segunda-feira, março 10, 2008

No Country For Old Men

Os irmãos Cohen forma dados como mortos. Depois de um início de carreira extremamente forte com títulos como Blood Simple, Barton Fink ou Fargo, pareciam ter perdido o gás. As comédias Intorable Cruilty (2003) e The Ladykillers (2004) foram, quanto muito, filmes menores, e o próprio The Man Who Wasn't There (2001) era um film noir interessante, mas longe do brilhantismo anteriormente demonstrado.

Eis que chega Este País Não É Para Velhos, o mais violento filme da carreira dos Cohen, baseado no livro de Cormac McCarthy.
Após encontrar o sítio onde um negócio de droga deu para o torto, um homem foge com dois milhões de dólares, sendo perseguido por um assassino que quer reaver o dinheiro.
A base da história é simples, mas Ethan e Joel Cohen transforman este thriller num conto de violência e morte, carregado de uma tensão permanente, onde o Mal espreita a cada esquina. O assassino interpretado por Javier Bardem é a presença escondida que atravessa toda a fita, sente-se o seu olhar em cada sombra, a sua respiração atrás de cada beco, em cada rua. É a mais recente encarnação do Mal como ser físico, vivo, orgânico, pensante. Mais que um assassino, Bardem personifica aquilo que de mais tenebroso existe em nós e é inultrapassável.
É um papel sublime, sem falhas, de uma contenção soberba, sentindo no entando um pulsar constante por debaixo daquela pela, em cada frase, no olhar arrepiante.
Este País Não é Para Velhos conta aliás com um elenco coeso, Josh Brolin e Tommy Lee Jones acabam por ser ofuscados por Bardem, mas merecem uma nota pelas suas performances irrepreensiveis.
Geniais na criação de tensão, na forma como usam o pormenor para contar um mundo, o som, a mestria absoluta na construção dos planos, Este País Não é Para Velhos é, sem dúvida, um dos grandes filmes de 2007, ano que foi generoso em termos de bons filmes, mas parco naqueles que nos deixam uma sensação indelével na pele.

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