segunda-feira, abril 16, 2007

300

Não sou fã de Frank Miller. Nunca liguei muito a graphic novels, e sou dos poucos que não gostou de Sin City (nem um bocadinho). Quando parti para este 300 ia de pé atrás, a única coisa que vi do realizador Zack Snyder foi o remake de Dawn of the Dead, o que não me deixava com grandes perspectivas, e o trailer anúnciava um festim visual estilizado, mas pouco mais. As críticas em Portugal eram do pior, ou seja tudo indicava um fracasso.
Gostei do filme. Sem mais. Não percebo o porquê de tanta controvérsia. Visualmente é fiel ao original, é envolvente, estimulante, divertido. É um bom filme de acção, com todos os elementos para funcionar, e funciona. Não é brilhante, claro que não, não é um marco na história do cinema, mas faz passar bem o tempo e é, em última análise, divertido. Chegaram ao extremo de lhe chamar fascista, li inclusivé comparações a Leni Riefenstahl, que são não só abusivas, despropositadas, mas completamente descabidas. O filme não tem o peso, ou a força ideológica, não defende ideais nazis nem fascistas. É um filme pipoca, ao estilo video-clip, mas melhor do que a norma nestes casos.
Outra crítica que ouvi foi a imprecisão histórica do filme. Sejamos realistas. Este não é um filme histórico, é uma adaptação de uma BD, nada mais, e se alguém espera saber algo sobre a Batalha das Termópilas, ou sobre a vida e cultura espartana (ou persa), está óbviamente á procura no lado errado. É como entrar numa pizzaria e queixar-se que a sua carta de vinhos é fraca. Devemos procurar as coisas nos seus sítios.
Foram feitas também ligações exageradas entre a representação dos persas e os iraquianos, ou os iranianos, mas parece-me que Miller em 1998, quando desenhou 300, não fizesse puto de ideia que 5 anos mais tarde os EUA entrariam em guerra com o Iraque.
Não vale a pena encontrar sentidos onde eles não existem, muito menos num blockbuster no-brains como este.
É um filme de acção, é interessante e pronto.

2 comentários:

FuckItAll disse...

Não sou a pessoa certa para esta conversa, porque gostei muito do Sin City e do Dawn of the Dead do Snyder, mas também gostei deste. Também porque é visualmente maravilhoso.
Mas, concordando que a coisa não está necessariamente lá, a verdade é que os neo (nazis, sim) ficaram aos pulinhos mal se começou a falar nisto, segundo me dizem. É uma questão de público, não do conteúdo do pobre filme.

bolas de sabão disse...

:) ena,já somos dois! eu nem consegui acabar de ver o sin city...