terça-feira, novembro 15, 2005

Está mal colado, desalinhado, com um ar frágil de quem se pode desfazer nas nossas mãos, como um ramo de flores secas que se deve tratar com cuidado. É pequeno, dez centimetros por dez, mas estas coisas, tal como as pessoas, não se medem aos palmos. Chegou atrasado, parto dificil, materia instável. Demorou a fazer e denota o carinho de quem se preocupa e (pasme-se) verdadeiramente me conhece. Aquele (quero acreditar) sou eu. E se não for é pelo menos a pessoa que sonhei ser. Anda agora comigo, tenho-o no bolso e não o quero largar, mas sei que lhe tenho que arranjar um lugar seguro, um pequeno canto onde descanse, correndo o risco de o destruir de vez.
Tenho cem palavras, são minhas, foram-me dadas por quem mas roubou a todas. Preciso de mais, cem não me chegam, não me consigo conter!
Tenho cem palavras e quando me vi naquele pequeno ponto de ternura só vinha uma à memória: Obrigado...

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