segunda-feira, março 31, 2008

There Will Be Blood

Há uma coisa que Paul Thomas Anderson nunca foi, consensual. Boogie Nights, Magnolia ou Punch Drunk Love transformaram-se em clássicos de culto quase automáticamente para uns, enquanto eram olhados com desconfiança por outros. Pessoalmente sou fã do sentido de humor peculiar de Anderson, apesar de não o colocar no Olimpo da Sétima Arte.

Haverá Sangue foi dos filmes mais falados de 2007. Com 8 nomeações para os prémios da Academia, foi um filme que esperei com antecipação.
Desiludi-me.
É o grande western americano de Paul Thomas Anderson, um gigante de duas horas e três quartos sobre um explorador de petróleo no início do século XX. Sem dúvida, é um épico fimado com mestria, uma fotografia soberba, o widescreen aproveitado ao máximo, enchando o ecrã com os grandes espaços abertos, com uma composição da imagem impecável. Há Daniel Day-Lewis, genial, como é hábito, com um papel de uma composição extraordinária, passando da contenção ao over-acting controlado de uma forma quase automática, confirmando que é um dos grandes actores da actualidade. Ao seu lado, ofuscado mas mantendo-se firme no seu papel, Paul Dano dá mostras de se estar a tornar num actor de peso.
No entanto o confronto entre eles torna-se pastoso, o filme escorre lento como o petróleo, com momentos de uma lentidão desnecessária, ou com a introdução de novos personagens inúteis. Curiosamente, um dos seus pecados é o de apressar as coisas, apressa a relação com o filho, entre os dois personagens principais, deixando pontas soltas, tensões por resolver e soluções fáceis.
É pouco, fica um sabor estranho na boca e saimos da sala com o corpo moído...

1 comentário:

Luís Galego disse...

o filme escorre lento como o petróleo...

ainda assim, quase perfeito.