segunda-feira, novembro 07, 2005

E mais quatro...


Uma das vantagens de se tirar uns dias de ferias é que se ganha tempo para tentar pôr algumas coisas em dia. E na verdade já devia aos movies alguns dias largos de atraso. Durante esta semana vi quatro filmes mas, admito, nem sempre fiz as melhores escolhas.
Para começar visitei a última obra de Nick Park, o irreverente Wallace & Gromit in The Curse of the Were-Rabbit. Realmente os quatro anos que levaram a acabar esta brilhante stop-animation foram bem gastos. Com um humor ingles corrosivo (a maior parte dos trocadilhos não se percebem na nossa lingua lusa) e referências cinematográficas várias, esta é uma pequena pérola recomendada para todos os públicos.
Avancei confiante para o ultimo filme de Andrew Niccol Lord Of War, com Nicolas Cage. Niccol, realizador de Gattaca (primeiro e único filme de destaque na sua curta carreira) e Simone, é sem dúvida melhor argumentista (Truman Show, The Terminal). Lord of War é um filme com uma ideia – olhar para a vida e alma de um traficante de armas, com todas as ligações e implicações quer a nivel institucional, quer a nivel pessoal. No entanto arrasta-se sem grande veia para um bocejo final, com raros momentos de verdadeiro interesse. Cage tem outro papel em que não vai bem, nem mal, nem antes pelo contrário, tal como toda a sua carreira.
A comédia romântica Must Love Dogs foi a minha escolha para desanuviar. O elenco prometia (John Cusack e Diane Lane) e até tinha ouvido que, dentro do género, o filme não era mau. Erro crasso! Hora e meia de banalidades, um argumento sem nexo, personagens desinteressantes e nem um (um só!) sorriso. Adormeci e foi o melhor que podia ter feito com o meu tempo. Uma nulidade!
Acabei a semana com o polémico Last Days de Gus Van Sant. O realizador, usando técnicas já desenvolvidas em filmes anteriores, volta a afirmar-se como um autor de emoções, de situações e sensações, não própriamente de uma forma narrativa de fazer cinema. Existem momentos de brilhantismos, numa fita exepcionalmente filmada e que, apesar de não ser uma obra-prima, possui uma força dramática brutal, angustiante e perturbadora. Michael Pitt (jovem que já foi dirigido por Bertolucci em Os Sonhadores) tem um desempenho contido numa transfiguração sem ser caricatural. Não é um filme recomendado para toda a gente, percebo quem tenha odiado, mas, para além de plástica e sonoramente bem feito, é, para mim, um filme marcante.

1 comentário:

Mary Mary disse...

Primeiro devias ter ido ver o "Zorro". As expectativas não são altas e é praticamente igual ao primeiro. Mas é numa de descontrair e não há surpresas...

Segundo devias ter ido ver "O Fiel Jardineiro". Palavras para quê? O filme fala por si... É um filme do caraças! Não o percas mesmo! E não vai ser desilusão...

Terceiro: esta semana vou ver "Bonecas Russas" que já me disseram que era bom... Depois comento... :P