Joseph Garcin, jornalista e literato
"Eu aceito tudo: as chamas, os ferros em brasa, as pinças, o garrote, tudo o que queime! Quero sofrer a sério! É melhor ser mordido, chicoteado, coberto de ácido sulfúrico, do que este sofrimento mental, este fantasma de sofrimento, que acaricía e nunca dói o bastante!"
Provavelmente é este o personagem que vou representar, o dúbio, cobarde, traidor, pulha Joseph Garcin, condenado a sofrer para a eternidade a companhia de duas mulheres que não lhe vão dar um momento de descanso.
Ontem foi o regresso aos ensaios, à leitura, agora com o texto completo, com as 108 páginas das duas horas de peça, densa, leve, de contrastes, com um texto excelente, a que espero consigamos fazer jus.
Para além de Garcin, ontem ainda li o papel de Estragon, do lado Beckett da peça, registo completamente diferente, mais rápido, leve, cómico, mais frenético, igualmente desafiante. Aliás, dos 8 papeis possivéis (são dez mas dois são femininos), 6 são muito bons.
Leitura de texto, que não deu para acabar porque começámos demasiado tarde, mas que me encheu o peito, como se respirasse fundo. Voltei para casa com um sorriso nos lábios, a cantar no carro. A falta que estas coisas me fazem...
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contente contente
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