A doer
Foi ontem. Finalmente ontem acabámos a marcação da peça. Hoje vai ser o primeiro ensaio corrido. Faltam 4 ensaios para a pausa do Natal. Voltamos em Janeiro, uma semana antes da estreia com ensaios diários. Agora é a doer. O texto decorado, marcações feitas, agora a peça começa a existir a sério.
Ontem voltei para casa com uma sensação que já não tinha há alguns meses, aquele abalo emocional que o Chapitô e as aulas com o Thiago me davam. Ontem foi forte, no meio do riso e da galhofa a coisa bateu-me. Pela primeira vez também, senti que finalmente acertei. Não que tivesse sido algo extraordinário, mas finalmente senti estar no sitio certo. Quando, no meio de uma cena intensa, disse as minhas duas deixas e, de repente, a sala toda gelou, senti algo incrivel. Não foi alegria, o meu personagem não dá espaço a tais veleidades, mas sentir que o efeito foi forte, que houve uma resposta... se na peça conseguirmos momentos destes, conseguimos tudo.
Tenho andado tenso, nervoso, a estreia aproxima-se, se acertamos este texto... se eu fosse capaz...
3 comentários:
E porque não hás-de ser?
JLR
Vai correr bem, decerto.
O nervosismo faz parte.
Boa sorte... ou "muita merda!" e bom fim-de-semana.
quando sentimos a emoção da transcendência da nossa existência, isso sim é o toque de algo...Alguem...?
a sensação que nos preenche de sabermos que aqui e agora estou a fazer aquilo que me assenta, que me preenche, que me faz sentir 'mais eu próprio' - é um dom...
fico contente!
e em Janeiro lá estaremos a aplaudir, nem que seja pq o nosso amigo está feliz e realizado!
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