sexta-feira, novembro 10, 2006

Marie Antoinette


O nome Coppola está a tornar-se cada vez mais uma referência na indústria cinematográfica. E se olharmos para a familia alargada, o clã Coppola inflitra-se por todos os poros do movie business. Dos menos conhecidos como o actor Marc Coppola, o realizador Christopher Coppola, Roman Coppola (com diversas pequenas posições), o jovem actor Robert Schwartzman, passando pelo seu irmão mais velho Jason Schwartzman (À Boleia Pela Galáxia, Uma Rapariga Cheia de Sonhos), Talia Shire (Rocky, O Padrinho), Carmine Coppola (o avô do clã, compositor), até Nicolas Cage, Sofia Coppola e o velho mestre Francis Ford Coppola, temos uma noção de como o cinema corre nas veias desta familia.
Sofia Coppola, filha de Francis Ford Coppola, depois de uma breve passagem como actriz, conseguiu firmar-se como realizadora e argumentista, tendo já a seu crédito três longas metragens, todas produzidas para a American Zoetrope a companhia de... Francis Ford Coppola.
Marie Antoinette é a sua última produção após o premiado Lost in Translation, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Argumento Original. Segue a vida da última rainha francesa, mulher de Luis XVI, morta após a tomada da Bastilha. O filme, quase totalmente centrado em Versalhes, é mais um com a marca de Sofia Coppola. Exímia na utilização dos espaços, dos tons, das cores, conseguindo transmitir numa só imagem a solidão e a histeria que engoliram a jovem arqui-duquesa austríaca, transformada em simbolo da podridão da corte francesa do século XVIII. Visualmente exagerado, marcado com uma mescla de cenografia barroca com uma côr pujante típica dos anos 80, bem vincada aliás na música escolhida pela realizadora, é um filme sedutor. Este loucura visual é contraposta de uma forma soberba com os tons calmos e suaves da sua casa de campo, as sombras quentes das noites ou a pesada negritude dos últimos meses da sua vida. Se estética e musicalmente a realizadora assume riscos e acerta em cheio, o mesmo se pode dizer com o elenco. O seu primo Jason Schwartzman é brilhante como um triste Luis XVI e Kirsten Dunst prova, de novo, ser mais que uma cara bonita, mas uma actriz de um talento inegável e que transmite aos seus personagens um misto de erotismo e inocência.
Falhanço no box-office americano, Marie Antoinette é um filme a não perder. Parece que a arte de cinema corre mesmo no sangue...

3 comentários:

deep disse...

Não vi, mas sendo da Sofia Coppola, fico com curiosidade...
Um bom domingo!

Anónimo disse...

É só para dizer que este filme é brutal!!!e que ainda continuo a ler sempre o teu blog...bacci

bolas de sabão disse...

:) como já te tinha dito, ADOREI!!!! e este fds estive a rever o lost in translation, não me canso daquele filme ****