segunda-feira, novembro 28, 2005

Movie Update (está dificil!)

Isto tem estado dificil. Fui ver mais dois filmes, ambos bem referenciados, mas honestamente saí uma vez mais desiludido. O box-office em Portugal tem estado bastante em baixo, em linha com o resto do mundo. Os americanos já avançaram com estudos e teorias, a concorrência do DVD, o desinteresse da juventude, as horas gastas com a Internet, a pirataria e até a crise já foram avançados como explicações para o facto. Eu atrevo-me a dizer “It’s the movies stupid!” Sinceramente não me lembro se vi algum filme este ano que realmente me impressionasse, que me enchesse as medidas. Houve alguns decentes, o Constant Gardener, o Charlie And The Chocolat Factory, entre outros, mas nenhum realmente brilhante. E as desilusões sucedem-se a um ritmo vertiginoso.
Os últimos foram o Les Poupées Russes (Bonecas Russas) e o Flightplan (Pânico a Bordo).


O Bonecas Russas é a sequela à Residência Espanhola, filme do realizador Cédric Klapisch. Chamar-lhe sequela é gozo, visto que a história não tem puto a ver e os personagens são em alguns casos os mesmos, mas honestamente tanto fazia. O filme é do mais básico e banal possivel, caindo em todos os clichés amorosos que existem no mercado, mas com pretensões intelectualoides de quem diz fugir deles. Eu até estou numa fase da vida em que devia empatizar com estas temáticas mas, sinceramente, não há pachorra.


O Pânico a Bordo é o primeiro filme de Jodie Foster desde o Sala de Pânico (se não contarmos uma breve aparição em Um Longo Domingo de Noivado). O titulo em português tenta fazer a ligação entre os dois , visto serem ambos películas de suspense com um ambiente claustrofóbico, mas as semelhanças acabam por aqui. Pânico a Bordo é um filme bem construido, tenso, mas que desaba completamente na última meia hora, transformando-se numa das coisas mais ridiculas que tive a infelicidade de ver numa sala de cinema. É pena ver uma actriz deste gabarito perdida num argumento tão infeliz. Sala de Pânico, apesar das suas falhas, sempre tinha ao leme David Fincher, que dá algumas garantias de qualidade.


Para descomprimir e restaurar a minha fé na Sétima Arte, refugiei-me em casa, debaixo de uma manta, a rever pela décima vez o Homem Elefante de David Lynch. Sem comentários, é uma das grandes obras do século XX, conduzida com a mestria conhecida.

Yea, though I walk through the valley of the shadow of death,I will fear no evil: For thou art with me;Thy rod and thy staff, they comfort me.Thou preparest a table before me in the presence of mine enemies;Thou annointest my head with oil; My cup runneth over.

Surely goodness and mercy shall follow me all the days of my life,and I will dwell in the House of the Lord forever.

3 comentários:

Mary Mary disse...

Devias perguntar-me antes de ires ao cinema o que devias ver... :P

Ferro-3 e Elizabethtown, não te arrependias... :) Muito giros...

Em casa tenho o Barry Lyndon para ver...

Varandas disse...

O homem da morgue, CLARO!!!! Como é que não pensei nisso antes... ?????? :-)

Parabéns pelas tuas últimas escolhas musicais. Fake Plastic Trees, The boxer, la tortura, fix u.... este blog faz lembrar o meu carro!!!!!!!

pinky disse...

ao menos escolhes bem os filmes de compensação, david lynch, repõe-nos a fé!