto é desinteressante. Como circo é quase inexistente. Como bailado, monótono e como show multimédia tem pormenores interessantes, apontamentos fortes, mas nada que surpreenda, nenhuma ideia que não tenha sido explorada já desde os anos 80 em video-clips. A falta de uma linha coerente, narrativa ou não, que una os vários quadros é notória, sendo as coisas atiradas para palco sem motivo aparente. A falta de imaginação é tal que para terminar a performance cantaram o Alegria, do espectáculo homónimo do Cirque, algo que foi criado há vinte anos.Uma desilusão. Muito barulho, ruído visual e não só, num show que dá uma imagem errada do imenso potencial do Cirque Du Soleil.
Em Abril e Maio vem cá o Quidam, esse sim, a não perder.
Sem comentários:
Enviar um comentário