quarta-feira, setembro 06, 2006

Há dias em que me sinto profissional do sono. Não do adormecer, acto puramente transitório, nem do sonhar, delirio incontrolável da mente, mas do dormir. Do saborear o prazer da entrega do corpo à dormência do espírito, ao doce resfolegar dos lençois quando, suavemente, me mexo para os não incomodar. Da entrega ao silêncio, ao vazio dos olhos que são a janela da alma e, como tal, guardam serenamente uma alma despovoada de preocupação, de emoção de cansaço. O breu. Apenas a escuridão que me toca a pele, que me conforta e embala o poisar, que não me conta as histórias de um mundo acordado lá fora, de uma imensidão de gente que gira e lufa num corropio tão distante de mim como os longos salões do Olimpo onde os deuses descansam.

Hoje é um desses dias, em que o sono para mim é tão concreto e tão remoto como uma miragem...

2 comentários:

polegar disse...

um brinde ao sono.
o acordar nem sempre é pacífico. o estar acordado também não...

pinky disse...

que delicia é um sono profundo e doce....