The Illusionist
Com a quantidade insana de estreias semanais nas salas de cinema, tenho tentado fazer uma escolha criteriosa dos filmes a ver, dado que não consigo ir mais que uma ou duas vezes por semana às salas e estreiam cinco ou seis filmes. Esta situação tem as suas vantagens, há muito tempo que não vou ver um mau filme. Até ontem à noite. Não é que The Illusionist seja mau, é apenas... fraco.
Neil Burguer realiza aqui a sua segunda longa-metragem, a primeira tinha sido uma produção independente sobre um homem que afirmava ser o assassino de Kennedy, mas na verdade a película não deixou marcas. É portanto sem passado de valor que avança para esta adaptação de um conto de Steven Millhauser que aborda a relação entre um mago e uma condessa em Áustria no século XIX. O filme começa de forma prometedora, visualmente envolvente, tem um tom de cores fortes, mas gastas, como se fosse um filme mudo a cores, remetendo-nos para um imaginário fantástico um pouco irreal, que assiste a temática da fita. As insuficiências de Burguer começam a revelar-se quando utiliza desnecessária e abusivamente um narrador para fazer o filme avançar, em cinema a história, emoções e sensações não se dizem, mostram-se, e a utilização deste narrador denota, desde cedo, uma incapacidade para as contar.
Não conheço o conto, mas o argumento (adaptado pelo próprio Burguer) é tão fraco como a sua realização. Personagens bidimensionais, uma trama linear e um plot twist previsível (se bem que inacreditável, ainda não consegui perceber para quê aquele trabalho todo) fazem com que o tempo passe sem entrega, nem emoção e não deixe grande memória.
Na verdade não foi nem o realizador nem a história que me fizeram ir ver O Ilusionista, mas sim a dupla Edward Norton, Paul Giamatti. Se Paul Giamatti acaba por ser (bem como a fotografia e a cenografia do filme, com fantásticos décors Arte Nova) o único motivo para se gastar dinheiro e tempo aqui, o próprio Edward Norton acaba por ir na mediania de tudo o resto, sem apresentar uma performance digna daquilo que já mostrou, embora seja bom salientar que o seu personagem também não permite grandes veleidades. Fraquinha fraquinha é Jessica Biel, que não passa de um rosto e um corpo bonito.
No fim de contas o tempo passa sem incómodo de maior, mas se a curiosidade apertar o melhor é esperar pelo DVD.
3 comentários:
O senhor mpr é concerteza uma pessoa de muito bom gosto. Obrigado pelas revelações dos The Dresden Dolls, e da Melissa Scheid Frantz. Obrigado.
que pena! achei k podia ser um bom filme! paciência, ficará para ser visto em dvd!
É verdade, uma desilusão...
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